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Alberto Silva: o centenário de um estadista

Memórias e feitos históricos marcam a trajetória do ex-governador que levantou a autoestima de um povo sofrido e submisso às chacotas do restante do País

10/11/2018 08:56

Se estivesse vivo, o ex-governador e senador parnaibano Alberto Silva estaria completando 100 anos, neste sábado, dia 10 de novembro. Para uns, ele era um visionário; para outros, um homem que pensava grande porque acreditava no potencial do Piauí. O certo é que Alberto Silva levantou a autoestima de um povo sofrido e submisso às chacotas que grassavam Brasil à fora, por parte daqueles que viam no Estado uma espécie de caldeirão onde cabia todos os impropérios, todos os adjetivos que não se aliassem ao termo progresso, como se o Piauí estivesse fadado ao fracasso, desmembrado de um País em franco desenvolvimento.

Dizia-se que o Piauí era o fim do mundo. E era mesmo, notadamente para os que habitavam o Sul do País, com seu preconceito arraigado, com a intolerância a qualquer ato respeitoso que tivesse o Estado como referência. Considerado o mais pobre do Brasil, com mais da metade da população analfabeta, o Piauí era massacrado na imprensa nacional em reportagens que comparava a bandeira do Estado a um couro de bode encimado com slogan: “Visite o Piauí antes que ele se acabe”.

Mas essa visão mudaria com a posse do governador Alberto Tavares e Silva, em 1970. Em resposta a esses achincalhes, Alberto Silva colocou o Piauí nos trilhos do desenvolvimento, na construção de estradas, atraindo indústrias e dando a Teresina ares de metrópole, com avenidas largas e prédios modernos que atraiam a atenção dos visitantes que se surpreendiam com o crescimento da única capital do Nordeste encravada nas terras do sertão.

Para o atual governador do Estado, Wellington Dias, Alberto Silva era um estadista: “Alberto Silva era alguém que pensava longe. É muito comum ouvir de quem conviveu com ele que se tratava de um célebre engenheiro; um técnico que, há 40, 50 anos, já pautava temas colocados muito além de seu tempo. Cito como exemplo dessa capacidade futurista o biodiesel e outros projetos. Realizador, gostava de obras marcantes e, na área dos transportes, a PI-104 é um destes marcos que, atualmente, vem sendo alargada em grandes trechos como a BR-135”, assinala.

O Estádio de Futebol Albertão, o Parque Potycabana, a Maternidade Dona Evangelina Rosa, o Parque Zoobotânico, dentre outras obras, estão entre os feitos de Alberto Silva, “sem deixar de citar sua proposta de Metrô a partir de uma linha férrea já existente que, agora, em nosso mandato, adquiriu três Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs)”. Todavia, para além da vocação administrativa, Alberto Silva apreciava a cultura em todas as suas formas, especialmente a música erudita, que o levou a executar peças ao piano e, daí, nasceu seu amor por Dona Florisa.

“Tocava o instrumento como fundo musical no cinema mudo no Rio de Janeiro, para ganhar um dinheirinho”, contou-nos certa vez, em seu apartamento, em Brasília, onde recebeu a mim e a minha esposa Rejane. E neste dia, ele e dona Florisa fizeram uma bela apresentação com especial talento. Estivemos em campos opostos na política em alguns momentos, mas sempre mantendo um nível de respeito mútuo”, observa Wellington Dias.

O governador lembra ainda que “no Piauí, houve um período em que Alberto Silva tinha mais do que incontáveis eleitores, tinha milhares de fãs. Sempre bem-humorado e renovado a cada dia”. E sobre a homenagem do centenário, com a entrega da Medalha da Ordem Estadual Centenário Alberto Tavares e Silva, Wellington Dias fez a homenagem merecida ao cidadão Alberto Silva, ao político, ao engenheiro, a um ser humano que marcou época no Piauí.

Veja a matéria completa na edição do Jornal ODIA desse fim de semana

Por: Marco Antônio Vilarinho
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