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Em meio à crise, vendas de camisas diminui em relação à última Copa

Pesquisa do Datafolha diz que 53% dos brasileiros se dizem indiferentes pela Copa do Mundo.

15/06/2018 07:20

O motivo é incerto, mas uma coisa é fato: o desinteresse do brasileiro pela Copa do Mundo de 2018, sediada na Rússia, é algo peculiar. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, realizada na semana passada, 53% dos brasileiros se dizem indiferentes pelo Mundial. Essa é a pior marca às vésperas do mundial desde 1994, quando o Instituto fez a primeira pesquisa do tipo. Essa situação se reflete no número de vendas de camisas da seleção em Teresina. 

O vendedor Edvar Araújo diz que a loja onde trabalha até se adiantou na decoração do espaço, “para dar ânimo” aos clientes, mas a empreitada não funcionou como esperado. Segundo ele, as vendas estão muito abaixo do que foi observado em 2014, quando o Brasil sediou a Copa. “Na Copa passada, principalmente por ser aqui no Brasil, nós vendemos praticamente 100% [das camisas], a venda foi muito boa. Bem antes a gente já estava entre 60% e 70%. Só que esse ano não está chegando a 50%”, destaca. 

Em meio à crise, vendas de camisas diminui em relação à última Copa. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Para Edvar, são múltiplos fatores que explicam essa diferença entre as vendas nos dois mundiais. “Tudo influi, porque teve essa crise do Brasil que pegou todo mundo mesmo e o pessoal não está botando muita fé na seleção, que eu acho que vai ser campeã, mas muita gente não tá botando fé de jeito nenhum”, afirma. Pessimista com as vendas, ele acredita que se as camisas não tiverem saída até a véspera do primeiro jogo do Brasil, que ocorre no domingo (17), elas acabarão paradas no depósito. 

A loja pediu uma quantidade menor de camisas oficiais, apenas para manter o estoque, além de réplicas, que tem uma procura maior. As originais custam em torno de R$ 250 e as réplicas custam R$ 100. A camisa 10 é a mais pedida. Ela é usada pelo jogador Neymar Júnior. 

Já no Shopping da Cidade, os lojistas parecem estar um pouco mais confiantes. Cleiton Assunção é dono de loja e diz estar satisfeito com as vendas, embora reconheça que poderia ser melhor, já que o volume de vendas é inferior ao de 2014. Segundo ele, “as pessoas estão escabreadas” em adquirir a peça. Ele afirma que o modelo azul está saindo mais, talvez como forma de protesto. Para ele, esse modelo é um diferencial esse ano. Por lá, as camisas custam em torno de R$ 35. 

Camisa azul é a que mais têm sido vendida nas lojas do Shopping da Cidade. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Como mostrou uma reportagem de ODIA, publicada na edição da última quarta-feira (13), tem até gente torcendo contra o Brasil. É o caso dos moradores da Rua 8, no bairro Real Copagre, que ornamentaram a rua com as cores da seleção argentina. A atitude é um protesto contra o desempenho da seleção e a corrupção política no país. Embora não tenha sido mencionado pelos moradores, os escândalos de corrupção chegam inclusive às próprias entidades de futebol, como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A pesquisa Datafolha aponta que apenas 18% dos entrevistados têm grande interesse pela Copa do Mundo de 2018. 

Edição: Nathalia Amaral
Por: Ananda Oliveira
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