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Trump recua e diz que Rússia interferiu em eleição

Na ocasião, em uma inesperada troca de gentilezas com o líder russo, ele colocou em dúvida as conclusões do FBI sobre a interferência russa nas eleições do país -e foi criticado até por aliados.

18/07/2018 08:37

 Em um pronunciamento com tons de contenção de danos, o presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (17) que tem "completa confiança" nas agências de inteligência do país e afirmou que a Rússia interferiu nas eleições dos Estados Unidos em 2016. "Vou ser totalmente claro: eu aceito a conclusão da nossa inteligência de que houve intromissão russa nas eleições de 2016", declarou. Mas, em seguida, complementou: "Podem ter sido outras pessoas também. Há muita gente lá fora".

De forma incomum, o republicano, conhecido pelos rompantes retóricos, leu frases inteiras em um papel à sua frente, durante seu primeiro compromisso após a criticada entrevista ao lado de Vladimir Putin, na segunda (16).

Na ocasião, em uma inesperada troca de gentilezas com o líder russo, ele colocou em dúvida as conclusões do FBI sobre a interferência russa nas eleições do país -e foi criticado até por aliados. Ele disse que a negativa de Putin sobre o possível envolvimento de Moscou havia sido extremamente poderosa.

Desta vez, o presidente recuou, ainda que com ressalvas, e fez questão de elogiar o "tremendo talento" dos agentes da inteligência americana, em quem disse ter "fé total". Trump disse que se impressionou com a repercussão de suas declarações ao lado de Putin e afirmou que era preciso esclarecer a situação.

De acordo com o mandatário, em uma de suas principais frases, ele errou a explicação: disse que não via motivos para acreditar que a Rússia "seria" a responsável pela intromissão eleitoral, em vez de "não seria". O incômodo do republicano, porém, era visível. No meio das declarações desta terça, quando falava que tinha fé nas agências de inteligência, a luz da sala se apagou. "Devem ter sido os agentes da inteligência", brincou.


Donald Trump e Putin se encontraram na última segunda-feira (16). Foto: Reprodução/FotosPúblicas

Trump declarou que seu governo continuará combatendo interferências externas no processo eleitoral, mas ressaltou que "as ações da Rússia não tiveram qualquer impacto no resultado das eleições" -vencidas por ele.

Ainda assim, o presidente defendeu sua reunião com Putin, dizendo que é bom que os EUA mantenham boas relações com a Rússia, e afirmou que está em busca da paz. "Eu entrei na reunião com a firme convicção de que diplomacia e engajamento são melhores do que hostilidade e confronto", disse o republicano. "Há diversas discordâncias entre nossos países, mas eu também entendo que o diálogo é muito importante."

Minutos depois do mea-culpa de Trump, a Casa Branca ainda soltou um comunicado sobre as ações do governo contra as "maldades" da Rússia, destacando medidas de proteção contra ciberataques ao sistema eleitoral, sanções econômicas contra o país e a expulsão de agentes russos, em retaliação à "postura desestabilizadora" do regime de Putin.

"O presidente tem se oposto à influência maligna da Rússia ao redor do mundo", informou a nota.

A interferência da Rússia nas eleições de 2016 é investigada pelo FBI, que virou alvo das críticas de Trump, cuja campanha é suspeita de ter se beneficiado da ação russa no processo eleitoral. O republicano rechaça as suspeitas veementemente e vive às turras com o órgão, a quem acusa de promover uma "caça às bruxas".

Fonte: Folhapress
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