O Ensino Médio deve passar por profundas mudanças que vão, inclusive, impactar o formato do exame de ingresso ao ensino superior no País. Isto porque o Ministério da Educação (MEC) apresentou, no início deste ano, a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que prevê, dentre outros pontos, a separação do ensino por áreas (Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e Matemática) e apenas português e matemática como componentes curriculares comuns a todos os alunos (disciplinas).
A diretriz ainda está em análise pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), mas o ministro da Educação, Rossieli Soares, antecipa que, assim que a BNCC for aprovada, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá novo formato. “O Enem precisa mudar. Nós não podemos fazer educação com o Enem sendo o norte, o Enem não pode ser o norte do Ensino Médio. Pela primeira vez, o Brasil terá a oportunidade de discutir o Enem a partir do que a educação básica faz. O Enem é um exame de entrada, não é um exame de saída. E ele precisará se adaptar após a aprovação da BNCC, então, provavelmente, o Enem 2020 já deverá seguir um novo formato”, revelou o ministro da Educação, Rossieli Soares, durante o 2º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, promovido pela Associação de Jornalistas de Educação ( Jeduca), em São Paulo, na semana passada.
O minisitro deixou claro que a formação de professores também deve ser analisada e discutida. (Foto: Divulgação)
Formação dos professores
E não deve ser só a grade curricular do Ensino Médio que sofrerá mudanças com a aprovação da Base Nacional Comum Curricular. Ela também irá repercutir na formação dos professores – outra pauta cuja discussão ainda não foi esgotada. Para Rossieli, a formação dos professores precisa ser revista em todas as etapas. “O problema não é a formação dos professores para o Ensino Médio, é para o novo Médio, para a Educação Infantil, para a Alfabetização, do 1º ao 5º Ano, do 6º ao 9º Ano. Quando você pega todas as pesquisas, você encontra desafios em todas as etapas”, completa.
O ministro, inclusive, afirma
que uma proposta inicial
de Base Nacional para a Formação
de Professores será
apresentada ainda em 2018.
“Mas vai ser aprovada esse
ano? Claro que não. Mas tem
que botar na rua, tem que fazer
essa discussão”, argumenta.
Rossieli aproveitou o momento
para justificar porque
o MEC pediu o adiamento da
implementação da resolução
do CNE que amplia o tempo
de formação dos professores.
“Aumentar de três para quatro
anos o tempo de formação
dos professores, eu acho que
devemos fazer isso. Aumentar
o tempo de formação e continuar
fazendo o mesmo, não
acho bom. O ponto não estar
em só aumentar o tempo, tá
em que formação nós devemos
oferecer, qual é o perfil
do futuro professor. O que a
gente quer é um alinhamento
de prazos para que não tenhamos
mudanças em algo que
deve ser construído por toda a
sociedade”, pontua.