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Atenção dos pais ajuda a amenizar as perdas sociais decorrentes da pandemia

Pedagoga explica que as crianças precisam do contato diário com outras pessoas da mesma idade

11/10/2020 08:28

Com esse tempo de confinamento social por conta da pandemia do novo coronavírus, as relações acabaram se virtualizando. Para as crianças, que ainda estão em formação como indivíduos sociais, essa situação impacta mais profundamente. Crianças aprendem umas com as outras noções básicas como dividir as coisas, se socializar e resolver pequenos conflitos. A falta desse contato diário com outras pessoas da mesma idade afeta bastante o processo de socialização dessas crianças.

(Foto: Jailson Soares/ODIA)

É o que diz a pedagoga Ursulina Silva. “Isso faz com que crianças que já são tímidas ou que são superprotegidas sofram mais ainda com o isolamento, pois estão mais direcionadas às tecnologias e ficam sozinhas cada um em um cômodo da casa”, afirma.

De acordo com ela, essa situação de pandemia e de isolamento social é como uma via de mão-dupla que pode acarretar tanto em consequências positivas quanto negativas para o convívio em família. Ou a sensação de cumplicidade entre pais e filhos se potencializa ou o estresse é que aumenta. “Há pais e filhos que estão aproveitando, porque nunca tiveram tanto tempo juntos e há outras famílias que já estavam fragilizadas e, com todos juntos na mesma casa, as relações ficaram mais difíceis”.

Com relação às crianças, que são uma das parcelas mais afetadas pela pandemia e que ficaram com praticamente todas as suas atividades sociais e educacionais suspensas, Ursulina Silva diz que elas precisam mais do que nunca de atenção, sobretudo por parte dos pais. Isso é que pode garantir que as perdas sociais decorrentes do cenário pandêmico sejam amenizadas.

“Existe uma palavra que é a ponte para amenizar toda essa situação: atenção. Ser vigilante. Às vezes, a criança só quer um pouquinho disso, então sejamos atentos, vamos ficar pertos deles para que essa situação seja amenizada. Sei que estamos acumulando tarefas, mas no momento é preciso. É uma situação que será passageira e podemos sair mais fortalecidos no final”, finaliza Ursulina.

TV e computador se tornam os melhores amigos na pandemia

O pequeno Ivan Guilherme, de 7 anos, relata a rotina em casa em apenas duas frases: “não é muito chato não, mas cansa ficar só assistindo aula e não gastar energia; é a única coisa que a gente faz”. Os momentos de lazer que ele consegue ter em convívio presencial com outras crianças são justamente quando os familiares fazem visitas ou quando os pais o levam para brincar nos parques.

(Foto: Jailson Soares/ODIA)

A mãe de Ivan Guilherme, a educadora física Jeíze Carvalho, diz que tem apostado no convívio com a família e na realização de atividades físicas para conseguir entreter o filho e fazê-lo extravasar toda a energia retida durante a rotina em casa. A adaptação, segundo ela, foi rápida, mas a necessidade do afago e do carinho dos coleguinhas é uma realidade presente.

Ivan Guilherme (Foto: Jailson Soares/ODIA)

“A gente se apega à família, a filmes e à internet. E nós mesmos temos que nos dispor a brincar com eles, mas são crianças em fase de ensino, então precisa disso, dessa compensação, dos momentos de diversão, de lazer compartilhados e é isso que eles não estão tendo. O amigo que ele tem hoje é a TV e o computador”, diz a mãe de Guilherme.

Por: Maria Clara Estrêla
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