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Banco do Brasil faz reestruturação organizacional em agências do Piauí

De acordo com comunicado do banco, as agências de Pio IX e Cristino Castro virarão postos de atendimento. Sindicato fala em redução da autonomia das agências e gerentes.

30/07/2019 09:01

Pelo menos duas agências do Banco do Brasil no Piauí passarão a funcionar em regime de posto de atendimento. É o que consta no pacote de medidas para readequação institucional anunciado nesta segunda-feira (29) pela entidade financeira. 

Em todo o Brasil, serão criadas 42 novas agências-empresas até outubro e 333 agências serão transformadas em postos de atendimento avançado (PAA). Nesta última, se incluem o Banco do Brasil de Cristino Castro e de Pio IX, no Piauí. Na prática, as agências destas duas cidades não deixarão de funcionar. Conforme informou o BB, elas apenas terão mudanças na sua forma de operação para se adequar às necessidades de cada região. O Banco do Brasil ainda não especificou que mudanças serão essas, só que elas deverão ser feitas ao longo deste segundo semestre.

De acordo com o comunicado do BB, o quadro de funcionários do banco em todo o país também será readequado, com o lançamento de um plano de desligamento incentivado e consensual. Chamada de Programa de Adequação de Quadro (PAQ), a medida prevê equacionar as situações de vagas e de excessos nas unidades do Banco do Brasil. “Os funcionários que reúnam as condições estabelecidas no regulamento poderão aderir a um plano de desligamento incentivado”, diz a nota. O BB oferecerá de R$ 20 mil a R$ 200 mil para o funcionário que aderir ao plano.

As ações de readequação da estrutura organizacional do Banco do Brasil se darão em quatro frentes: estratégica (direção geral), tática (superintendências), de apoio (órgãos regionais) e de negócios (agências). O BB criará ainda uma Unidade de Inteligência Analítica (UIA) que funcionará como ferramenta para atendimento digital.


Foto: O Dia

Mudanças reduzem comissão dos gerentes e capacidade de investimentos, diz sindicato

O anúncio do pacote de readequação organizacional do Banco do Brasil foi recebido com ressalvas pelas entidades representantes dos trabalhadores de entes financeiros no Piauí. O Sindicato dos Bancários, por exemplo, demonstrou preocupação com o que chamou de “redução da autonomia das agências do Estado”.

Para o presidente da entidade, José Arimateia Passos, a transformação das agências em postos de atendimento implicará, mais na frente, na diminuição dos quadros de funcionários, impactando, inclusive nas funções desempenhadas pelos gerentes locais. 

“Elas [as agências] terão o quadro de funcionários reduzido e o gerente vai ser afetado porque, além de tirar dele a capacidade de fazer investimentos e empréstimos, ele passará a ter uma obrigatoriedade menor do que a que tem hoje. Isso vai diminuir a comissão que ele recebe. É ruim de qualquer forma”, explica.

O Sindicato dos Bancários informou que já esperava pelo anúncio de medidas por parte do BB, dada à situação econômica na qual o país se encontra. No entanto, para a entidade, a amplitude das ações que a instituição pretende tomar pegou de surpresa. Para o presidente do sindicato, não é possível ainda dimensionar os cortes de pessoal e nem a redução da capacidade de investimentos que o BB terá, mas o plano, em um primeiro momento, traz impactos negativos para a população, para empresa em si e para o próprio Estado.

O Sindicato dos Bancários do Piauí ainda estuda mais detalhadamente as ações que serão tomadas pelo Banco do Brasil para poder decidir se poderão ser tomadas medidas legais e quais alternativas seriam viáveis.

Por: Maria Clara Estrêla
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