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Os deslizes do hóquei que os brasileiros não perdoam no futebol

Há marcadores que os brasileiros não esquecem, nem perdoam, mais ainda em um esporte que consiste em fazer gols. Mas diferentemente do futebol, a seleção de hóquei sobre grama está recebendo todo o carinho do mundo, apesar das derrotas acachapantes.

08/08/2016 12:19

(7 ago) Partida entre Brasil e Bélgica no Centro Olímpico de Hóquei
(7 ago) Partida entre Brasil e Bélgica no Centro Olímpico de Hóquei

Há marcadores que os brasileiros não esquecem, nem perdoam, mais ainda em um esporte que consiste em fazer gols. Mas diferentemente do futebol, a seleção de hóquei sobre grama está recebendo todo o carinho do mundo, apesar das derrotas acachapantes.

O Brasil sofreu 19 gols em duas partidas de hóquei sobre grama nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, os primeiros que disputa em sua história.

Primeiro, perdeu para a Espanha por 7-0, um placar que traz más recordações por causa do vexame ante a Alemanha na Copa do Mundo de 2014, e depois sofreu 12 gols da Bélgica, no domingo.

Ao fim da partida contra os belgas, vários jogadores brasileiros choravam inconsoláveis, enquanto os adversários e a torcida brasileira faziam o que podiam para reconfortá-los.

O tom dominante da imprensa brasileira foi o de que algumas derrotas podiam ser vistas como um aprendizado, algo muito diferente das críticas que dominam a cobertura sobre o empate da seleção brasileira de futebol, liderada por Neymar, com o Iraque.

Aproveitando os Jogos

O padrão se repetiu nas duas partidas dos Jogos, nas quais o Brasil ainda não marcou um gol. Torcida e jogadores dão tudo de si, começam a sofrer gols e há um momento de desânimo. Em seguida, volta a agitação, com a esperança de marcar algum gol.

"Os torcedores foram incríveis. Mesmo sofrendo um gol atrás do outro, ainda incentivavam. Isto não tem preço", disse, agradecido, Chris McPherson, após a surra da Bélgica.

Jogando contra a Espanha, o Brasil resistiu um quarto sem sofrer gols, ante Bélgica 10 minutos.

"Tentamos de tudo e na primeira metade, nos mantivemos no jogo, o que está bem. Depois disso, perdemos um pouco a concentração e sofremos um montão de gols, que não esperávamos", explicou Matheus Borges, após a derrota para a Espanha.

"Nenhum país quer levar uma surra como essa", disse o colega de equipe, Stephane Smith, após o jogo contra a Bélgica. "Mas às vezes, as coisas acontecem assim", admitiu, resignado.

Para Smith, a equipe tem que aproveitar um pouco mais, ao invés de sofrer. "Estava tentando dizer aos rapazes que aproveitem o momento, que sejam positivos e que continuem querendo jogar. Estar nos Jogos Olímpicos é um momento muito especial", acrescentou.

Cinco mil praticantes e um holandês

Raros são os países em que o hóquei sobre grama tem status de estrela. Ocorre, por exemplo, na Índia, na Austrália, na Alemanha e na Holanda. Em outros, como na Espanha, é minoritário, mas há um clube como o Egara, com mais de 80 anos de antiguidade, e um bom histórico olímpico.

No Brasil, ao contrário, é um esporte praticamente inexistente. A seleção brasileira só começou a competir em torneios continentais nos anos 1990 e passou a ter quadras oficiais em 2007, em Deodoro, zona oeste do Rio, onde agora se disputa o torneio olímpico.

Segundo a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), 5.000 brasileiros praticam este esporte em apenas cinco dos 26 estados do país.

A FIH (Federação Internacional de Hóquei), estabelece parâmetros mínimos para participar em Jogos Olímpicos que os homens conseguiram, ao ficar em quarto lugar nos Pan-americanos de 2015, mas as mulheres, não.

Os brasileiros são os 34º do ranking mundial; as brasileiras, as 50ª.

Nas fileiras da equipe masculina joga Patrick Van Der Heijden, de 23 anos, que nasceu e vive na Holanda, uma potência deste esporte.

Jogar pelo Brasil "estreita minha relação com o país da minha mãe, e estou começando a me sentir brasileiro", explicou este jogador que atua em um clube da segunda divisão holandesa e é filho de um holandês e uma brasileira.

"Ainda moro na Holanda, mas a cada momento que passo aqui me sinto mais brasileiro", acrescentou.

Fonte: Esporte interativo
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