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Blocos do Rio são impedidos de desfilar e pedem revisão da PM

Segundo as ligas, os blocos afetados costumam reunir 6 milhões de foliões e têm até 30 anos de tradição.

28/02/2019 14:05

A menos de dois dias do Carnaval, alguns dos blocos mais tradicionais do Rio de Janeiro podem ter seus desfiles cancelados por falta de autorização da Polícia Militar. O motivo é um impasse entre prefeitura, PM e os responsáveis pelos cortejos.

Um grupo de 19 blocos reunidos nas ligas carnavalescas Sebastiana e Zé Pereira divulgou uma nota na noite desta quarta (27) dizendo que "está diante da inexequibilidade de algumas exigências feitas de forma intempestiva, e a menos de uma semana do Carnaval" e pedindo que a polícia reveja sua posição e agilize os processos.

Assinam o texto cortejos bastante conhecidos, como Carmelitas, Céu Na Terra e Orquestra Voadora, além de Simpatia É Quase Amor, Suvaco do Cristo e Toca Rauuul! (veja a lista completa abaixo). Segundo as ligas, os blocos afetados costumam reunir 6 milhões de foliões e têm até 30 anos de tradição. 

"Chegamos ao esgotamento de todas as possibilidades razoáveis para cumprir o que se tornou uma 'gincana do impossível'", dizem as ligas, que afirmam ter passado os últimos dias se revezando em diferentes batalhões, quartéis e salas de reuniões, junto ao Ministério Público, para acertar as exigências. 

Segundo a nota, a PM indeferiu e não entregou o "nada a opor" a alguns blocos, com a alegação de que documentos foram entregues fora do prazo. Os representantes se queixam de que estão se deparando com interpretações controversas em cada batalhão sobre a necessidade ou não da autorização -ou seja, alguns blocos estão sendo liberados e outros não.

Eles ressaltam que até 2018 havia apenas a necessidade de uma comunicação para ciência da PM e que os blocos em questão já fazem parte do calendário oficial da cidade, amplamente divulgado.

Se a polícia não voltar atrás, os blocos podem até sair -e contam com a estrutura da prefeitura-, mas os organizadores arcam com os riscos de acidentes, sem efetivo policial.

Questionada, a Polícia Militar afirmou que segue o decreto 44.617, de 2014, que define que a PM, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros devem dar aval para eventos que promovam concentrações de pessoas.

A corporação disse que flexibilizou os prazos para recebimento de documentos diante de alterações no procedimento de autorização dos blocos pela RioTur (empresa municipal responsável pela organização do Carnaval), que "impactaram nas análises".

Afirmou ainda que as concessões do "nada a opor" foram feitas conforme os blocos eram autorizados pela RioTur e que os cortejos que já solicitaram recurso após terem a autorização negada serão reavaliados individualmente.

A RioTur diz que não tem relação com o impasse entre blocos e PM, já que a exigência do "nada a opor" da polícia é matéria de um decreto estadual, estando fora de suas competências. 

A agência também nega que o procedimento de autorização dos cortejos tenha mudado e diz que, no que depende da prefeitura, todos os blocos previstos no calendário estão autorizados a sair.

Os blocos que assinam a nota são:

A Rocha

Ansiedade

Barbas

Carmelitas

Céu Na Terra

Escravos da Mauá

Gigantes da Lira

Imprensa que eu gamo

Laranjada

Meu Bem Volto Já

Que Merda É Essa

Quizomba

Orquestra Voadora

Simpatia é quase amor

Suvaco do Cristo

Toca Rauuul!

Último Gole

Vagalume, o Verde

Virtual

Fonte: Folhapress
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