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Como estavam os indicadores econômicos durante o impeachment de Collor

Hiperinflação era grande problema. Desemprego e crescimento do PIB não estavam piores que hoje

18/04/2016 09:03

FOTO: ROOSEWELT PINHEIRO/AGÊNCIA BRASIL

Collor no Congresso Nacional após ser eleito presidente

 COLLOR NO CONGRESSO NACIONAL APÓS SER ELEITO PRESIDENTE

O Brasil vive sua maior crise política desde 1992. Vinte e quatro anos atrás, isolado e acusado de envolvimento em corrupção, o então presidente Fernando Collor de Mello perdeu a batalha do impeachment - disputa que se repete com a presidente Dilma Rousseff.

Assim como agora, a crise política e a fragilidade do governo eram reflexo também das dificuldades que o país vivia na economia naquela época. Numa atitude drástica para conter a inflação, Collor confiscou a poupança dos brasileiros logo no início de seu mandato e conviveu até a derrocada com problemas na economia.

A relação entre o desempenho econômico dos países e a popularidade dos governantes é amplamente estudada na ciência política. Uma frase dita por um assessor do então candidato à Casa Branca Bill Clinton é sempre citada. “É a economia, estúpido”, disse James Carville sobre os motivos que o levavam a acreditar em uma vitória sobre o então presidente George Bush, o pai.

Bush tinha levado o país a um bom desempenho na Guerra do Golfo, mas com a economia decepcionando os eleitores optaram pelo novato Bill Clinton e o presidente não conseguiu se reeleger.

Dilma conseguiu se reeleger, mas a piora dos indicadores econômicos marcou o segundo mandato, que agora corre risco de ser encurtado pelo Congresso Nacional.

Mas e com Collor, como estava a economia?

1119,09%

inflação em 1992

O acelerado aumento de preços foi o grande problema não só do governo Collor, mas do Brasil durante quase 15 anos. Em 1992 a hiperinflação viveu um de seus momentos mais dramáticos com os produtos praticamente quase dobrando de preço a cada mês. Confiscando a poupança, Collor tentou derrubar a inflação na marra, mas não é exagero dizer que foi a inflação que ajudou a derrubar Collor.

Em março de 2016, o IPCA, índice de inflação usado pelo governo atualmente, está em 9,39%.

5,9%

desemprego no final de 1992

Esse era o número medido pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) no final de 1992. É um número menor que o atual, mas é bom lembrar que a metodologia utilizada pelo IBGE era outra. O número pode parecer baixo, mas o fato é que ele cresceu ao longo do governo Collor. Segundo estudo do IPEA, os desempregados eram 4% em março de 1990, mês da posse do ex-presidente.

Em fevereiro de 2016, o desemprego medido pela PME chegou a 8,6%. O dado, divulgado no final de março, será o último da PME. O IBGE decidiu encerrar a pesquisa.

R$ 515

salário mínimo em 1992

Em setembro de 1992, pouco antes de Collor ser afastado da Presidência da República, houve um aumento do salário mínimo. O piso para um trabalhador brasileiro passou a ser Cr$ 522.186,94 (Cruzeiros). O valor em reais foi calculado com base emlevantamento feito pelo Ipea.

Desde janeiro de 2016, o salário mínimo é de R$ 880.

-0,5%

crescimento do Produto Interno Bruto em 1992

O país estava saindo da década de 1980, considerada perdida pelos economistas, e mesmo assim o PIB continuava a cair. Nos três anos em que Collor esteve no Planalto, apenas em 1991 houve crescimento, de 1%. Em 1990 o resultado foi queda de 4,3%.

Desde o início da década de 90 o Produto Interno Bruto brasileiro aumentou bastante, mas agora vive um momento de retração. Em 2015, houve uma diminuição de 3,8% na comparação com 2014. Dilma, assim como Collor, não coleciona um bons resultados no crescimento.

Fonte: Nexo Jornal
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