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Deputados estaduais do Piauà manifestaram enorme preocupação com a intervenção federal no Rio de Janeiro, pelo fato de ser possÃvel a migração de bandidos para os demais estados. A principal manifestação foi do deputado Robert Rios (PDT), que durante quase uma hora na tribuna recebendo vários apartes. Rios indagou sobre qual seria a reação da Igreja e da OAB se as forças da intervenção tiverem que abater traficantes, principalmente os adolescentes arregimentados pelo tráfico.
Robert Rios disse ser a favor da intervenção, mas reconhece que todos os Estados sofrem as consequências da violência sem poder enfrentá-la, por falta de condições. Ele citou o Piauà como exemplo de falta de armamento para a polÃcia e até de viaturas e reajustes salariais. O deputado isentou de culpa as autoridades da Segurança Pública no Estado do PiauÃ.
Para Robert Rios, o que mais preocupa nessa intervenção é o fato de que o general que vai comandar a intervenção foi treinado para combater o inimigo externo. E ele interroga: o Exército vai exterminar os traficantes do Rio? Numa análise mais profunda ele disse ver os traficantes do Rio de Janeiro como pessoas que foram esquecidas pelo poder público na infância.
O deputado afirmou que nessa intervenção poderá haver mais mortes do que nos 20 anos de ditadura. Para ele, o crime organizado se prepara há 50 anos, liderando as comunidades nas favelas, mantendo os filhos dos favelados nas escolas, assim como investiram em muitas pessoas que hoje são juÃzes e advogados. Ele criticou o fato de que ainda hoje um policial precisa de autorização do Exército para comprar uma arma. Dessa forma, esse mesmo Exército tem a obrigação de combater o uso de armas pelos bandidos – salientou.
O deputado Dr. Pessoa (PSD) disse que teve o mesmo entendimento do colega Robert Rios, ao ser entrevistado pelo Portal gp1.Ele disse que a situação das forças da intervenção é parecida com a do médico, que é obrigado a operar o paciente, para que ele não morra. Ele considerou necessária a intervenção na Segurança do Rio de Janeiro.
O deputado João de Deus (PT) disse que conversou com especialistas nos últimos dias, e todos eles sustentaram que o crime organizado tem raÃzes fora do paÃs e que o governo federal não fez o devido combate. Ele considerou que diante da intervenção no Rio os demais estados ficam “enxugando geloâ€, enquanto os bandidos podem neles se esconderem. João de Deus concluiu seu aparte afirmando que a intervenção não passa de um paliativo.
Outro que ofereceu aparte foi o deputado Marden Menezes (PSDB, que apesar de ser a favor manifestou algumas preocupações. Ele citou o exemplo da Colômbia, que sofreu as consequências de uma disputa entre cartéis, o que forçou os Estados Unidos a interferirem. O Brasil poderia chegar à mesma situação? - Indagou. O deputado José Hamilton (PTB) também ofereceu aparte, manifestando sua preocupação de que o Exército saia desmoralizado do Rio de Janeiro. Mauro Tapety (PMDB) elogiou o orador pela sua preocupação com a intervenção, mas mostrou-se preocupado com a situação dos demais estados, citando o exemplo de sua cidade, Oeiras, antes muito pacata, mas que na semana passada teve dois assaltos a postos de gasolina.
Texto: Raimundo Cazé
Edição: Paulo Pincel
Fonte: Alepi Fonte: Alepi