Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Câncer de próstata é diagnosticado tardiamente em 20% dos casos

Um a cada quatro pacientes diagnosticados com a doença acabam morrendo. Prevenção e tratamento precoce são essenciais para mudar este quadro

01/11/2020 13:09

Durante este mês, o movimento global batizado de Novembro Azul tenta chamar atenção e conscientizar as pessoas sobre a necessidade de cuidados com a saúde do homem. O objetivo é basicamente promover uma mudança de comportamento no público masculino e incentivar a ida aos postos de saúde para a realização de exames de prevenção.

O problema é que, mesmo com toda a campanha e o movimento do Novembro Azul se repetindo ano a ano, ainda se encontra muita resistência do público masculino na procura por serviços de saúde. E procurar o médico sem regularidade ou tardiamente é um dos principais fatores de complicações de doenças que podem levar, inclusive, à morte.

Leia também: Pacientes esperam até 15 meses para tratar câncer de próstata

No Brasil, a Campanha Novembro Azul é bastante centrada no câncer de próstata, uma doença silenciosa que não manifesta sintomas em sua fase inicial e para a qual a melhor forma de tratamento é justamente a prevenção. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que o Brasil tenha 65.840 novos casos de câncer de próstata em 2020 e que o número de óbitos por causa da doença chegue a 15.576. Especialistas também fazem o alerta: cerca de 25% dos pacientes com câncer de próstata ainda morrem devido à doença, ou seja, um em cada quatro homens diagnosticados não conseguem vencer a enfermidade.


A recomendação da Sociedade Brasileira de Urologia é que os homens a partir de 50 anos devem procurar o urologista para avaliação - Foto: Freepik

Preocupa mais ainda o fato de que pelo menos 20% dos pacientes são diagnosticados em estados avançados da doença, o que diminui bastante as chances de cura. Quem explica é a urologista Marília Buenos Aires: “o diagnóstico precoce do câncer de próstata só é possível através dos exames de laboratório e do exame de toque retal. É uma doença silenciosa, então ela só vai dar sintomas em fases avançadas. Se o homem for esperar os sintomas para poder ir ao médico, a gente vai perder a chance de cura e a gente sabe que, quando a doença é diagnosticada na fase mais precoce, ela tem uma chance de cura acima de 90%”.

Marília Buenos Aires lembra que a recomendação da Sociedade Brasileira de Urologia é que os homens a partir de 50 anos devem procurar o urologista para avaliação individualizada, tendo como objetivo justamente o diagnóstico precoce do câncer de próstata. E para os pacientes que têm fatores de risco, eles devem começar seus exames mais cedo, a partir dos 45 anos. A recomendação, após os 75 anos, é de que somente os homens com expectativa de vida acima dos 10 anos deverão fazer esse tipo de avaliação.

Fatores de risco

Quais são os fatores de risco para o câncer de próstata? O principal deles, segundo os especialistas, é a idade. Cerca de dois terços dos casos são observados em homens com mais de 65 anos. Outro fator muito importante é o histórico familiar. Ter um parente de primeiro grau com diagnóstico de câncer de próstata aumenta em cerca de 2,5 vezes a chance de um homem desenvolver a doença. 

O grupo étnico também entra nesse aspecto: homens negros têm 60% mais chances de desenvolverem o câncer de próstata que os não-negros, assim como têm mais chances de desenvolverem a doença de forma mais agressiva. 

Outros fatores de riscos são os modificáveis, ou seja, dependem do estilo de vida do paciente. Pessoas mais sedentárias correm mais risco de desenvolverem doenças de um modo geral e o câncer de próstata está incluso nisso. Obesidade e uma alimentação rica em gorduras e comidas rápidas (fast-foods e enlatados, por exemplo) também aumentam as chances. Os especialistas dizem que uma dieta rica em carne vermelha e pobre em vegetais parece aumentar o risco de a doença de manifestar.

Por: Maria Clara Estrêla
Mais sobre: