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Solidariedade move o lado positivo da pandemia

Elivanda e Janycleya entregam quentinhas aos motoristas de caminhões que passavam na Av. Transamazônica

17/04/2020 09:05

Nos noticiários e redes sociais, é possível ver a evolução do ser humano ao ajudar o outro. A exemplo, o agradecimento em massa aos profissionais da saúde que continuam na linha de frente contra o vírus, a ajuda e divulgação de informações para pessoas em situação de rua e doações de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) para hospitais. Assim, é possível ver a solidariedade em cada ponto da pandemia.

Em Oeiras, uma filha e esposa de caminhoneiros resolveram dar um pouco de afeto a esta categoria pouco valorizada, mas que movimenta o nosso país. No dia 3 de abril, as assistentes sociais Elivanda Borges e Janycleya Carlos realizaram entregas de quentinhas aos motoristas de carretas e caminhões que passavam na Avenida Transamazônica.

"Em meio à situação que estamos vivendo, sentimos que não podíamos parar. Tínhamos que começar a ajudar o próximo. E já começamos dentro da nossa casa. Então, tínhamos que colocar o nosso projeto em prática, ‘ajudar o próximo sem olhar a quem’. Iremos dar continuidade na ação, mais atendendo outros públicos", explica Elivanda Borges.

Elivanda Borges e Janycleya Carlos entregaram quentinhas a caminhoneiros em Oeiras (Foto: Arquivo Pessoal)

Para realizar a boa ação, as profissionais receberam apoio do comércio da cidade, amigos e familiares. Elas relatam que os caminhoneiros as olhavam com o sentimento de respeito e alguns paravam para conversar.


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"Nos sentimos tapando uma ferida que está na nossa alma, notícias ruins, sofrimento, dor e angústia estão sendo o cotidiano de todos nós. Mas também vivenciamos muitos brasileiros ajudando alguém de alguma forma. Temos o sentimento de dias vencidos, mesmo com preocupações com nossos familiares, amigos e todos que estão vivendo a luta contra esse vírus silencioso. E conseguimos fazer algo, escutamos um ‘obrigada’, e mesmo que por um instante podemos mudar uma realidade", conta Janycleya Carlos.

Isolamento social é tempo de aprendizado

Pode-se dizer que em meio ao caos a humanidade encontrou forças para respirar, ficar com a família, ter um reencontro consigo e um descanso forçado? Será que após o fim da pandemia as relações interpessoais irão mudar? Para Vânia Reis, da Federação Espírita Piauiense (FePiauí) e idealizadora do Projeto Caminhos, é tempo de aprender. Aprender as virtudes: tolerância, aceitação, perdão, compaixão, caridade, aceitação.

Tempo de reencontro retomando o sentido da vida, o sentido da dor em nossa existência e fortalecendo as bases da fé. Tempo para potencializar a coragem que vem da fé em Deus. "A dor tem função educativa, ensina-nos a buscar o autoconhecimento, a iluminar a relação com o outro e a fortalecer nossa relação com Deus. É momento de viver a compaixão, buscando ajudar a todos os que necessitam de auxílio material, auxílio espiritual e emocional. Tempo de não julgar, mas de compreender a dor e agir", acredita Vânia Reis.

A espírita ressalta que, quando passar os momentos mais cruciais da crise, não teremos nos modificado radicalmente, mas teremos movimentado a estrutura de valores com que precisamos romper.

"Teremos avançado no assentamento de novas bases para os relacionamentos sociais. Teremos compreendido, um pouco mais, as lições de Jesus, seja quando nos diz ‘Vinde a mim todos vós, que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei’ ou quando diz ‘meu jugo é leve e meu fardo é suave’, referindo-se à observância da Lei de Amor. Lento e permanente processo evolutivo. Pelo qual, tudo a fazer é ser grato e aprendiz", finaliza. 

Por: Sandy Swamy - Especial para o Jornal ODIA
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