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Bombeiros atendem até 10 ocorrências de fogo por dia em Teresina no B-R-O-Bró

De setembro a novembro, são recebidos até 500 chamados por conta de queimadas em áreas urbanas e rurais. Região dos Cerrados é a que mais preocupa.

27/08/2021 10:44

Com a chegada do B-R-O-Bró não é só a temperatura que aumenta em Teresina: a quantidade de ocorrências de incêndios e queimadas também sobe consideravelmente e isso se reflete na maior demanda por atendimento por parte do Corpo de Bombeiros. Durante os meses mais quentes do ano, os bombeiros do Piauí recebem em média de 8 a 10 chamados diariamente e eles incluem tanto casos de fogo em área residencial quanto em área de vegetação. De setembro a final de dezembro, a época mais crítica do B-R-O-Bró em Teresina, a corporação chega a receber até 500 chamados. 


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Para se ter uma ideia, só de julho para agosto, a quantidade de focos de incêndio no Piauí subiu 163% saindo de 747 no mês passado para 1.961 do dia 01 de agosto até esta sexta-feira (27). No acumulado do ano, o Piauí já contabiliza 3.684 focos de queimada, um aumento de 142% em relação aos 1.525 registrados de janeiro a agosto de 2020.

As altas temperaturas, a baixa umidade e a velocidade dos ventos contribuem para este cenário. “É o que chamamos de regra dos 30: temperaturas acima de 30 graus, umidade do ar abaixo de 30 e velocidade dos ventos acima de 30 km/h. E esses incêndios, eles podem ser tanto naturais em focos isolados na mata quanto pela ação antrópica. Geralmente são agricultores que se utilizam do fogo para fazer limpeza das suas roças e isso acaba saindo de controle”, comenta o tenente Eduardo Martins, do Comando Operacional dos Bombeiros do Piauí.


Tenente Eduardo Martins, do Comando Operacional do Corpo de Bombeiros do Piauí - Foto: Assis Fernandes/O Dia

Ele explica que essa prática de atear fogo em terrenos para limpá-lo segue várias restrições durante o período mais quente do ano. O ideal é que ela seja evitada entre as 09h e as 16h, quando a umidade cai mais e as temperaturas tendem a subir gradativamente, porque os riscos das chamas se espalharem são maiores. 

A legislação ambiental brasileira trata como crime o ato de provocar incêndio em mata ou floresta. A pena prevista é de dois a quatro anos de reclusão e pagamento de multa. E mesmo que o incêndio não tenha sido intencional, ao usar de fogo para fazer a limpeza e preparação da terra para uso, a pessoa assume os riscos pelo que possa vir a acontecer caso as chamas saiam de controle e mesmo assim pode ser penalizada com detenção de seis meses a um ano e multa.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Piauí está sob o risco de fogo de Norte a Sul

O monitoramento por satélite do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostra que o Estado do Piauí se encontra com todo o seu território em condições propícias para incidência de focos de incêndio na mata e em área residencial. A situação este ano está mais crítica em 2020, segundo explica o Corpo de Bombeiros. E isso se deve à duração do período chuvoso que, em 2021 foi menor que no ano passado.

“2020 foi um ano de mais chuvas, então quando temos um ano assim, temos um adiamento dessa época de aumento dos focos. Ela geralmente começa em maio, mas no ano passado ela se iniciou só em agosto. Já neste ano, agosto já é considerado momento crítico e ele vai durar por setembro, outubro e novembro, quando começam a vir as primeiras chuvas. À medida que chove, a vegetação fica verde mais rápido e isso diminui os focos, sobretudo nas regiões rurais”, explica o tenente Eduardo.

Aqui no Piauí, a maior preocupação é a região de Picos e Floriano, onde desde janeiro se percebe uma maio frequência na ocorrência de focos de incêndio, principalmente na mata. A área de Cerrado também chama atenção assim como as divisas do Piauí com os Estados do Maranhão e Tocantins, sobretudo perto das cidades de Uruçuí e Corrente. São áreas monitoradas por satélite e para as quais o Corpo de Bombeiros se mantém de sobreaviso.

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