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Ciro chama saída de médicos cubanos de "œerro comparável a tragédia"

Senador se pronunciou nas redes social sobre o fim da parceria com Cuba no programa Mais Médicos. Piauí deve perder 202 profissionais e Sesapi diz não ter solução.

15/11/2018 17:35

O senador piauiense Ciro Nogueira (PROGRESSISTAS) usou suas redes sociais para se manifestar a respeito da saída dos médicos cubanos do Piauí. Pelo menos 202 profissionais, dos 327 que integram o Programa Mais Médicos no Estado, são cubanos e devem deixar 101 municípios do interior até o final deste ano.

Ciro utilizou as palavras “erro” e tragédia” para se referir à saída dos médicos cubanos do Piauí e do Brasil como um todo. O parlamentar destacou que o programa Mais Médicos levou assistência à população mais carente. “Considero um erro comparado a uma tragédia, sobretudo porque atinge os mais pobres, moradores das mais carentes e distantes cidades, onde esse programa colocou médicos e que, além de saúde, ofereceu mais dignidade às pessoas”, escreveu em sua rede social.


Foto: Reprodução/Instagram

Com o fim da parceria entre Cuba e o Governo Brasileiro no programa Mais Médicos, o país deve perder mais de 8 mil profissionais que atuam em mais de 4 mil municípios e 34 distritos sanitários especiais indígenas, atendendo a cerca de 63 milhões de brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde. O anúncio da saída dos médicos cubanos veio após declarações do presidente eleito, Jair Bolsonaro sobre a necessidade de reavaliar a capacidade de atendimento dos profissionais.

“Qualquer estrangeiro vindo trabalhar aqui na área de medicina tem que aplicar o Revalida. Se você for para qualquer país do mundo, também. Nós não podemos botar gente de Cuba aqui sem o mínimo de comprovação de que eles realmente saibam o exercício da profissão. Você não pode”, afirmou Bolsonaro.

Vale lembrar que ainda no ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) validou o Mais Médicos e autorizou a dispensa da validação do diploma de estrangeiros atuando na área da saúde.

“A solução não existe no momento”, diz secretário

O secretário estadual de Saúde, Florentino Neto, disse, em entrevista a uma emissora de televisão local, que ainda não há solução para os prejuízos que o Piauí terá com a retirada dos médicos cubanos. “A solução não existe no momento. Nós temos 202 médicos cooperados, que são os cubanos e não se substitui uma força de trabalho composta por 202 pessoas de uma hora para outra. O que nós acreditamos é no bom senso e esperamos que o atual governo possa manter um diálogo com o governo cubano para se chegar a uma medida resolutiva”, disse Florentino.


Florentino Neto, secretário estadual de Saúde (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Ainda de acordo com o secretário, há municípios piauienses que possuem um único médico atuando e ele é cubano. A saída dos profissionais, segundo Florentino, pode deixar localidades piauienses completamente desassistidas.

Por: Maria Clara Estrêla
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