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OMS defende teste com mosquito transgênico e bactéria contra o zika

Comitê sobre Aedes encoraja novas tecnologias para conter epidemias. Grupo também cita inseto esterilizado por radiação e peixe que come larva.

16/02/2016 09:12

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou apoio nesta terça-feira (16) a testes com mosquitos geneticamente modificados e com uma bactéria que infecta insetos como possíveis armas importantes para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor de zika, dengue, chikungunya e febre amarela.

"Diante da magnitude da crise de zika, a OMS encoraja os países afetados e seus parceiros a aumentar o uso tanto de antigas como de novas formas de controle de mosquito como a mais imediata linha de defesa", disse a OMS em comunicado.

Aedes Aegypti (Foto: Divulgação)

A entidade também destacou o potencial da liberação no ambiente de mosquitos machos estéreis por irradiação. Para proteger reservatórios de água, a OMS ainda mencionou o uso de peixes que se alimentam da larva do Aedes aegypti como uma boa alternativa.

Apesar de estimular as novas tecnologias no combate ao mosquito, a OMS ressalta a importância de continuidade dos métodos tradicionais de combate ao inseto.

Métodos tradicionais
"A OMS ressalta que a eliminação dos focos de procriação do mosquito é a intervenção mais eficiente para proteger populações", disse o novo comunicado. O documento foi elaborado após uma reunião de um comitê especial de aconselhamento sobre controle de vetores (transmissores) de doenças.

Na visão dos especialistas, ações como essa, aliadas à aplicação direcionada de inseticidas, foi o que praticamente eliminou epidemias de dengue e febre amarela entre os anos 1940 e 1960.

A OMS considera a ressurgência da dengue, junto da chikungunya e da zika, a consequência de décadas de relaxamento nas medidas de contenção, aliada a um crescimento urbano e rural desordenado em muitas regiões da América Latina, dificultando o combate a focos de procriação do inseto. "Comparada com a situação há 50 anos, a incidência global de dengue se multiplicou por 30", diz o novo documento.

Transgenia
Ao recomendar mosquitos transgênicos, a OMS menciona o sucesso de testes que foram feitos com a tecnologia da empresa britânica Oxitec nas ilhas Cayman, mas não menciona estudos de campo realizados no Brasil. O animal geneticamento modificado, machos esterilizados, fecunda as fêmeas no ambiente e as impedem de copular com machos saudáveis selvagens.

"Para mosquitos geneticamente modificados, o grupo de aconselhamento da OMS recomendou mais testes de campo e avaliação de risco para averiguar o impacto dessa nova tecnologia na transmissão de doenças", disse o relatório.

O documento não menciona testes já feitos em Juazeiro (BA) e em Piracicaba (SP), onde a técnica conseguiu reduzir a população de mosquitos em mais de 80%.

Fonte: Bem Estar - G1
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