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"Falta paciência", diz especialista sobre Geração Z

Os desafios de pais e professores que convivem com a geração marcada pela alta da tecnologia.

15/10/2018 08:18

Dia 15 de outubro é comemorado o Dia do Professor. O Jornal O Dia e o O Dia News 1ª Edição trazem a 2ª edição do Educar, debatendo como tema a ‘Geração Z’, que são jovens nascidos entre os anos de 1990 e 2010, os desafios das escolas e pais lidarem com essa geração que possui comportamentos e relações diferenciadas.

Mas, o que é a Geração Z? Segundo a psicopedagoga Cristina de Miranda, essa é uma geração que se apresenta com a modernidade e a tecnologia, onde as informações estão mais presentes, tanto para as crianças como para os adolescentes, favorecendo assim o aprimoramento e conhecimento de forma mais rápida.

“Hoje, percebemos que as crianças já nascem sabendo mexer no celular e o próprio computador está obsoleto. Esses jovens cresceram com a tecnologia e estão acompanhando essa modernidade que o mundo apresenta”, comenta.

Contudo, o uso da tecnologia por esses jovens esbarra em alguns conflitos diários, principalmente no ambiente escolar. De acordo Valdiran Lopes, diretor do Colégio Alsiste, a Geração Z é nativa tecnologicamente, enquanto as demais pessoas, que compõem outras gerações, ainda estão tentando acompanhar todo esse aparato tecnológico, o que muitas vezes gera uma dificuldade de compreensão é até interação, que pode ser refletida no comportamento e em alguns ambientes, como a escola.

“A principal característica dessa geração é a falta de paciência. Eles não conseguem esperar a maturidade das coisas, querem tudo imediatamente. E isso faz com que surjam os conflitos, tanto na escola como em casa, mas principalmente na família, que é quem deveria controlar essa situação. Claro que reflete na escola, porque são jovens que não esperam mais pelo processo de maturidade para adquirir o conhecimento e confundem isso com informação. A tecnologia não traz muito conhecimento, e cabe a escola explicar que essa informação não é conhecimento”, frisa.

Reconstrução da informação

Érica Paula Borri Bezerra, diretora pedagógica da Faculdade Cesvale, pontua que é necessário fazer um processo de reconstrução da informação. Ela enfatiza que, no geral, são indivíduos com muita informação e pouco conhecimento, fazendo com que esses jovens se tornem profissionais superficiais.


Érica Bezerra diz que professor precisa unir informação e tecnologia. Foto: Jailson Soares/ODIA

“Ele é um indivíduo que conhece tudo, mas quando vai se tratar de algo específico, ele não tem unidade de conhecimento suficiente para lidar aquela informação que você precisa. A tecnologia favorece o nível de informação altíssimo, mas, ao mesmo tempo, o nível de conhecimento gerado é ínfimo. Na sala de aula, o professor precisa fazer com que, a associação da informação, do conhecimento e da tecnologia se integrem”, disse.

A diretora da Faculdade pontua ainda que a falta desse conhecimento também pode ser refletida no ensino superior. Uma das formas de fazer com que esses jovens consigam aliar a tecnologia e conhecimento é justamente inserir esses aparelhos tecnológicos no ambiente escolar. Como exemplo, ela dita que muito alunos não gostam mais de escrever e optam por tirar fotos das atividades que são colocadas no quadro em sala de aula.

“O ato de escrever gera o aprendizado e faz com que esse aluno trabalhe a escrita e a interpretação. Hoje, os alunos querem estudar pelo celular e não mais pelo caderno ou pelo livro físico. Quanto temos a tecnologia associada à linguagem de ensino, precisamos ter uma atenção redobrada ao que o mercado espera desse profissional. Essa é uma construção que vem da base familiar, mas também do mercado, que quer um profissional multidisciplinar e com várias habilidades e que esbarra na superficialidade”, frisa Erica Paula Borri.

Por: Isabela Lopes
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