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"œNão tem impacto imediato", explica médico sobre restrições no Piauí

O médico apontou quatro frentes de combate a pandemia, entre elas o distanciamento e o tratamento precoce

22/03/2021 16:14

O médico piauiense Pedro Leopoldino, em entrevista ao O Dia News nesta segunda-feira (22), explicou que as medidas restritivas adotadas pelo governo do estado deverão apresentar resultados positivos na redução da transmissibilidade da Covid-19 daqui a algumas semanas e defendeu o distanciamento como uma forma eficaz para evitar novos casos e aumento de óbitos pelo novo coronavírus.

“Essas medidas não têm impacto imediato. Elas estão sendo tomadas agora e o resultado nós vamos colher lá na frente. Sabemos que a situação é extremamente grave. Estamos vivendo uma catástrofe. As pessoas precisam entender que devem evitar aglomerações, até porque é uma doença que é transmitida de pessoa para pessoa. É preciso que as pessoas estejam distantes uma das outras”, disse.


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O médico apontou quatro frentes de combate a pandemia: os cuidados pessoais, como higienização das mãos e distanciamento social, tratamento precoce, tratamento dos pacientes graves e vacinação. Segundo ele, o tratamento precoce, que é questionado pela grande maioria do profissionais de saúde, deve ser encarado como um entendimento pessoal de cada médico.

Foto: Jailson Soares / O Dia

“O acolhimento precoce é um protocolo de atendimento. Utilizei em vários dos meus pacientes com resultados excelentes. Eu não tive um óbito e internei apenas duas pessoas. O tratamento precoce deve ser melhor avaliado por muita gente. Têm muitos profissionais que são contra, mas é um questão pessoal, de consciência e de observação médica”. Pedro Leopoldino descartou que a defesa do tratamento precoce seja por questões ideológicas.

“Não acredito que meus colegas médicos, com toda uma formação para salvar vidas de forma ética, profissional, que façam isso por questão de ideologias. Eles acreditam mesmo que as drogas sejam efetivas e, por isso, têm todo o direito de usar e isso foi dado a eles no dia que receberam o diploma de médico”, completou.

O especialista criticou as divergências entre o presidente Bolsonaro e os governadores no enfrentamento à Covid-19. Para ele, as posições conflitantes causaram grande prejuízo na condução da pandemia, mas observa com boa expectativa a chegada do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

“A troca de ministros foi uma coisa muito ruim. Você abre um hiato entre uma forma de pensar e outra. Essa mudança não faz bem. O novo ministro, Marcelo Queiroga, que conheço de perto, é um homem capaz, muito culto. Ele tem laços familiares no Piauí, tem primos que trabalham aqui no estado. É afeito ao diálogo e acredito que ele possa dar um novo rumo ao enfrentamento da pandemia”, disse.

Pedro Leopoldino finalizou defendendo que a saúde e a economia sejam trabalhadas em conjunto para evitar prejuízos na saúde mental das pessoas. “A saúde financeira tem repercussão sobre a saúde física da pessoa. São duas vertentes que precisam ser tratadas da melhor maneira possível para evitar que haja um estrangulamento”, concluiu.

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