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Meio ambiente: Muito além dos canudinhos

Iara Gomes é das que tem a total consciência de que muito do que é considerado lixo pode ser reutilizado de uma forma muito positiva.

06/07/2019 09:03

Nos últimos anos, o canudo plástico entrou no alvo de campanhas de conscientização ambiental em todo o mundo. Vários estabelecimentos e cidades têm criado alternativas ao uso do utensílio como solução para incentivar a população a diminuir o número de plásticos nos oceanos. Teresina aderiu à tentativa e estabeleceu, em lei, a proibição do uso do item em estabelecimentos. Mas há quem faça, diariamente, de atitudes também corriqueiras, ainda mais para diminuir o impacto de suas ações sobre o meio ambiente. A reutilização de alimentos, escolha de transporte não poluente e coleta seletiva de lixo estão entre as decisões de teresinenses para contribuir com um mundo mais saudável.

Iara Gomes é das que tem a total consciência de que muito do que é considerado lixo pode ser reutilizado de uma forma muito positiva. O quintal da sua casa é a prova concreta do que pensa: frutas, plantas medicinais, flores e plantas ornamentais se espalham pelo ecossistema cuidado e nutrido a partir das sobras de alimentos do consumo diário de sua família.

Por meio da compostagem, a professora transforma o que seria jogado fora em adubo. No seu quintal, espalha-se uma imensa quantidade de plantas frutíferas que sombreiam todo o espaço. Todas plantadas e cuidadas por ela. “Aprendi com meu avô, desde pequena, a gostar de roça e do plantio. Fui começando aos poucos e, agora, que aprendi a mexer um pouco no Youtube, eu consigo pegar mais dicas”,ressalta.


Fotos: Jailson Soares/ODIA

Lixo domiciliar vira adubo 

Com as experiências da vida, ela aprendeu que as cascas de plantas e legumes, quando separadas e misturadas da maneira correta, são capazes de produzir um potente adubo para as plantas, flores e hortaliças que vê crescer em seu quintal.Já com a internet, entendeu que poderia utilizar minhocas para a produção de húmus e acelerar ainda mais o processo de cuidado daquele ecossistema.

Em quatro compartimentos distribuídos no quintal, Iara produz todo o adubo que precisa através das técnicas. Foi dessa forma que ela e a família viram a produção de lixo que é descartado reduzir drasticamente, enquanto o benefício de ter acesso a alimentos cultivados sem agrotóxicos aumentar. Nem a borra do café, que é muito consumido pela família, vai para o lixo. “Todo dia, seleciono e separo o que vou reutilizar. Todo mundo aqui já sabe. Hoje, descartamos só os itens de higiene e alimentos que não podem ser reutilizados. Mas até plástico e latas, eu separo para reutilizar como vasinho”, comenta.

No quintal, pés de figo, graviola, manga, jabuticaba, ata, condessa, banana, amora, hortaliças e flores se engradecem com o benefício da reutilização. “Eu tenho um bocado de problema de saúde, na verdade, a maioria da família já está na terceira idade. Tenho fibromialgia e, nos dias que estou com dor, o melhor é me movimentar, quando venho pra cá e começo a mexer nas plantas não sei nem o que é dor. Isso faz muito bem”, comprova.

Com a experiência, Iara faz recomendações assertivas de que é possível produzir mesmo em pequenos espaços, caso exista luz e cuidados, qualquer planta pode se desenvolver. “Antes, eu tinha uma hortinha na janela. Então é possível ter seu canteiro até em apartamento. O cultivo de cebolinha, orégano e outras hortaliças é muito fácil. A vida é relacionada à luz, então, com água e sol tudo cresce”, finaliza.

Por: Glenda Uchôa - Jornal O DIA
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