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Água desperdiçada daria para comprar um apartamento por dia

Do volume total de água produzida na Capital, 44,89% é desperdiçado. O percentual em dinheiro representa, no mínimo, R$ 371.617,82 diariamente.

23/10/2019 07:18

Você sabe a quantidade de água que é jogada no ralo todos os dias? Na capital piauiense, ela chega a 44,89% de tudo que é produzido. Segundo a Águas de Teresina, por dia, são produzidos 269.815,94 m³ de água, ou seja, 269.815.935,48 litros por dia. Todavia, 121.127,06 m³, ou 121.127.056,31 litros de água são perdidos diariamente na Capital. Mas o que esses números representam? Transformando em uma equação, que se baseia no valor cobrado pela concessionária de água na taxa mínima praticada em Teresina (que é de R$ 30,68 para o consumo de até 10 m³), esse desperdício é de, no mínimo, R$ 371.617,82 por dia.

Segundo Diogo Freitas, coordenador de Fiscalização da Águas de Teresina, as perdas podem ocorrer de diversas formas, a exemplo da perda aparente, que são os vazamentos nas ruas; ou devido a um hidrômetro com defeito, que não faz a medição correta da água; ou ainda por conta das ligações irregulares, que desviam água para não passar pelo hidrômetro. Também pode ocorrer pelo extravasamento de reservatórios, perdas comerciais e devido aos hidrômetros antigos, que marcam menos do que está passando. 


Foto: Jailson Soares/O Dia

Freitas destaca que a vida útil do hidrômetro é de aproximadamente 5 anos, porém é possível encontrar em Teresina medidores com até 20 anos de uso. Levando em consideração todos estes cenários, o índice de perda é calculado pela Águas de Teresina com base em tudo que sai dos reservatórios em comparação com a água que é medida em cada domicílio. 

“Dentro da perda, a maior parte está fora dos vazamentos, é onde a gente não consegue medir. É produzido na estação de tratamento, mas não conseguimos medir nos medidores. Com o que perdemos seria possível abastecer metade da cidade a mais”, explica Diogo.

Obras de pavimentação acabam provocando vazamentos na rede

As obras de pavimentação pela cidade também têm contribuído para a perda de água no sistema. Isto porque elas mexem com a estrutura da rede, que é antiga, e acaba causando vazamentos. Atualmente, a Águas de Teresina corrige, em média, 5.500 vazamentos por mês. 

“São redes antigas, que não têm como trocar em toda cidade; não dá para sair tirando os anais. Fazemos quando aparece vazamento, porque não podemos deixar toda população sem água e sem mobilidade urbana. A extensão de rede que tem em Teresina é de 2.400 quilômetros. Dá pra ir até Brasília e sobra. Embora doa na gente, a questão dos vazamentos é um problema que só será resolvido a longo prazo”, afirma Diogo Freitas.


"Dentro da perda, a maior parte está fora dos vazamentos, é onde a gente não consegue medir" - Diogo Freitas


Ações para reduzir índice de perda já apresentam resultados 

Há dois anos, o índice de perda de água vem diminuindo na Capital com as ações voltadas para troca de equipamentos de PVC por novas tecnologias. De julho a dezembro de 2017, por exemplo, era perdido 59% do que se produzia pela Águas de Teresina. Já de janeiro a dezembro de 2018, o número baixou para 56%. E, atualmente, o índice de perda alcança 44,89%.

“Nós não conseguimos chegar a 0% da perda da água, nós temos uma meta atual de chegar a 25% em 2027, que é o fim do nosso contrato.  É muito difícil atingir um índice de perda zero, é quase impossível”, argumenta Diogo Freitas.

O coordenador de Fiscalização da Águas de Teresina esclarece que as estratégias para reduzir o índice de perda de água na Capital mudaram. Anteriormente, era feito o reparo dos vazamentos, só que com o grande número de vazamentos, não era observado retorno positivo desse método, pois quando a empresa fazia o reparo em determinado local, com os dias, a pressão da água voltava a danificar outro ponto da encanação. 


Info: O Dia

“Isso ocorria devido ao tempo do material e à qualidade, pois não é adequado para os dias de hoje. As pressões que trabalhamos atualmente são diferentes. Então, nós passamos a substituir o ramal, que é o que liga a rede de distribuição até o cliente”, esclarece o coordenador de Fiscalização da Águas de Teresina, acrescentando que, até agora, já foram substituídos mais de 6 mil ramais na cidade, o que representa, em linha reta, mais de 35 km, já que cada ramal tem, em média, de 5 a 6 metros.

Já de 2018 para 2019, comparando mês a mês, houve uma redução de 10% no número de vazamentos. Para Diogo Freitas, este resultado é motivado pelo Centro Operacional, que funciona da seguinte maneira: antes do cliente ligar, o sistema mostra que a pressão da água está baixa em determinada área. O primeiro passo é ver se tem vazamento aparente. Caso não haja, começa o trabalho de detecção de algum vazamento não aparente.

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Por: Sandy Swamy, do Jornal O Dia
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