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Seleção de 1970 e o Brasil de Tite: diferença entre comparar e reconhecer a inspiração

Tite já revelou ser um dos milhões de fãs do Brasil de 1970, e a sua equipe busca "˜beber na fonte"™ de um dos maiores esquadrões da história... mas é preciso ter muita calma!

09/09/2016 10:30

Por Tauan Ambrosio 


Os primeiros jogos de Tite na Seleção Brasileira superaram todas as expectativas. Até mesmo a do próprio comandante, que em dois jogos saltou na tabela das Eliminatórias. Se antes o Escrete Canarinho não estava nem mesmo na zona de classificação para a Copa do Mundo de 2018, após as vitórias maiúsculas sobre Equador e Colômbia chegou à vice-liderança.

O que mais impressionou, desde os 3 a 0 sobre os equatorianos na altitude de Quito, foi a rápida assimilação que os jogadores tiveram do que o técnico pedia. Partindo do seu ‘querido’ 4-1-4-1, tática que lhe rendeu grandes momentos recentes no Corinthians, Tite consolidou rapidamente uma defesa segura, um meio-campo dinâmico e um ataque de movimentação constante – que parte para cima do adversário, mas também incomoda no combate à saída de bola.

A organização do Brasil de Tite, aliado aos bons resultados com um futebol sólido e agradável, animou muitos especialistas. Em mesas redondas na TV, chegaram até mesmo a comparar a atual Seleção com a de 1970!

(Foto: Pedro Martins / MoWa Press)

(Foto: STF/AFP/Getty Images)

Isso mesmo. Cometeram a suposta heresia de juntarem, em um elogio, o time de Pelé, Tostão, Jairzinho, Gerson, Rivellino, Clodoaldo, Carlos Alberto Torres, Everaldo, Brito, Félix e Piazza ao atual.

É logico que na qualidade individual, não há comparações. Mas é impossível ser um treinador atualizado no presente, estudioso do passado, e não querer se inspirar em um dos maiores esquadrões de todos os tempos no futebol.

Com Tite, a Seleção conta com zagueiros seguros e laterais que apoiam e defendem com equilíbrio. No meio, Casemiro fica mais postado à frente da zaga e ajudando bastante na dinâmica do jogo de transições: defende bem e é objetivo na hora de começar a construir, lá atrás, as jogadas ofensivas. Paulinho e Renato Augusto rodam bastante pelo campo e já chegaram até mesmo a ocuparem posições nas pontas. Giram, se apresentam na criação e para o arremate.

No ataque, Neymar e Willian criam e ajudam na recomposição defensiva. Mas como o forte é na habilidade para atacar, é lógico que o time fica à vontade na hora de ameaçar o adversário. Exemplo de atacante leve, mas com faro de gols, Gabriel Jesus vem fazendo um papel tão bom quanto promissor mais centralizado no ataque – e sem deixar de se movimentar pelo campo.

A Seleção Brasileira de 1970 jogava em um 4-3-3. À frente da linha de quatro homens na defesa, ficava Clodoaldo. Foi o camisa 5 que recebeu a bola de Tostão (que voltou do ataque para recuperar a posse de bola) e esbanjou categoria em dribles para esquentar o histórico gol de Carlos Alberto Torres na final contra a Itália.

Os outros dois meio-campistas eram Gerson e Rivelino, este último se movimentando constantemente no lado esquerdo do ataque ocupado por Pelé. O Rei do Futebol, camisa 10 revelado pelo Santos, aparecia em todo o campo de ataque: esquerda, direita, meio e enfiado na área. Na direita, Jairzinho e, mais centralizado, Tostão.

Tite já revelou ser fã do Brasil de 1970 (e quem não é?). A comparação com o passado é um tanto absurda: pelo momento que vive o nosso futebol, pela importância dos ídolos no cenário nacional do esporte, pelo curto período de Tite no comando e pela própria qualidade dos jogadores. Mas a inspiração em grandes times nunca vai ser algo ruim. Aproveitando o melhor do passado e antenado com o que está acontecendo agora, o futuro pode ser formado do jeito que a Seleção Brasileira merece e deve ser: encantadora e atualizada no futebol.

Fonte: Esporte interativo
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