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A cada minuto, nove mulheres são agredidas no Brasil, aponta pesquisa

Iniciativa #TemQueRespeitarasMinas!, do Ministério Público, acontece com a divulgação de peças educativas e informativas nas redes sociais.

27/02/2019 07:20

A utilização das redes sociais como parte da rotina de vida de milhões de pessoas em todo o Brasil coloca este espaço como importante aliado na propagação de informações. E é por esse motivo que o Ministério Público do Piauí (MPPI), através da 10ª Promotoria de Justiça, que integra o Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid), intensifica uma campanha de combate à violência e ao assédio contra a mulher, exclusivamente, através das plataformas digitais durante o período de Carnaval. A campanha #TemQueRespeitarasMinas! acontece com divulgação de peças educativas e informativas nas redes sociais.

“Nossa campanha quer mostrar que a mulher pode se divertir da forma que ela quiser. Através de mensagens ilustrativas, atuaremos durante todo o Carnaval para que este seja um período sem importunação sexual para as mulheres. Temos que lembrar que antes tínhamos a importunação apenas como contravenção penal passível de multa; hoje, é crime. Então que a mulher possa dançar, se vestir como quiser, sem que os foliões achem que estão autorizados a invadi-la irritações", destaca a promotora Amparo Paz, que é coordenadora do projeto e titular da 10ª Promotoria de Justiça e Coordenadora do Nupevid/MPPI.

A campanha soma-se a um conjunto de ações desenvolvidas por órgãos públicos e a sociedade civil no intuito de enfrentar o grave cenário que persiste quanto à violência contra a mulher no Piauí e no Brasil.

Nove mulheres são agredidas por minuto

Um reforço para a importância deste tipo de campanha pode ser constatado na pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil", divulgada ontem (26), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento, realizado pelo Instituto DataFolha, ouviu 1.092 mulheres acima de 16 anos, nos dias 4 e 5 de fevereiro deste ano, em 130 municípios do país. De acordo com uma projeção feita, nos últimos 12 meses, 12.873 mulheres foram agredidas por dia, o que significa 536 por hora e nove por minuto.

Quando perguntadas onde sofreram a agressão, 42% afirmam que em casa; 29,1% na rua; 8,2% na internet - redes sociais e aplicativos; 2,7% bar, balada; 1,4% na escola, faculdade e 9% em outro lugar. Os dados revelam crescimento em algumas das situações. Em 2017, por exemplo, apenas 1,2% disse ter sofrido violência a partir de contato no mundo virtual.

“Um dos nossos motes é disseminar a denúncia, que essa mulher não se cale. A denúncia é que vai evitar que a situação progrida, da violência psicológica que evolua para a física, e assim para situações mais graves. O Ministério Público está pronto para acolher estas mulheres, elas devem nos procurar”, finaliza Amparo Paz.

Em um ano, 22 milhões de mulheres entre 16 e 24 anos foram vítimas de assédio no país

Receber comentários desrespeitosos na rua ou no ambiente de trabalho, ser beijada sem consentimento ou abordada de maneira agressiva. Além de agressão ou violência, a pesquisa DataFolha também apresentou uma série de situações que caracterizam assédio e, entre as opções apresentadas, 37,1% das mulheres, cerca de 22 milhões, responderam ter sido assediadas no último ano.

A faixa etária mais vitimizada pelo comportamento abusivo acontece entre as mulheres de 16 a 24 anos – 66,1%. De 25 a 34 anos, o percentual também é alto, de 53,9%.

Os dados mostram que 32,1% ouviram comentários desrespeitosos quando estavam andando na rua; 11,5% receberam cantadas ou comentários desrespeitosos no ambiente de trabalho; 7,8% foram assediadas fisicamente em transporte público como no ônibus, metrô; 6,2% foram abordadas de maneira agressiva na balada.

Por: Glenda Uchôa
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