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ESPECIAL: Majestades lamentam ano sem carnaval; lojistas amargam prejuízos

Ano sem carnaval impacta em ambulantes e em lojistas. Majestades lamentam suspensão da folia

13/02/2021 09:07

MAJESTADES LAMENTAM ANO SEM CARNAVAL

Foto: Arquivo/PESSOAL

Carnaval que se preze tem rainha e rei momo, certo? Infelizmente, esses postos não serão ocupados este ano. Mas quem já passou por essa experiência sabe bem da importância dessa data para a cidade e para a população. Mara Cardoso foi escolhida como a Rainha do Carnaval 2019. Na oportunidade, ela pode percorrer toda Teresina e levar alegria aos quatro cantos da cidade. Para Mara, um ano sem Carnaval representa muitas perdas. “É bem impactante não ter Carnaval. Quando se fala de Carnaval, quando se aproximam os feriados, ficamos pensando no glitter e nas fantasias para pular a folia. Mas, diferente dos outros anos, neste não poderemos fazer isso. O concurso também não será realizado. Ser rainha foi uma das melhores experiências que pude viver na vida. Conheci diversos lugares de Teresina, fiz várias amizades e foi algo que ficou eternizado no meu coração. Saber que este ano não terá Carnaval, nem a escolha do Rei Momo e Rainha do Carnaval, me deixa triste, porque sabemos que eles são o significado dessa festa. Temos um papel fundamental, que é levar alegria aos foliões. Ficam só as lembranças e o desejo que tudo isso passe logo”, lamenta Mara. Leiri Oliveira, eleito Rei do Carnaval 2019, também fala da tristeza em não ter Carnaval este ano. Segundo ele, a ficha de que a folia não ocorrerá, enfim, caiu, trazendo aquela sensação de que algo está faltando. “Estava com uns amigos e nos demos conta que este final de semana já seria de Carnaval. Foi meio triste quando caímos na real, especialmente para mim, que iria participar novamente do concurso e já estava com planos na cabeça. O sentimento é de tristeza. A pandemia mexeu tanto com as pessoas que só nos damos conta quando tocamos no assunto, e que não viveremos essa data este ano”, pontuou. Além disso, Leiri destacou o fator econômico, especialmente aquele voltado para eventos, que ficará sem funcionar e, consequentemente, sem gerar lucros para quem trabalha nesta área.

SEM CARNAVAL, AMBULANTES SENTEM NO BOLSO

Foto: Arquivo/ODIA

Todos os anos, a ambulante Liliane Maria Reis montava sua barraquinha de comidas e bebidas nos eventos carnavalescos que aconteciam em Teresina. É através desta renda que ela sustenta sua família há mais de 15 anos. Porém, devido à pandemia da Covid-19 e à suspensão de festas, ela está sem trabalhar, se mantendo basicamente do auxílio que recebe do Governo Federal. E com a não realização do Carnaval em 2021, a ambulante sente no bolso o prejuízo. “Sem os eventos este ano, estamos sem ter como nos manter. Por um lado, é bom, porque não tem acúmulo de pessoas e não vai espalhar a doença, mas o ruim é que não podemos trabalhar. Nessa época de Carnaval, eu faturava bem. Só no Corso eu tirava quase R$ 3 mil. E como a gente encerrava cedo, íamos para o Zé Pereira em Timon (MA), ou seja, conseguíamos faturar bem”, lembra. Com o fim do auxílio emergencial, Liliane Maria relata que está buscando outras alternativas de renda, como diárias e serviços domésticos. Apesar do valor ser baixo, é o que tem ajudado a pagar as contas e cuidar dos filhos.

LOJISTAS AMARGAM PREJUÍZOS

Foto: Arquivo/ODIA

Se em anos anteriores as lojas do Centro de Teresina estariam lotadas às vésperas do Carnaval, em 2021 os lojistas amargam as poucas vendas e prejuízos. A empresária e proprietária de uma loja de roupas no Centro da cidade, Talita Waquim, lembra que o período carnavalesco era o que mais gerava renda para o seu negócio. “O Carnaval era uma época que falávamos de alegria, cores, roupa e vendas, e este ano será o primeiro que não teremos. É um baque muito grande para o comércio, pois vivemos do Carnaval e é, de longe, o período que mais faturamos. Essa falta do Carnaval está prejudicando muito o comércio. O Centro está parado, deserto e os lojistas estão preocupados porque as vendas e a procura por peças mais coloridas estão bem fracas. Nesta época do ano, eu teria vendido mais de 250 saias de tule, mas este ano eu só vendo uma”, relata. Sem vender mercadorias voltadas para o Carnaval, houve a necessidade de enxugar a folha e reduzir custos. Em geral, os lojistas se planejam até seis meses antes para lançar uma nova coleção e vendê-las nos meses de janeiro e fevereiro, o que não ocorreu este ano. “Este ano não tivemos vendas, não foi lançado nada por conta da pandemia. Está atrapalhando bastante a gente. Tive que demitir funcionários, cortar custos, diminuir a quantidade de pedidos para a loja porque não está tendo venda tão rápida. Não temos para onde correr, então estamos tentando vender do jeito que dá, fazendo postagens incentivando as pessoas a comprarem roupas mais leves e coloridas, mas nada específico para o Carnaval em si”, explica Talita Waquim.

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