Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Mães que exercem atividades durante pandemia relatam medos e superações

Em quase três décadas de atuação como enfermeira,Adélia Oliveira sempre lidou com o cuidado de pessoas, fossem elas próximas ou totalmente desconhecidas.

09/05/2020 09:17

Em quase três décadas de atuação como enfermeira,Adélia Oliveira sempre lidou com o cuidado de pessoas, fossem elas próximas ou totalmente desconhecidas. Para cuidar, estava perto como profissional da saúde da família, nos plantões como socorrista, nas aulas enquanto professora, na função de filha e de mãe.

Mas, por conta da pandemia do novo coronavírus, pelo primeiro ano ela destaca uma mudança de perspectiva. “A maior prova de amor que eu darei para minha mãe e filhos, este ano, é a distância. Assim, eu sei que eu darei saúde”, diz. Não há dúvidas: o Dia das Mães, comemorado neste domingo (10), em muitos lares será celebrado diferente, provavelmente sem beijos ou abraços. Para as mães que estão exercendo as atividades consideradas essenciais e não precaução quanto ao risco de infecção e transmissão do vírus é uma constante. Por isso, os cuidados também. Adélia, que trabalha como enfermeira na equipe de socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), lida, diariamente, com pessoas que têm quadro de risco de infecção por coronavírus.

Para se resguardar, os profissionais da saúde seguem um rígido processo de paramentação. “Hoje tivemos que adotar uma postura diferente nos atendimentos. Além de máscara, roupa, agora também é feita a descontaminação da ambulância. O que demorava uma hora, hoje demora três”, explica.

Os cuidados redobrados ajudam a proteger tanto a equipe quanto o paciente. Para Adélia, a proteção da equipe tem uma importância acrescida: diariamente, ela compartilha com o filho, o médico Eduardo Cordeiro, a atuação de socorro solicitadas em Teresina.

“Nós temos papeis distintos dentro da viatura e o olhar é para a equipe toda, mas eu observo com atenção se ele não está com alguma parte exposta, se está bem protegido. Mas sempre tivemos uma relação bem profissional, apesar de algumas vezes ele me chamar de mãe”, conta entre sorrisos.


Mães que exercem atividades durante pandemia relatam medos e superações. Arquivo

Ser mãe e ser filha

O olhar de cuidado que tem com o filho, Adélia estende para toda a família – a enfermeira ainda é mãe de uma jovem. Sempre ao sair de casa com uma roupa, volta com outra, após tomar todas as medidas de desinfecção depois de sair das unidades de saúde. Por ser mãe, mas filha também, este ano, ela conta que passará o Dia das Mães longe da matriarca da família.

“Minha mãe tem 73 anos e este ano vou providenciar uma cesta, tentar falar pelo Facetime, mas o maior presente que posso dar é a saúde para ela, ficando distante", explica.

Neste domingo, no Dia das Mães, a enfermeira estará de plantão, fazendo o que toda mãe já pôde fazer um dia: garantir vidas para o mundo.

Por: Glenda Uchôa
Mais sobre: