Diversos sindicatos estão se
mobilizando e denunciando
que editais de concursos estão
ofertando salários com valores
abaixo do que é previsto pela
base da categoria. Profissionais
da área da saúde, como
enfermeiros, nutricionista e
farmacêuticos, estão fazendo
concursos com valores que variam
entre um salário mínimo
a R$1 mil, quando a faixa deveria
ser a partir dos R$2.500.
O presidente do Sindicato
dos Farmacêuticos do Estado
do Piauí, Ulisses Nogueira, explicou
que algumas prefeituras
estão lançando editais de concurso
cuja falta de isonomia
salarial é muito grande com
relação a outros profissionais.
Ele citou que os profissionais
da farmácia estão com a base
salarial defasada e que em alguns
editais, como na cidade
de Buriti dos Lopes, o salário
de um farmacêutico era de
R$900 e outras com o valor
abaixo do salário mínimo. Ele
denunciou ainda que o mesmo
está ocorrendo em cidades
como Picos e Teresina.
“Nós não temos uma convenção
coletiva e somos o
único estado da federação que
não tem esse acordo firmado.
Tem até profissional dizendo
que está entrando na Justiça
para poder verificar essa questão
salarial. O sindicato tem
aconselhado ao profissional
para não fazer o concurso, porque
se não fizer, ele vão ter que
aumentar o valor do concurso.
Essa é a nossa maneira de reivindicar.
Atrelado a isso tem
às condições de trabalho, que
não oferecem nenhuma estrutura
para o profissional”, disse.
Ele ainda destacou que os
candidatos aprovados nos últimos
concursos não estão sendo
convocados e citou que em
Teresina apenas 15 profissionais
foram chamados do ano
de 2011 até agora. Atualmente,
o Piauí conta com 1.400
farmacêuticos que atuam em
apenas 50 municípios. “Nós
temos 174 municípios sem
farmacêuticos, ou seja, faltaria,
pelo menos, para atender
em todos as cidades que estão
sem esse profissional, porque
a deficiência é muito grande”,
finalizou.
Nutrição
O mesmo está ocorrendo
com os profissionais de Nutrição.
De acordo com Amilton
Feitosa, presidente do
Sindicato dos Nutricionistas
do Piauí, os editais não estão
respeitando as categorias e algumas
prefeituras estão colocando
o salário de profissional
da área da Saúde no valor de
um salário mínimo.
A base salarial de um profissional
de Nutrição seria de
aproximadamente R$2.500
com carga horária de 30h,
contudo, alguns editais estão
ofertando vagas com salário
de R$950. “É muito abaixo
do que é previsto. Nós estamos
orientando os profissionais
a não se inscreverem em
editais que não respeitam a
base salarial da categoria. Na
verdade, isso é uma estratégia
das prefeituras do interior do
estado. Se uma pessoa do interesse
deles entrarem, automaticamente
é feita a correção
desse salário através de plano
de carreira ou lei municipal,
mas se não for, eles deixam o
valor que está e exigem que a
carga horária seja cumprida,
justamente para que a pessoa
desista”, frisou.
Amilton Feitosa enfatizou
que esta é uma realidade de
todos os municípios piauienses
e que infelizmente não há
nenhuma lei federal que dê
respaldo para cumprimento
de uma tabela de honorário.
“Essa é uma realidade de todas
as profissões da área da saúde
e até médicos estão passando
por isso. Tem editais que estão
ofertando salário de R$1.200,
porque tem muito médico no
mercado”, finalizou o presidente
do Sindicato dos Nutricionistas.