"Cristiano Ronaldo não merecia estar entre os finalistas do Ballon d'Or. O prêmio não é apenas sobre marcar gols", argumentou o polêmico e nada independente nesta questão Dani Alves, lateral do Barça.

Mais que Messi, o português conquistou média um gol por jogo durante 2015, e o troféu que conquistou no "ano Bola de Ouro" (entre as votações da temporada passada e a anterior) foi a foi o Mundial de Clubes de 2014, no qual não marcou gols. De fato, é significativo que, enquanto CR7 tenha chegado ao ápice de 61 gols em todas as competições até o final da temporada 2014-15, ele não colocar as mãos em taças na Europa - ao contrário de Messi e Neymar, que marcaram 10 vezes (a mesma quantidade de Cristiano Ronaldo) na campanha do título do Barça na Liga dos Campeões.

Ronaldo marcou os dois gols do Real Madrid (um de cabeça e outro de penalidade) na eliminação na semifinal para a Juventus, mas ele não conseguiu se impôr nos dois confrontos. E isso tem sido uma coisa preocupante ao longo dos seus últimos meses. Nesta temporada, o craque do Real fez 25 gols em 24 partidas, mas essa estatística é enganosa no sentido de que ele ficou sem marcar contra o Atlético de Madrid, Sevilha, Barcelona e Valência, em La Liga, e PSG, na Champions League.

Pode ser apenas uma fase, já que a equipe não jogou de forma tão atraente sob o comando de Rafael Benítez, com quem CR7 claramente não desfrutava de um relacionamento saudável. No entanto, o contraste com suas duas Bolas de Ouro não poderia ter sido maior. Não só Messi e Neymar tiveram um 2015 espetacular, como eles também se transformaram também em uma máquina de criar oportunidades relevantes: o argentino (120) e o brasileiro (121) superaram de longe o português neste sentido (81), demonstrando um declínio em outro sentidos.

Claro, que a dupla sul-americana estava jogando em uma equipe que conquistou tudo, tendo Suárez ao lado, o que só impulsiona os números. O ex-treinador do Manchester United, Alex Ferguson chegou a sugerir que "Messi + Barça" são um milagre e que isso diminuiu os feitos do camisa 10.

"Cristiano Ronaldo poderia jogar contra o Millwall, o QPR, o Doncaster Rovers ou qualquer um e marcar um hat-trick. Eu não estou certo de que Messi poderia fazer o mesmo. Ronaldo joga com os dois pés, é rápido, ele é bom na bola aérea e é corajoso, apesar do argentino também ser . Eu só acho que Messi é um jogador para o Barcelona de MEssi", comentou o escocês no ano passado.

Se Messi ou Neymar tem sorte de estar exercer o seu ofício em Camp Nou é irrelevante, no entanto. O fato é que eles não são apenas protagonizando performances individuais sensacionais, mas também conquistando títulos. Isso não ajuda em nada Cristiano Ronaldo, com a dominância nacional e europeia sendo do Barcelona, com possibilidade de se repetir em 2016, tornando o seu futuro no Ballon d'Or mais desolador.

Claro que, mesmo outra vez sem títulos por clubes, ainda existe a Eurocopa, uma excelente oportunidade para sublinhar a sua grandeza, dada a importância tradicional dos grandes torneios internacionais para os eleitores da disputa. O único problema aqui, é claro, é que Portugal não parece uma equipe particularmente forte, como ficou provado na Copa do Mundo de 2014. CR7 não foi capaz de levar sua seleção nos ombros. Além disso, ele estará com 31 anos quando a competição começar, e por isso parece ainda mais improvável que será capaz de fazer na França o que não pode fazer no Brasil.

Ronaldo, claro, é um atleta ferozmente focado e determinado a recuperar sua coroa. No entanto, tanto Messi e Neymar têm seus prórpios desafios internacionais, com o capitão da Argentina desesperado para finalmente acabar com o longo jejum sem títulos, levando seu país à vitória na Copa América do Centenário. Neymar também tem uma chance de redenção nos Estados Unidos. 

O capitão da Seleção Brasileira mostrou maior maturidade ao longo dos últimos seis meses, assumindo o comando do Barça durante a ausência de Messi por lesão, mostrando que é o herdeiro natural de seu companheiro de equipe.

E isso será ainda mais preocupante para Cristiano Ronaldo e seu exército de fãs. Os poderes do português parecem estar em declínio, ao passo que Messi está de volta ao seu melhor e Neymar só está evoluindo.

CR7 já foi ultrapassado pela dupla do Barcelona na corrida para a próxima Bola de Ouro. Resta saber se ele será capaz de se recuperar e terminar em primeiro lugar nas próximas premiações.