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Categorias denunciam concursos com salários abaixo da base salarial

A denúncia partiu dos sindicatos de categorias, como os farmacêuticos e nutricionistas.

05/04/2016 07:16

Diversos sindicatos estão se mobilizando e denunciando que editais de concursos estão ofertando salários com valores abaixo do que é previsto pela base da categoria. Profissionais da área da saúde, como enfermeiros, nutricionista e farmacêuticos, estão fazendo concursos com valores que variam entre um salário mínimo a R$1 mil, quando a faixa deveria ser a partir dos R$2.500.

O presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Piauí, Ulisses Nogueira, explicou que algumas prefeituras estão lançando editais de concurso cuja falta de isonomia salarial é muito grande com relação a outros profissionais. Ele citou que os profissionais da farmácia estão com a base salarial defasada e que em alguns editais, como na cidade de Buriti dos Lopes, o salário de um farmacêutico era de R$900 e outras com o valor abaixo do salário mínimo. Ele denunciou ainda que o mesmo está ocorrendo em cidades como Picos e Teresina.

“Nós não temos uma convenção coletiva e somos o único estado da federação que não tem esse acordo firmado. Tem até profissional dizendo que está entrando na Justiça para poder verificar essa questão salarial. O sindicato tem aconselhado ao profissional para não fazer o concurso, porque se não fizer, ele vão ter que aumentar o valor do concurso. Essa é a nossa maneira de reivindicar. Atrelado a isso tem às condições de trabalho, que não oferecem nenhuma estrutura para o profissional”, disse.

Ele ainda destacou que os candidatos aprovados nos últimos concursos não estão sendo convocados e citou que em Teresina apenas 15 profissionais foram chamados do ano de 2011 até agora. Atualmente, o Piauí conta com 1.400 farmacêuticos que atuam em apenas 50 municípios. “Nós temos 174 municípios sem farmacêuticos, ou seja, faltaria, pelo menos, para atender em todos as cidades que estão sem esse profissional, porque a deficiência é muito grande”, finalizou.

Nutrição

O mesmo está ocorrendo com os profissionais de Nutrição. De acordo com Amilton Feitosa, presidente do Sindicato dos Nutricionistas do Piauí, os editais não estão respeitando as categorias e algumas prefeituras estão colocando o salário de profissional da área da Saúde no valor de um salário mínimo.

A base salarial de um profissional de Nutrição seria de aproximadamente R$2.500 com carga horária de 30h, contudo, alguns editais estão ofertando vagas com salário de R$950. “É muito abaixo do que é previsto. Nós estamos orientando os profissionais a não se inscreverem em editais que não respeitam a base salarial da categoria. Na verdade, isso é uma estratégia das prefeituras do interior do estado. Se uma pessoa do interesse deles entrarem, automaticamente é feita a correção desse salário através de plano de carreira ou lei municipal, mas se não for, eles deixam o valor que está e exigem que a carga horária seja cumprida, justamente para que a pessoa desista”, frisou.

Amilton Feitosa enfatizou que esta é uma realidade de todos os municípios piauienses e que infelizmente não há nenhuma lei federal que dê respaldo para cumprimento de uma tabela de honorário. “Essa é uma realidade de todas as profissões da área da saúde e até médicos estão passando por isso. Tem editais que estão ofertando salário de R$1.200, porque tem muito médico no mercado”, finalizou o presidente do Sindicato dos Nutricionistas.


Por: Isabela Lopes - Jornal O DIA
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