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Exército investiga uso de máscaras proibidas por soldados na Rocinha

De acordo com o coronel Roberto Itamar, uso de balaclavas com nomes, inscrições ou desenhos, como o de caveira usado por militares, são proibidos.

27/09/2017 18:30

O Comando Militar do Leste (CML) está investigando o uso de máscaras não permitidas por agentes das Forças Armadas em operação na comunidade da Rocinha, na Zona Sul do Rio, desde a última sexta-feira (22). Fotos tiradas na favela mostram militares atuando com o rosto coberto com toucas de caveira.

De acordo com o coronel Roberto Itamar, porta-voz do CML, as balaclavas são permitidas unicamente em cor preta para homens do Exército, ou azul ferrete para homens da Marinha.

“O uso de balaclava é previsto no regulamento nas três forças, mas não com algum tipo de inscrição, nomes ou desenhos. O uso deste tipo não é permitido”, afirmou Itamar.

Exército investiga uso de máscaras proibidas por soldados na Rocinha. (Foto: Mauro Pimetel/AFP)

Segundo o oficial, a corporação não chegou a receber denúncias sobre uso das máscaras, mas os próprios comandantes verificaram o uso por meio de fotos e vídeos sobre a operação publicados em jornais e redes sociais, e começaram a verificação.

“A partir de sábado se verificou essa ocorrência a partir das fotos que saíram no jornal e os comandantes das efetivas tropas ficam a cargo da verificação do uniforme. Também estão sendo verificados o uso de lenços coloridos, que não são permitidos", disse.

Se identificados, os agentes devem ser advertidos. “Durante o processo de investigação, será verificado se ele [o soldado que usou a máscara proibida] vai ser punido ou não. A punição é uma consequência dessa ação. Ele pode ser punido, chamado atenção, e com certeza, vai ser recomendado para ele não usar mais", contou o coronel.

Situação na comunidade

Após uma semana de confrontos entre traficantes por disputa de poder no interior da comunidade, na última sexta-feira (22), o ministro da Defesa, Raul Jungmann, autorizou o Exército a fazer um cerco à favela da Rocinha.

Na terça-feira (26), quando completou o quinto dia consecutivo de ocupação das forças de segurança na Rocinha, moradores pediram "socorro" por meio de bilhetes, como mostrado pelo Jornal Nacional. Um dos desabafos, escrito à mão em uma folha de papel, pede que as autoridades acabem com um depósito clandestino de gás na comunidade. O estabelecimento ilegal cobra, pelo botijão, R$ 92, informa o morador.

Até o fim de terça, segundo a Secretaria de Estado de Segurança, 21 pessoas foram presas, três menores apreendidos e outros três suspeitos foram mortos durante confrontos com policiais.

Nesta quarta, tropas de elite da Polícia Militar realizaram operações como desdobramento da ação na Rocinha.

As ações ocorrem um dia depois de mensagens em redes sociais afirmarem que o traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, pivô dos últimos confrontos na Rocinha, teria se escondido no Complexo do Alemão. Também houve boatos de que o rival de Antônio Bomfim Lopes, o Nem, esteja circulando entre Rocinha e Vidigal (entenda como 157 e Nem foram de aliados a inimigos).

A Polícia Militar não confirmou nenhum dos dois boatos que estão circulando.

No Complexo do Alemão, agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), realizaram ação na Fazendinha durante a manhã.

No Vidigal, o Batalhão de Ações com Cães (BAC) também realizou operação nesta quarta como desdobramento da ação da Rocinha.

Na própria Rocinha, agentes do BAC e do Batalhão de Choque estiveram em operação nesta manhã.

Fonte: G1
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