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PIB cresce 1% e reforça que país saiu da recessão

Carro-chefe da demanda, o consumo das famílias cresceu 1% no ano. No quarto trimestre, porém, desacelerou e ficou estagnado (0,1%)

02/03/2018 08:56

A economia brasileira deixou a recessão para trás e cresceu 1% no ano passado.O resultado mostra uma recuperação após o mergulho de quase 8% em 2015 e 2016. Mas os números do quarto trimestre do ano decepcionaram: analistas do mercado financeiro e o próprio governo estavam mais otimistas e esperavam que o PIB crescesse 1,1%. No último trimestre do ano, a previsão era de alta de 0,4%, ficou em 0,1%.

Para analistas, embora abaixo do previsto, o número divulgado nesta quinta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que a retomada se consolidou. Mas ainda levará tempo para recuperar o terreno perdido.

No início de 2017, o PIB (Produto Interno Bruto) já reagia, graças à safra recorde de grãos. Segundo o IBGE, o agronegócio teve o melhor ano desde 1996 -início da atual série históricas- e cresceu 13%.

Na esteira das exportações, beneficiados por preços mais altos, também seguiram o petróleo e minério de ferro. Nos meses seguintes, o consumo saiu do vermelho e também o investimento, a indústria voltou a produzir. O estímulo veio de um contexto de taxas de juros cadentes, inflação em declínio e maior circulação de dinheiro na economia com a liberação do FGTS e do FAT.

Foto: Reprodução

Carro-chefe da demanda, o consumo das famílias cresceu 1% no ano. No quarto trimestre, porém, desacelerou e ficou estagnado (0,1%), limitado por uma taxa de desemprego elevada e o crédito caro e lento.

Já o investimento, que havia despencado 30% na recessão, reapareceu no terceiro trimestre e cresceu 2% no quarto trimestre, número bastante positivo. Na média do ano, porém, teve queda de 1,8%, ficando no vermelho pelo quarto ano consecutivo.

Com isso, a taxa de investimentos (em proporção do PIB) ficou em 15,6%, o mais baixo patamar desde 1996. Silvia Matos, coordenadora do boletim Macro, da FGV, nota que apesar da recuperação, a sensação de melhora não chegou às pessoas. "Houve uma desinflação importante. O que dificulta é o mercado de trabalho; a taxa de desemprego ainda está muito elevada", diz. "Entendo o mau humor, o governo está em meio a um ajuste fiscal e os Estados investem em segurança e saúde."

A indústria teve um ano positivo. As fábricas (indústria de transformação) cresceram 1,7% -primeira alta depois de três anos de queda. Mas, no cômputo geral, o setor ficou estável no ano. Isso se deve à renitente crise da construção civil, que caiu 5% no ano passado. A retração do setor já dura quatro anos.

Recuperação acelera 

O governo comemorou o resultado do PIB e ponderou o fato de nem todos os indicadores serem estimulantes. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que os investimentos, apesar de caírem ao pior nível da história, mostraram recuperação no último trimestre.

O ministro da Fazenda afirmou que mesmo a construção civil, setor que mais demorou para mostrar sinal de recuperação, ficou positivo no último trimestre. "Sair de uma queda do PIB de 3,5% em 2016 para a alta de 1% em 2017 é um avanço grande; mostra que a economia está acelerando", disse Meirelles.

Sobre o fato de a alta do PIB ter vindo um pouco abaixo do esperado pelo mercado, Meirelles frisou que a expectativa da equipe econômica era de uma alta de 1%. O presidente Michel Temer disse, em entrevista à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, que o resultado representa esperança para o futuro do país. Para Mansueto Almeida, secretário de acompanhamento econômico, o resultado ficou dentro da expectativa do governo, e muito acima do esperado há um ano.

"Ficou muito acima do que analistas esperavam no início do ano passado, quando esperavam 0,2%, 0,3%. Então mostrou que todo o mundo errou, e ainda bem que todo mundo errou", afirmou Mansueto.

Em nota, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse que o crescimento se deve, em grande parte, à implementação de reformas, como a trabalhista e a instituição do teto de gastos, além da estabilização da economia, com inflação e juros mais baixos.

Fonte: Folhapress
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