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Atividade industrial cresce em todo o País; no Piauí, aumento chega perto de 8%

Fiepi defende ações concretas pra impulsionar o setor no Piauí

25/05/2011 07:32

No Dia da Indústria é possível assegurar que o hiato entre produtividade e nível de emprego na indústria no Piauí caminha para o fim. Números calculados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam que o ano de 2010 colocou o Estado definitivamente no cenário industrial brasileiro: 63.615 empregos. Essas vagas representam um crescimento de quase 8% em relação ao ano de 2009.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Piauí (Fiepi), Antônio José Moraes de Sousa, os dados mostram um quadro de retomada na atividade industrial que também ocorre no restante do país. "Nesse contexto, o aumento da demanda interna, do nível de emprego e da massa de rendimentos dos ocupados, além dos efeitos positivos gerados com as desonerações fiscais, foram essenciais para a evolução da atividade industrial no período", comentou.

Contudo, ele defende mais investimentos no parque industrial da capital do Piauí e seu entorno. A Fiepi acredita que é preciso ações concretas para impulsionar a indústria na região, com medidas de regulação, infraestrutura e incentivos fiscais e financeiros. Na avaliação de Moraes Sousa, o estado precisa deixar de ser "o patinho feio" e romper com o estigma de que não tem vocação para a indústria.

"É essa mentalidade que provoca a falta de vontade para mudar o cenário. As indústrias têm feito sua parte de voltar seus investimentos para a expansão e, consequentemente, geração de empregos", afirma. Ainda conforme dados do MTE, os setores que mais impulsionaram a geração de empregos em 2010 foram a extrativa mineral (668), indústria de transformação (27.170), serviços industriais de utilidade pública (4.826) e construção civil (30.951).

Já os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que em todo o país o emprego industrial mostrou crescimento de 2,6% no primeiro trimestre de 2011, após também registrar taxas positivas em todos os trimestres do ano passado (0,7%, 4,2%, 5,1% e 3,6%), todas as comparações contra igual trimestre do ano anterior.

O movimento de redução no ritmo das contratações entre o último trimestre do ano passado e o primeiro deste ano teve perfil disseminado, atingindo 16 setores e 12 locais, com destaque para: fumo (de -5,8% para -14,9%), borracha e plástico (de 8,5% para 3,8%), calçados e couro (de 2,9% para -0,4%), máquinas e equipamentos (de 9,6% para 6,4%), madeira (de -2,8% para -5,7%) e metalurgia básica (de 11,0% para 8,3%), entre os ramos.

Construção civil tem desempenho surpreendente

Um dos principais carros chefes do crescimento econômico e industrial atual, a construção civil, fechou 2010 com os índices de emprego em alta. E no Piauí não foi diferente. O setor respondeu por mais de 30 mil postos de empregos formais abertos no ano passado. A expectativa, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Piauí (Sinduscon), é que o desempenho seja repetido em 2011.

De acordo com Raimundo Nonato, presidente do Sinduscon, os resultados refletem um movimento de bastante aquecimento da economia, que tem fomentado um dinamismo no setor. De outro lado, uma série de medidas governamentais, tais como a isenção do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) sobre os materiais de construção; o programa Minha Casa, Minha Vida; e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) também jogam a favor do segmento.

"São estímulos que vêm desde a crise (econômica) em 2009 e os reflexos foram muito positivos para a construção civil", destaca. Para ele, os números, apesar de mostrarem o bom momento da indústria piauiense, ainda colocam um desafio para o setor: mão de obra qualificada.

"Há sim uma demanda muito grande, a construção tem lugares para serem ocupados, e paradoxalmente se depara com uma situação de desemprego. É uma aberração em uma economia aquecida", comenta ele, que apela para a necessidade de escolas técnicas. "Discutiu-se muito isso nessa eleição. Deveria ser trazido à realidade", pontuou.

Maior expansão de emprego industrial é do Nordeste

No dia Nacional da Indústria, o IBGE revela que o emprego industrial no Brasil avançou 2,2%, décima quarta taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação, mas a menos intensa desde fevereiro de 2010 (0,8%). No fechamento do primeiro trimestre do ano observou-se expansão de 2,6% no confronto com igual período do ano anterior. A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos doze meses, permaneceu apontando crescimento (3,9%), mas repetiu o resultado de fevereiro.

A expansão de 2,2% no índice mensal de março de 2011 mostrou perfil generalizado de crescimento, com doze dos quatorze locais e treze dos dezoito setores investigados ampliando as contratações. Entre os locais, as principais contribuições positivas para o resultado global vieram da região Nordeste (3,8%), região Norte e Centro-Oeste (4,1%), Rio Grande do Sul (3,7%), Paraná (4,2%) e Minas Gerais (2,7%). Na região Nordeste, os ramos que mais contribuíram para a expansão do emprego industrial foram alimentos e bebidas (5,6%), minerais não metálicos (8,9%) e vestuário (4,7%).

Na região Norte e Centro-Oeste sobressaíram os setores de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (28,6%) e de produtos de metal (32,3%), enquanto na indústria gaúcha, destacaram-se positivamente alimentos e bebidas (8,5%), produtos de metal (15,6%), máquinas e equipamentos (7,8%) e meios de transporte (7,9%). Nas indústrias paranaense e mineira, os impactos mais relevantes vieram de alimentos e bebidas (7,9%), produtos de metal (20,6%) e meios de transporte (13,1%), no primeiro local, e de meios de transporte (7,7%) e produtos de metal (6,9%), no segundo.

Setorialmente, ainda na comparação com igual mês do ano anterior, os destaques ficaram com os ramos de meios de transporte
(8,2%), produtos de metal (7,6%), alimentos e bebidas (2,4%), máquinas e equipamentos (5,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,6%), metalurgia básica (7,7%) e outros produtos da indústria de transformação (5,3%). Por outro lado, as pressões negativas mais importantes sobre o total da indústria neste mês ficaram com papel e gráfica (-8,5%), vestuário (-3,8%) e madeira (-7,6%).

Por: Mayara Bastos - Jornal O DIA
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