Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelam que
os preços das principais frutas
comercializadas nas centrais de
abastecimento do país caíram
em junho. No Piauí, os comerciantes também registraram
queda nos valores de seus produtos, o que se torna um atrativo para os consumidores.
De acordo com o comerciante Antônio Eurípedes, o período da safra é um dos fatores
que contribui para a diminuição dos preços. Outro sinal
que indica a queda é a entrada
de muita mercadoria nos centros de distribuição. E Antônio
explica: “vendo dois tipos de
tangerina, ponkan e murcote,
e uma delas vem em menor
quantidade para a Ceasa. A primeira está em excesso no mercado e, por isso, já perde espaço
em relação a murcote, que está
custando R$ 4, o quilo. Antes
da grande quantidade disponível, a tangerina ponkan custava
R$ 4, o quilo; hoje, custa R$3”.
Abdon revela que o quilo da laranja custa entre R$ 1,10 e R$ 1,30 (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)
“A tendência é preço da tangerina despencar mesmo daqui
uns dias porque vai entrar mais.
É provável que o tipo ponkan
não venha mais, porque está
muito maduro e estragando
muito rápido. Então tem que
vender logo”, completa o comerciante.
Em relação à manga, ele comenta que, por ser popular
no Estado, o preço varia com
a época da fruta e sua safra na
região. Antônio afirma que o
custo da manga chegou a R$
3,80, considerado valor alto
para os feirantes; mas seu
preço tem sofrido sucessivas
quedas e hoje o quilo pode ser
encontrado por até R$ 3 na
Central de Abastecimento do
Piauí (Nova Ceasa).
Laranja e maçã
Na Nova Ceasa, os permissionários também registraram
queda no preço da laranja e da
maçã; é o que informa Abdon Pereira. No varejo, o quilo da
laranja varia entre R$ 1,10 a
R$ 1,30; já para quem compra
em grandes quantidades, pode
encontrar cem unidades da
fruta por R$ 30,25, que representa uma queda de 24,37%
no valor anterior, que era R$
40. Quando se fala em maçã,
Abdon vende oito por R$ 5 e,
segundo ele, é o preço normal
do produto.
“Os preços variam por dia.
Têm dias que chega a R$ 1,50,
têm dias que é R$ 1. A gente
percebeu a redução na laranja há mais ou menos um mês.
Quando o produto fica pouco
e acaba a safra, é que aumenta
os preços”, pontua.
Qualidade
No entanto, os comerciantes comentam que é preciso estar atento à qualidade
das frutas vendidas, pois um
dos fatores que as tornam
mais baratas é a maturidade.
“Todas as frutas estragam e,
quando acontece isso, tem
que jogar fora ou vender mais
barato. Para não ter prejuízo por estar maduro demais,
vendemos mais barato. Já
vendi caixa de laranja por R$
10”, destaca.
Comerciantes versus clientes
Apesar de os preços reduzidos atraírem a clientela, os comerciantes não comemoram
tanto a redução dos valores.
De acordo com Antônio Eurípedes, esse período torna o
mercado comum, pois a maioria dos comerciantes têm as
mesmas frutas.
“Quando tem mais oferta,
nós precisamos reduzir ainda
mais os preços para atrair o
cliente, porque ele procura o
que for melhor para ele. Então,
é melhor ter a venda, mesmo
mais barato, do que perder o
cliente”, frisa.
Quem aproveita a queda de
preços são os consumidores
que avaliam qualquer desconto como benéfico devido à crise instalada no país. A professora Maria das Cruzes Barroso
costuma ir à Ceapi por conta
dos preços mais acessíveis do
que nos supermercados e também pela maior oferta e qualidade das frutas.
“Sempre venho aqui e é vantajoso porque dá para pechinchar com os comerciantes; quando
a gente conversa, eles dão desconto. Têm frutas que não são
tão comuns durante o ano, então também é uma oportunidade para encontrar esses produtos mais baratos”, comenta.
Edição: Virgiane PassosPor: LetÃcia Santos