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Operações digitais devem fechar agências bancárias até 2020 no Piauí

Uma crise causadas pelas operações digitais estão diminuindo o número de funcionário e lucro das grandes agências. O Itaú, da Avenida Frei Serafim, será fechado no dia 18 deste mês.

11/11/2019 18:05

O presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí, Odaly Medeiros, classificou nesta segunda-feira (11) como preocupante a situação que grandes bancos instalados no Piauí vêm passando para se manterem de portas abertas ao público. A agência do Itaú, localizada na Avenida Frei Serafim, será fechada no próximo dia 18 deste mês. Outras agências do interior correm riscos de serem fechadas até o final de 2020.


Itaú da Frei Serafim será fechado dia 18 deste mês. Foto: Davi Fernandes. 

Segundo Odaly, um dos fatores para grave crise estaria ligado as chamadas fintechs, empresas digitais que usam da tecnologia para operações financeiras e, consequentemente, reduzem o número do quadro de funcionário das agências bancárias.

“Essa crise já vem de muito tempo. Segundo o PAQ (Programa de Adequação de Quadros) do Banco do Brasil é previsto que mais de 600 agências saiam dessa condição para PA (Ponto de Atendimento). Uma agência que tem 20 a 30 funcionários, ela se resumirá no máximo a dois. Tudo isso por causada pelas novas tecnologias e, portanto, extremamente preocupante”, disse.

Clientes em uma agência bancária do Banco do Brasil. Foto: Arquivo O Dia. 

O presidente explica como as mudanças tecnológicas podem impactar diretamente no atendimento aos usuários.

“Só pra você ter uma ideia do tamanho do prejuízo que sociedade terá, com o número de empregados reduzidos nas agências e fluxo cada vez mais intenso de pessoas não dará pra fazer um atendimento adequado à demanda do público. Além de não atender a lei do tempo de fila que é no máximo de 40 minutos”, conta.

Odaly Medeiros. Foto: Arquivo Pessoal

Oladly crítica ainda a postura adotada pelo Governo Federal nas políticas voltadas para privatização de grandes centros que, segundo ele, agrava ainda mais a crise.

“O ministro da economia, Paulo Guedes, foi muito claro ao dizer que tem 17 estatais brasileiras para serem privatizadas. E dentro desse contexto, estão os bancos públicos, Petrobras, Correios... Então é um governo que valoriza o setor privado, que só pensa em lucro, e não um setor para gerar emprego”, ressaltou.

Questionado se seria contra o avanço tecnológico em relação a facilidade dos usuários aos serviços, Odaly Medeiros disse que é necessário aliar as duas coisas e não tornar uma excludente da outra.

“O pensamento dos grandes bancos é este. O que você vai fazer no banco se tudo você pode fazer pelo celular? Operações virtuais, transferências, pagamentos, depósitos digitalmente. Então não precisa ter mais a presença do cliente dentro da agência porque supostamente tudo pode fazer dentro de casa. E a gente sabe que isso muitas das vezes não oferece nenhuma segurança ao usuário”, conta.

O que acontece com funcionários de agências fechadas

Os funcionários de agências que fecharem são transferidos para outras unicidades com vagas em outros municípios ou poderão optar pelo reenquadramento de atividade. Em última hipótese, os empregados são desligados sob consequência do fechamento da agência.  

Edição: Adriana Magalhães
Por: Jorge Machado, do Jornal O Dia
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