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Em comunicado final, G20 isola EUA sobre mudanças climáticas

O texto registra o apoio da maioria pelo Acordo de Paris, firmado em 2015 por 195 países para limitar o aquecimento global.

08/07/2017 16:38

A cúpula do G20 em Hamburgo, na Alemanha, se encerra neste sábado (8) cravando as divergências entre os Estados Unidos e o restante dos países-membros, que representam as principais economias do mundo, incluindo o Brasil.

O comunicado final do encontro, iniciado nesta sexta (7), deixa evidente a existência de duas posições sobre a mudança climática: uma apoiada por 19 membros do G20, e a outra pelos EUA.

Foto: Bundesregierung / Bergmann

O texto registra o apoio da maioria pelo Acordo de Paris, firmado em 2015 por 195 partes para limitar o aquecimento global. Mas há um parágrafo extra descrevendo a posição divergente americana –o procedimento rompe com a tradição da cúpula.

O presidente americano, Donald Trump, anunciou anteriormente sua intenção de deixar o acordo, que ele considera danoso à economia.

"Ficou claro que não há um consenso, e o desacordo está em evidência", disse a chanceler alemã, Angela Merkel, em entrevista coletiva. Anfitriã do evento, ela concorre ao quarto mandato em setembro.

"Os EUA lamentavelmente se afastaram do acordo do clima, mas fiquei satisfeita que os outros líderes pensem que o tratado é vinculativo e que tem de ser aplicado."

O G20 reúne 19 países e a União Europeia, além de organismos internacionais. Houve também discussões sobre barreiras comerciais, migração e terrorismo.

Mas provavelmente o acontecimento mais relevante da cúpula tenha sido o encontro entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, na sexta. Conversaram por mais de duas horas e discutiram a suposta interferência russa nas eleições americanas de 2016.

Putin disse, em discurso neste sábado, ter sentido que Trump aceitou sua explicação de que não se envolveu no pleito. Mas sugeriu que Trump fosse consultado sobre sua própria conclusão.

PROTESTOS

O Acordo de Paris havia sido estabelecido por Merkel como o principal assunto para a cúpula de Hamburgo.

A chanceler foi questionada durante boa parte de sua entrevista, porém, devido a outro tema: as manifestações contrárias à cúpula, vista como símbolo do capitalismo.

Houve protestos violentos desde o início da semana. Na sexta, ao menos 160 policiais ficaram feridos e 70 pessoas foram detidas, e dezenas de carros foram incendiados. As manifestações do sábado reuniram mais de 10 mil.

Merkel foi criticada mesmo por figuras ligadas a seu aparato de segurança por ter decidido receber a cúpula em Hamburgo, a segunda maior cidade do país, quando o G20 costuma ser realizado em áreas afastadas e mais fáceis de controlar.

A chanceler refutou a crítica. "Não podemos aceitar que haja áreas em que não possamos realizar determinados encontros", disse.

A jornalistas, a chanceler afirmou que a decisão de sediar o G20 foi tomada em conjunto com a polícia, e prometeu que governo vai contribuir com a reconstrução dos bairros depredados durante a onda de violência.

Fonte: Folha de São Paulo
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