O Movimento das Mulheres
Quebradeiras de Coco Babaçu vai realizar um ato de protesto contra a violência
e pedindo mais por mais segurança nas comunidades de municípios do interior
piauiense. A ação acontece duas semanas após a coordenadora-geral do MIQCB,
Francisca Nascimento, ter sofrido uma tentativa de homicídio após conflito om
um proprietário de terra em São João do Arraial.
O protesto acontece durante este sábado no município do interior, com a presença de mulheres que já foram vítimas de abusos e violência por conta do trabalho que desempenham, “O tema é segurança pública e vamos reivindicar uma delegacia para as mulheres ou pelo menos uma delegada em cada município para que possamos ser ouvidas e atendidas”, explica Francisca.
Francisca Nascimento foi vítima de uma tentativa de homicídio no começo do mês (Foto: Geici Mello/O Dia)
Ela lembra que no começo do mês, após ter sido ameaçada por um proprietário de terra armado com uma faca, procurou a Delegacia Regional de São João para registrar BO, mas nunca recebeu qualquer retorno a respeito do inquérito. Na ocasião, as quebradeiras de coco retiraram uma cerca que impedia o acesso de 20 comunidades ao açude Santa Rosa. A estrutura havia sido erguida para delimitar a área de uma fazenda onde seria plantado arroz.
Outro ponto reivindicado pelas quebradeiras de coco é a regulamentação do ofício por uma lei estadual que garanta livre acesso à terra e aos babaçuais. Francisca comenta que algumas legislações municipais já preveem a legalização do trabalho das quebradeiras de coco, no entanto há falta de unidade no tratamento legal dispensado a estas mulheres.
O MIQCB atualmente representa 300 mil quebradeiras de coco nos Estado do Piauí, Maranhão, Tocantins e Pará. Somente em terras piauienses há cerca de 50 mil mulheres que desempenham o ofício. “Nosso objetivo maior hoje é organizar e capacitar essas mulheres para participar de seus direitos e lutar por suas conquistas”, finaliza a coordenadora do MIQCB.
Por: Maria Clara Estrêla