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França reage à decisão de Trump de retirar apoio a carta do G7

Presidente dos Estados Unidos retirou no sábado (9) sua assinatura do acordo conjunto do G7, que aconteceu em Quebec, no Canadá.

10/06/2018 11:25

A França reage à guinada do presidente americano, Donald Trump, sobre o comunicado conjunto do G7. "A cooperação internacional não pode depender de ataques de raiva e palavras mesquinhas: sejamos sérios e dignos de nossos povos", diz uma nota do Palácio do Eliseu divulgada neste domingo (10).

Em mais uma série de tuítes imprevisíveis, o presidente dos Estados Unidos retirou no sábado (9) sua assinatura do acordo final que havia aprovado poucas horas antes de deixar o Canadá, onde os líderes do G7 (Estados Unidos, Canadá, Japão, França, Alemanha, Reino Unido e Itália) se reuniram durante dois dias para discutir principalmente a tensão comercial com Washington.

Em mais uma reviravolta daquelas que ninguém esperava, Trump retomou as ameaças de guerra comercial, chamou Justin Trudeau, o líder canadense que presidiu a reunião, de desonesto e surpreendeu os aliados do G7.

"Baseado nas falsas declarações de Justin em sua coletiva de imprensa e no fato que o Canadá cobra tarifas enormes de nossos fazendeiros, trabalhadores e companhias, ordenei a nossos representantes para não apoiarem o comunicado", tuitou Trump do avião que o leva a Singapura. Ele também reiterou a ameaça de impor tarifas "aos carros que inundam o mercado americano", em uma decisão que aponta inicialmente para a Alemanha.

Trump atacou duramente Trudeau, que como anfitrião da cúpula assumiu a condução das deliberações e divulgou seus resultados. Ele disse que Trudeau foi "submisso e dócil" durante as negociações para depois dizer na coletiva que não havia sido pressionado. Trump qualificou também Trudeau de "muito desonesto e fraco" e acrescentou que as recentes tarifas dos Estados Unidos ao aço e ao alumínio do Canadá foram uma resposta às sobretaxas que o Canadá impôs aos produtos lácteos dos Estados Unidos.

Os tuítes de Trump foram divulgados horas depois do fim da cúpula do G7, quando os participantes começavam a ir embora do Canadá. O presidente francês, Emmanuel Macron, soube da guinada quando já estava no avião para retornar à França.

O gabinete de Trudeau informou que as críticas do primeiro-ministro canadense a Trump na coletiva foram apenas uma reiteração do que ele já tinha dito ao americano pessoalmente. "Estamos concentrados em tudo o que conquistamos aqui na cúpula do G7", afirma um comunicado do gabinete de Trudeau divulgado no Twitter. "O primeiro-ministro não disse nada que não tivesse dito antes – tanto em público quanto em conversas privadas com o presidente Trump", acrescenta.

"Incoerência e inconsistência"

A nota do palácio do Eliseu denuncia a "incoerência" e a "inconsistência" de Trump. "Nós passamos dois dias negociando para concluir um texto e compromissos. Vamos permanecer ligados a ele, e qualquer um que der as costas [ao comunicado conjunto] mostra sua incoerência e inconsistência", afirma o Palácio do Eliseu em seu comunicado. "A França e a Europa continuam a apoiar este comunicado, como esperamos de todos os membros signatários", concluiu a presidência.

Especialistas franceses veem na atitude imprevisível de Trump um jeito dele reforçar seu cacife e exibir força para a cúpula de Singapura com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, além de rebaixar os aliados.

O presidente norte-coreano chegou à cidade-Estado asiática algumas horas antes do republicano. Antes do encontro com Trump, na terça-feira (12), na pequena ilha de Sentosa, Kim reúne-se hoje com o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong. Mas Kim já advertiu que pretende deixar Singapura cinco horas depois do início da reunião com Trump.

Fonte: G1
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