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Igrejas se unem em campanha contra o suicídio em Teresina

Grupos ficam acampados nas entradas das principais pontes da cidade compartilhando mensagens de amor e esperança a quem passa.

23/06/2019 08:11

Quem passa pela Avenida Frei Serafim tem se deparado com um grupo de pessoas acampadas na entrada da ponte Juscelino Kubitscheck, segurando faixas e cartazes com palavras de amor e esperança. A escolha do lugar não foi aleatória e tem muito a ver com o propósito da ação. É que as pontes de Teresina têm sido cenário de um número frequente de casos de suicídios na Capital e os grupos que ali se fixam estão tentando justamente ajudar a reverter este quadro.

A iniciativa partiu de grupos das Igrejas Evangélicas e da Igreja Católica de Teresina, que se uniram para levarem palavras de conforto, carinho, amor e esperança para aqueles que mais precisam e que não conseguem enxergar mais nenhuma perspectiva na vida. Munidos de fé e muita disposição, os grupos oferecem abraços e acolhimento a quem a eles recorrerem. 

A iniciativa é recente na Capital piauiense, tendo iniciado nos primeiros dias deste mês de junho, por incentivo de grupos voluntários do Rio Grande do Norte, após casos seguidos de suicídio naquela cidade. É o que explica o voluntário Thiago Melo: “Aquilo meio que mexeu com a gente e sabendo desse alto índice de suicídio aqui na nossa Capital, a gente decidiu fazer algo. Nos reunimos com o pessoal, fizemos divulgação nas redes sociais, recrutamos mais gente e formamos essa rede de ajuda ao próximo”.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

O projeto começou com 30 pessoas e hoje já são mais de cem voluntários se revezando em grupos e em esquema de plantão das 7h da manhã até as 20 horas todos os dias nas pontes de Teresina. Nas reuniões de preparação, os participantes receberam instruções de psicólogos e demais profissionais da saúde, como enfermeiros e médicos, além de terem contado também com a ajuda de profissionais da segurança para aprenderem a lidar em casos de situações extremas e necessidade de abordagem.

Yara Naira, que também é voluntária, relata que o principal propósito da iniciativa é mostrar para o outro que há alguém que se importa com ele mesmo quando ele se sente sozinho no mundo. “Nós estamos aqui para conversar, abraçar, acolher, porque a gente sabe que o mundo é carente de amor. Às vezes são mães, são pais, são filhos que não conseguem mais ver o amor em nada, nem dentro de suas próprias casas e a gente tenta mostrar que nem tudo está perdido, que há sempre uma outra saída, uma palavra positiva para que ela não desista jamais. Que existe ainda muita vida para ser vivida”, diz Yara.

Por: Maria Clara Estrêla
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