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Discurso de Alckmin como chefe do PSDB deverá incluir críticas ao PT

Fala pregará a unidade partidária. Alckmin topou presidir o PSDB num movimento para evitar que o partido rachasse entre a ala mais jovem.

08/12/2017 13:35

O primeiro discurso do governador Geraldo Alckmin (SP) como presidente do PSDB e presidenciável tucano para 2018 pregará a unidade partidária e deverá conter elementos de antipetismo, responsabilizando as gestões da sigla de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff por mazelas econômicas e casos de corrupção.

O tom exato da fala, que deverá ocorrer ao fim da convenção nacional do PSDB em Brasília neste sábado (9), ainda está sendo modulado. Segundo a reportagem apurou junto à cúpula tucana, a tendência é a manutenção do antipetismo, ainda que haja acenos a um eleitorado mais à esquerda.

Isso sugere que Alckmin mira a fatia do eleitorado que apoia o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por antipetismo, embora seja improvável que com isso atinja aqueles que dizem votar no pré-candidato por suas posições mais extremadas e antiestablishment. O governador, afinal, é uma figura tradicional da política.


 Foto: Luis Blanco/ A2IMG

Alckmin topou presidir o PSDB num movimento para evitar que o partido rachasse entre a ala mais jovem, liderada pelo senador Tasso Jereissati (CE), e o grupo do governador Marconi Perillo (GO). Além de ganharem cargos na divisão do butim de poder, ambos serão alvo de deferências do tucano em seu discurso.

O partido ainda tenta demover Aécio Neves, seu presidente licenciado desde que foi atingido pela delação da JBS em maio e fonte de grande desgaste junto à opinião pública, de participar da convenção. Tucanos temem o dano à imagem de Alckmin na primeira grande fotografia da campanha.

Há ainda a questão da vontade do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, de disputar prévias e provocar Alckmin a aceitá-las. Líderes da sigla estão conversando sobre como lidar com o assunto.

Ainda sobre a parte "presidencial" do discurso, o tucano deverá seguir a abordagem híbrida sugerida em documento coordenado pelo ex-senador José Aníbal e endossada em entrevista à Folha de S.Paulo nesta sexta (8) pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defendendo crescimento econômico, responsabilidade fiscal, temas cotidianos como segurança pública e acenando à esquerda com promessa de maior inclusão social.

FHC foi defensor do movimento para colocar Alckmin na chefia do partido, que além de ajudar a unificar a legenda lhe garante palanque de mídia e estrutura para viagens políticas após sua desincompatibilização, que deve ocorrer em abril.

Por: Igor Gielow - Folhapress
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