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Ações do Facebook operam em alta, após empresa se envolver em escândalo

Empresa começou a exibir um atalho para usuários avaliarem grau de privacidade na rede; Facebook lidera queda entre as 'Big Tech'

29/03/2018 09:04

As ações do Facebook operam em alta nesta quarta-feira (28), após a empresa ter acumulado nos últimos sete pregões uma redução de US$ 95 bilhões em seu valor de mercado, na esteira do escândalo do uso não consentido das informações de mais de 50 milhões de usuários da rede social por uma empresa que trabalhou para a campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

Por volta das 12h50, os papéis do Facebook subiam 0,58%, vendidas a US$ 152,87. Mais cedo, a empresa anunciou a implantação em seu aplicativo de um atalho de privacidade. Por meio dele, os usuários conseguem achar de forma mais fácil os dados que compartilham com a rede social –até então, as pessoas tinham que navegar por 20 páginas. Também é possível baixar essas informações e até excluí-las.

Entre o dia 16 deste mês, último pregão antes da revelação do vazamento de dados, e esta terça-feira (27), as quedas sucessivas das ações da empresa fizeram seu valor de mercado desabar US$ 95,487 bilhões.

Nesse período, o Facebook foi a empresa que mais “encolheu” na Bolsa dos EUA. A desconfiança em torno do modelo de negócio da empresa, altamente concentrada nos dados de seus usuários, puxou o desempenho de outras empresas de tecnologia, como Alphabet (Google), Apple, Microsoft e Amazon, as chamadas Big Tech.


Atalho de privacidade criado pelo Facebook em seu aplicativo.Foto: Divulgação/Facebook

Veja abaixo as perdas em valor de mercado das dez empresas mais valiosas, segundo dados do fechamento do dia 27):

  • Apple: valor de mercado: US$ 854,1 bilhões; perda: US$ 49,116 bilhões
  • Alphabet: valor de mercado: US$ 699,4 bilhões; perda: US$ 89,739 bilhões
  • Amazon: valor de mercado: US$ 724 bilhões; perda: US$ 36,129 bilhões
  • Microsoft: valor de mercado: US$ 688,9 bilhões: perda: US$ 36,129 bilhões
  • Facebook: valor de mercado: US$ 442,1 bilhões; perda: US$ 95,487 bilhões
  • Berkshire: valor de mercado: US$ 486,9 bilhões; perda: US$ 26,644 bilhões
  • Alibaba: valor de mercado: US$ 460 bilhões; perda: US$ 46,515 bilhões
  • JP Morgan Chase: valor de mercado: US$ 371,2 bilhões; perda: US$ 24,9 bilhões
  • Johnson & Johnson: valor de mercado: US$ 341,2 bilhões; perda: US$ 17,3 bilhões
  • Bank Of America: valor de mercado: US$ 302,3 bilhões; perda: US$ 27,1 bilhões

O escândalo do Facebook

Em 17 de março, os jornais "New York Times" e "Guardian" revelaram que os dados de mais de 50 milhões de usuários do Facebook foram usados sem o consentimento deles pela Cambridge Analytica. A empresa de análise de dados acessou esse grande volume de dados após um teste psicológico que circula na rede social coletar as informações. Os dados recolhidos não eram apenas os de usuários que fizeram o teste, mas também os de seus amigos.

O escândalo cria dúvidas quanto à transparência e à proteção de dados dos usuários do Facebook. A rede social comunicou que investigaria o caso. O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, reconheceu que a emprese cometeu erros. A empresa Cambridge Analytica trabalhou ainda com a equipe responsável pela campanha de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, nas eleições de 2016. Também foi contratada pelo grupo que promovia a saída do Reino Unido da União Europeia.

Nesta sexta-feira (23), uma revista na sede da Cambridge Analytica durou cerca de sete horas. A batida foi do órgão regulador encarregado da proteção de dados privados na Grã-Bretanha. Nos Estados Unidos, usuários estão processando o Facebook e a Cambridge Analytica.

O Ministério Público do Distrito Federal comunicou na terça-feira passada (20) que abriu um inquérito para apurar se o Facebook compartilhou dados de usuários brasileiros com a Cambridge Analytica. O ex-sócio da Cambridge Analytica no Brasil disse que a empresa não tinha banco de dados de brasileiros.

Reforço de segurança

Ao admitir que a empresa cometeu erros, Zuckerberg também citou medidas de segurança que serão adotadas pela rede social para evitar que empresas usem os dados dos usuários. São elas:

  1. investigação de aplicativos que tiveram acesso a grandes quantidades de informações de usuários antes da alteração na plataforma feita em 2014;
  2. auditoria de apps que tiverem atividade considerada suspeita e proibição da operação dos que se recusarem;
  3. aviso de usuários que tiveram suas informações comprometidas ou coletadas, incluindo os afetados no caso Cambridge Analytica;
  4. suspensão da exploração de dados dos usuários por parte de aplicativos que forem usados por mais de três meses;
  5. limitação de dados informados por um app a nome, foto do perfil e e-mail e exigência de aprovação prévia caso desenvolvedores queiram mais informações;
  6. exibição de atalho para usuários avaliarem o grau de privacidade de suas contas.

Fonte: G1
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