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Gente que fez e faz notícia: especial em alusão aos 69 anos do Jornal O Dia

Há 69 anos, as páginas do Jornal O DIA são referência histórica não só do Piauí, como também do Brasil e do mundo

01/02/2020 10:17

Pelas páginas do Jornal O DIA, há 69 anos, passam acontecimentos e personagens que contam a história não só do Piauí, como também do Brasil e do mundo. Para fazê-lo, são necessárias muitas mãos e empenho. Repórteres, fotógrafos, editores, diagramadores, gráficos e entregadores compõem a engrenagem humana que possibilita, diariamente, que as notícias se formem em palavras e imagens estampadas no papel. E, com a marca de credibilidade, chega até o leitor. Neste 1º de fevereiro, O DIA comemora seu aniversário com a 19.585ª publicação.

Foto: Jailson Soares.

Depois de tantos anos, por ser uma mídia com tempo de apuração e edição, o jornal existe não apenas para contar histórias, mas para explicá-las. Por isso, é dividido por editorias e oferta ao leitor compreensão nas áreas de política, cidade, economia, empreendedorismo, cultura e temáticas nacionais. Valmir Miranda, que é presidente do Sistema O Dia de Comunicação, destaca o porquê de a credibilidade ser usada como o grande trunfo do veículo de comunicação.

“A questão de focar na credibilidade é decorrência de uma postura da empresa desde o início. O meu pai transformou o jornal, que era semanal, em diário e deixava muito claro o que queria: uma informação crível, muito bem checada, que fizesse o jornal como um espelho do que acontece na cidade. Então, o jornal passou a ser um retrato da cidade com informações que o leitor podia e pode confiar”, explica.

Hoje, depois de tantos anos de história, o acervo d’O DIA é o maior do Piauí e um dos maiores do Nordeste. Todas as edições publicadas desde a pioneira, em 1º de fevereiro de 1951, até a mais recente, estão guardadas na sede do Sistema O DIA e, as edições mais recentes, disponíveis nas plataformas digitais.

“Eu me lembro que, para fazer um jornal, as palavras eram formadas por compunidor, de letra por letra, então consigo visualizar esta história com a incrível evolução nesses últimos 50 anos. Mas a coisa mais importante não mudou: o tratamento da informação até hoje é continuado com credibilidade”, considera Valmir Miranda.

Para comemorar toda esta história, O DIA escuta pessoas que também fazem notícia. Em suas áreas de atuação tem deixado um legado e, como consumidores de notícia, entendido a importância da informação checada e creditável.

Política, uma arte de engajamento

Deolindo começou a estampar as páginas do jornal em 2012, quando o movimento #ContraOAumento movimentou a Capital

Em 2012, Deolindo Mou­ra estampava declaração nas páginas do Jornal O DIA em frases afirmativas contra o aumento da passagem de ôni­bus em Teresina, no #Con­traOAumento – movimento que levou milhares de jovens às ruas da Capital. À época, ele se organizava nas agremia­ções estudantis em prol de pautas para a juventude. Hoje, Deolindo continua movimen­tando notícias na Capital, mas com um mandato eletivo pelo Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara de Vereado­res, fazendo da política, uma arte de engajamento.

“Hoje, continuo como um mobilizador. Estou na praça do Mocambinho com um grupo de mulheres em­preendedoras, continuo sen­do mobilizador de grupo de voluntariado, de quadrilha juninas e, também, de mo­toristas de aplicativo – algo que nunca pensei em repre­sentar. Então, como verea­dor, tenho papel para além de fazer crítica construtiva, em buscar solução para os problemas da cidade ativa­mente”, considera.

Deolindo Mou­ra. Foto: Jailson Soares.

Visão que aprendeu a ter muito antes do mandato. No fim da década de 90, o jo­vem se organizava enquanto militante nos movimentos estudantis. No colégio Liceu Piauiense, no Centro de Tere­sina, fez parte de organização que reivindicou e conseguiu implementar reformas e me­lhorias na unidade escolar. Depois, as bandeiras se am­pliaram para a luta da educa­ção pública de qualidade e to­mou maiores dimensões.

Em 2012, na efervescência com as manifestações contra o aumento de passagem, o jovem ganhou impulso para se candidatar a um manda­to eletivo. Mas a vitória não veio naquele ano, e sim quatro anos depois. “A vida me deu algumas boas oportunidades, conhecer o movimento estu­dantil ainda no Ensino Funda­mental e participar ativamen­te no Ensino Médio no Liceu Piauiense, foi uma delas. De lá, carrego boa parte das boas amizades e da minha trajetó­ria de vida”, afirma.

Como representante po­pular, Deolindo se mantém ligado às pautas populares através de muitas formas. A constância em acompanhar o noticiário da Capital, atra­vés das TVs, jornais, internet e jornais é uma delas. “A im­prensa tem um papel impor­tantíssimo. Além da informa­ção que eu recebo, também é onde podemos levar para mais pessoas os projetos que estão sendo discutidos na Câmara”, finaliza.

Amor servido em palavras e sabores

Quando conta sua história, cada parte do corpo de Larissa Batista, de 33 anos, parece guardar uma memória associada à sua relação com a cozinha. Desde marcas de queimadu­ras nas mãos por travessuras com panelas na infância ou pela afetividade olfativa e visual em receber conhecidos e desconhecidos para saborear novos pratos. A chef piauiense, além de transmitir sensações em seus preparos, tam­bém faz da cozinha uma arte das palavras: há quatro anos assina, no Jornal O DIA, a coluna Sabor do Dia.

“A conectividade da cozinha de integrar e tra­zer as pessoas sempre esteve junto comigo, esse negócio agregador, sabe? Quando eu tinha 16 anos, todos os meus amigos já almoçavam lá em casa. Lá pelos 20, já eram os amigos da mi­nha mãe que queriam que eu cozinhasse. Então, sempre foi uma coisa muito natural”, relata.

Larissa Batista. Foto: Jailson Soares. 

Tão natural que Larissa não viu, por mui­tos anos, o seu talento na cozinha como uma oportunidade de profissão. Antes de virar chef, tentou a faculdade de arquitetura e designer de moda. Mas a prática de se testar em novos pra­tos e sabores, nunca a abandonou.

Na primeira década dos anos 2000, resolveu estudar gastronomia, mas com a sua típica in­quietude, quis viver a profissão de forma mais experimentada. “Depois de um tempo, larguei a faculdade e fui viajar, conheci Argentina, Uruguai, Chile e fui conhecendo, descobrindo sabores. Depois, viajei dentro do Piauí por três anos, fiz três viagens para conhecer os ingre­dientes piauienses. Acho que troquei a sala de aula pelo autoconhecimento e pelos livros de culinária que sempre comprei e li muito. Quan­do olhei pra dentro do nosso Estado, acho que entendi o real sentido da comida”, explica.

Professora de cursos profissionalizantes no Piauí e Maranhão e sempre cozinhando em grandes eventos, Larissa também descobriu, há quatro anos, que os sabores também podem ser destacados em palavras. Em sua coluna no Jornal O DIA, ela apresenta mais que receitas, mas as histórias de novos e consagrados chefs e novidades no ramo da gastronomia.

“A cozinha pra mim é vida, é renovação, transformação, é nisso que a cozinha se resu­me: tudo está englobado. Ali é um momento de conectividade, onde mora o amor. É o meu amor que está na minha comida, no meu tra­balho, que vai para dentro da coluna também”, afirma.

Usando a comunicação que vai à mesa e às páginas do jornal, Larissa continua ampliando o movimento de uma gastronomia acessível e prazerosa.

Música em movimento com DNA piauiense

Há 15 anos, a banda de música autoral, que surgia carregada de letras com aspectos do cotidiano piauiense, nascia nos palcos de festivais em Teresina e estampava as capas do Caderno Torquato, como até hoje ainda faz. A Validuaté ganhou, com o tempo, não apenas mais fama, mas construiu um caminho de representatividade dentro do cenário de referência musical do Estado. Mas tal caminho, na visão do vocalista Zé Quaresma, de 37 anos, ainda é longo para que este espaço se efetive de fato.

“A música piauiense precisa de uma representatividade na música brasileira e nós, enquanto banda, vamos usar todas as ferramentas à nossa disposição para conseguir isso. Ainda não conseguimos de fato e pode ser que não sejamos nós que conseguiremos. A gente cresce vendo artistas que são referências para a gente e são referência para seus Estados e, no Piauí, quem são eles?”, questiona.

Zé Quaresma. Foto: Jailson Soares.

A inquietação do músico é o que traça as perspectivas, para este ano, para a banda. Segundo ele, a Validuaté pretende lançar um novo álbum em 2020 e fazer turnê para o estado de São Paulo – onde o cenário musical possibilita um maior contato com produtores e oportunidades de destaque.

“São Paulo é o grande centro da música do Brasil. A verdade é que tudo passa por São Paulo e a sensação é de que é preciso perseverar e estar lá, interagindo com artistas, produtores, para poder fazer este caminho mais consolidado de representatividade”, considera.

No Piauí, os muitos anos de trajetória já possibilitaram que a banda abrisse canais com diversos públicos através de shows com milhares de pessoas que, em coro, acompanham as músicas dos cinco discos já produzidos pela banda. Uma resposta que, na visão de Quaresma, segue sem uma receita única. “A gente foi vendo a resposta às músicas nos shows, nas apresentações, e foi vendo que o caminho estava certo”, explica.

Como compositor, é de Quaresma muitas das melodias que embalam as letras da banda. E são as referências literárias, musicais e do cotidiano que ele usa para se inspirar. Mas o forte DNA piauiense não impede que a banda ganhe outros públicos. A melodia compassada e envolvente permite que a banda continue levando o Piauí para muitas partes do Brasil.

Negócios à vista

Com um mercado cada vez mais estruturado, Teresina tem se destacado em potencialidades turísticas e de oferta de serviços. Por conta disso, os empresários locais diversificam nos segmentos de hotelaria, gastronomia e entretenimento e fortalecem ainda mais a potência econômica do município.

Para Eduardo Rufino, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Piauí (Abrasel), o fio condutor de negócios para quem mora e quem visita a Capital passa, sem dúvidas, pelos setores da alimentação fora do lar.

“O ramo da alimentação fora do lar, se comparada com a indústria, tem pesquisas que mostram que a cada R$ 100 mil de faturamento, uma indústria emprega uma pessoa e um restaurante, 10. É claro que as indústrias têm um potencial gigante, mas, no critério de empregabilidade, nós também temos de fazer este destaque”, ressalta.

Além de presidir a Abrasel, Eduardo é proprietário de uma cafetaria pioneira em Teresina, a Fazendaria Café. Como visão de empresário e gestor da Associação, ele destaca o valor da comunicação para o impulso econômico dos negócios. “Quando uma empresa consegue estar na imprensa, na mídia, ela consegue se comunicar com o seu público e alcançar outros. Nós, na Abrasel, temos uma grande força que vem da imprensa, no Jornal, por exemplo, na cobertura dos nossos eventos”, afirma.

Eventos renomados como Festival Maria Isabel, Brasil Sabor e De Bar em Bar estão na lista dos eventos impulsionados pela associação e destacados pelo empresário. Este ano, a partir de maio, o público pode esperar movimentação no polo de empreendedorismo gastronômico da cidade. E tanto os eventos quanto as novidades do ramo empresarial ganham destaque no Jornal O DIA, sobretudo às segundas-feiras, quando é veiculado o caderno Empreender. A publicação dá espaço para os novos negócios, tendências de mercado, atividades empresariais e movimentação criativa do ramo econômico em Teresina.

Esporte como potência de vida dentro e fora dos campos

No campo, quando ele entra em jogo pelo River Atlético Clube, a torcida não clama pelo jogador José Correia, de 36 anos, mas pelo apelido que o consolidou como um goleiro tão talentoso quanto do esportista que o inspirou: Mondragón. Atualmente, Mondragón é um dos grandes destaques do time do River nesta temporada, e apresenta uma história de superação e determinação que começa no estado de Pernambuco e segue no Piauí.

Dentro desta trajetória, ser goleiro foi mais uma consequência do destino que uma escolha individual. “Fui assistir ao treino do meu primo que estava jogando o pernambucano sub-17 e o apelido dele era Ricón, um jogador colombiano, então o técnico pediu pra eu ficar no gol. Eu disse que não tinha experiência, mas mesmo assim fui. Como chamavam ele de Ricón, fui apelidado de Mondragón, que também é um goleiro colombiano. E aí pegou e não larguei mais a posição”, conta.

Mondragón. Foto: Elias Fontenele.

Apesar de sempre ter afinidade com o esporte, não foi fácil a permanência do atleta em campo. Vindo de uma família de poucos recursos, com dez irmãos, pai ausente e mãe atribulada entre os cuidados de casa e da criação dos filhos, era dele e do irmão mais velho a missão de sustentar toda a família.

“Morava em Vitória de Santo Antônio quando disputei o campeonato pernambucano de juvenil aberto e surgiu a oportunidade para eu fazer um teste no Porto. Então fiz e passei. Cheguei em casa alegre, comemorando a notícia, mas meu irmão disse que eu não poderia seguir jogando porque tínhamos que sustentar a casa. Foi nesse momento que minha mãe me deu uma orientação que mudou a minha vida”, relembra.

Na ocasião, a mãe do atleta incentivou sua ida para o time com um veredito: “se é isso que você quer, você vai tentar. Mesmo que eu só tenha um pão, eu divido com seu irmão e fico com fome. Mas você vai”, relembra as palavras de incentivo.

Mondragón embarcou na indicação da mãe e no seu sonho. Em sua trajetória passou por times como Porto, Sete de Setembro, Ipiranga, Carpinense, Treze, Picos e, atualmente, River.

Já conhecido no futebol do Nordeste, o atleta sabe do respeito que tem aos times que veste a camisa e a torcida que representa. “É bom ver a gente sair na mídia, ver que as pessoas acompanham as partidas, mas isso não me sobe mais a cabeça. Hoje, eu sei lidar com as coisas. Sei receber os elogios, mas também levar as críticas”, considera.

Para este ano, o desafio do jogador e da sua equipe está na Copa do Nordeste, que já teve partida em que ele defendeu um pênalti; mas também no campeonato piauiense, onde a equipe ainda não conseguiu bons resultados. “Cada jogo é um jogo e todos os dias temos que buscar o melhor resultado. É isso que tento mostrar pros colegas e aplicar na minha vida”, finaliza.

Por: Glenda Uchôa - Jornal O Dia
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