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Mulheres têm pouca informação sobre câncer de mama

Os resultados de uma pesquisa encomendada pela Femama ao DataFolha este ano mostram que 82% das mulheres lembram-se do exame de toque como a melhor forma de prevenção e detecção do câncer de mama.

25/09/2009 09:55

Os resultados de uma pesquisa encomendada pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) ao Instituto DataFolha este ano mostram que muitas mulheres (82% do total da amostra) lembram-se do exame de toque como a melhor forma de prevenção e detecção do câncer de mama.

Apesar de o câncer de mama ter sido o mais lembrado entre as mulheres, apenas 35% delas apontaram a mamografia como modo mais eficiente de se prevenir ou detectar a doença.

Indagada sobre a melhor forma de se prevenir ou detectar o câncer de mama precocemente, a turismóloga Daniela Ferreira, 22 anos, lembra-se imediatamente do mesmo que muitas mulheres da pesquisa lembraram. “Autoexame, sempre. Dá para a mulher fazer quando está tomando banho e ela pode pedir pra ginecologista explicar como faz”, explica. Mas, logo completa: “E também ir à medica pelo menos uma vez por ano”.

Daniela já detectou um pequeno nódulo no seio através do auto-exame e, a partir dessa percepção, foi encaminhada a fazer uma ultrasonografia da mama. O diagnóstico foi de que Daniela possuía uma ilhota de gordura

Para o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o auto-exame, de forma isolada, não é a forma mais indicada de se detectar o câncer de mama, pois gera uma série de conseqüências negativas, como aumento do número de biópsias de lesões benignas, falsa sensação de segurança nos exames falsamente negativos e impacto psicológico negativo nos exames falsamente positivos. O ideal é que ele seja feito sim, mas que exames clínicos, feitos por profissionais habilitados, ultrasonografias e mamografias não sejam descartados.

“Nos anos 90 houve uma campanha intensa estimulando as mulheres a fazerem o exame do toque. Só que, naquela época, existiam maiores dificuldades em relação à detecção de tumores e o câncer estava ascendendo no país. Hoje, esse não é mais o ideal. O Brasil tem profissionais e equipamentos para a realização dos exames”, esclarece o mastologista e vice-presidente da Femama, Luís Ayrton Santos. “A tecnologia de hoje consegue detectar um tumor de 0,3 mm, que a mão da mulher não consegue apalpar”, argumenta.

O médico vê os dados da pesquisa com preocupação, mas acredita que é o momento de haver outra conscientização das mulheres em relação aos exames detectores de irregularidades mamárias. “O planejamento é estimular as mulheres a irem ao médico, fazerem a mamografia, a ultrassonografia e ficarem sempre em observação. Tomadas essas medidas, um câncer em estágio inicial tem de 95% a 98% de chances de cura”, explica o médico.

A constante lembrança deste tipo de câncer entre as mulheres demonstra que o câncer de mama é o mais temido entre o público feminino. Os motivos para este temor vão desde os prejuízos físicos com o tratamento, até o psicológico, com a alteração da percepção de sexualidade feminina.

O câncer de mama ainda é raro em pessoas com menos de 35 anos, mas, após esta idade, os riscos aumentam progressivamente. De acordo com o Inca, o câncer de mama é o que mais causa morte entre as mulheres. No mundo, é uma das principais causas.

Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento de um câncer de mama estão a idade e o histórico familiar. Ingestão de álcool, menarca precoce, menopausa tardia, ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e nuliparidade (não ter filhos) também são exemplos de fatores de risco para o desenvolvimento do câncer.
Fonte: Natália Vaz/ Jornal O Dia
Edição: Portal O Dia
Por: Portal O Dia