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O que falta para Coutinho ser titular da Seleção Brasileira?

Meia do Liverpool vive grande fase, é decisivo em seu clube e no escrete canarinho e está jogando muito. Não existem motivos para ficar no banco

07/09/2016 17:00

(Foto: Pedro Martins / MoWa Press)

Nos jogos contra Equador e Colômbia, Coutinho saiu do banco para ser vital nas duas vitórias brasileiras. Contra El Tri, o Brasil já era superior no segundo tempo, mas após a entrada do camisa 10 do Liverpool, a equipe subiu ainda mais de produção. A movimentação ofensiva melhorou, assim como a quantidade e qualidade de chances de gol criadas. A partida estava 0 a 0 quando ele entrou em campo, e apenas 11 minutos depois, Neymar abriu o placar em cobrança de pênalti. O jogo terminou com 3 a 0 a favor dos tupiniquins, com Coutinho tendo ótima atuação e participando da jogada do segundo gol.

Já contra os Cafeteros, o camisa 10 Liverpool foi ainda melhor. O jogo estava empatado em 1 a 1 e um tanto morno. Nenhuma equipe conseguia criar oportunidades claras, e a Colômbia, satisfeita com o empate, tentou esfriar a partida, contendo bem os avanços brasileiros com uma boa marcação, estando sempre bem postada na defesa e não dando espaços. Não à toa, Gabriel Jesus e Bacca participaram do jogo se movimentando e ajudando na marcação, mas não receberam passes em condições de finalizar e pouco produziram. Faltava ao Brasil criatividade e mais movimentação, um meio-campista técnico para armar jogadas, abrir espaços com dribles, passes e poder de criação. Faltava Philippe Coutinho.

Confira os números de Coutinho contra a Colômbia:

Por isso, Tite repetiu o que fez contra o Equador e colocou o meia do Liverpool no lugar de Willian. Novamente, a melhora da equipe foi rápida. Com dribles, muita movimentação, bons passes e criatividade, Coutinho deu nova vida ao Brasil. Daniel Alves, sumido no jogo ofensivo, passou a aparecer bem no ataque para tabelar com o ex-vascaíno, enquanto o jogador dos Reds, repetindo a parceria das seleções de base, fez boas tabelas e combinou boas jogadas com Neymar.

Não à toa, apenas oito minutos depois da entrada de Coutinho, o Brasil fez 2 a 1 com uma bela assistência do meia do Liverpool para Neymar. Além da participação direta no tento da vitória, o meia criou boas chances, melhorou a movimentação ofensiva e fez o lado direito e Daniel Alves, que pouco tinha sido usado nos ataque brasileiros, ser mais acionado.

Mapa de calor mostra a movimentação de Coutinho contra a Colômbia (Foto: Opta)

Coutinho teve excelentes atuações nos triunfos sobre Equador e Colômbia, melhorando o Brasil e sendo fundamental nas duas vitórias. Além de se destacar no escrete canarinho, ele, já há algum tempo, está jogando muita bola e sendo o grande nome do Liverpool. De fato, por tudo o que faz no clube e na Seleção, não existem motivos para o camisa 10 dos Reds não ser titular do time tupiniquim.

Philippe Coutinho merece ser titular da Seleção de Tite, e isso significa uma enorme e boa dor de cabeça para o treinador, que precisará sacar alguém do time para colocá-lo em campo. No meio-campo, Casemiro e Renato Augusto, que estão jogando muito e são fundamentais na equipe, são intocáveis, assim como Neymar, que dispensa comentários, e Gabriel Jesus, que deve e merece continuar sendo o camisa 9. Sobram, com isso, as vagas de Willian e Paulinho.

O volante fez dois bons jogos e teve boa função tática, mas poderia ser sacado. Coutinho, além da criatividade, qualidade técnica, melhorar a movimentação ofensiva da Seleção e fazer o time jogar por todos os setores, pode muito bem executar essa função tática e jogar por ali, ainda mais com o estilo de muita movimentação e troca de posições entre os homens de meio-campo que o Brasil apresentou contra Equador e Colômbia. Excelente armador que é, Coutinho poderia mudar seu lugar no campo e se aproximar dos companheiros constantemente. A marcação precisaria ser bem ajustada, mas creio que daria muito certo e não seria nenhum desafio para Tite manter a equipe compacta, coesa e com as linhas próximas, tendo força em todos os setores.

Mapa de calor mostra a movimentação de Willian contra a Colômbia. Meia ficou mais preso na marcação pelo lado direito (Foto: Opta)

A outra opção seria apenas sacar Willian e não mexer muito na estrutura da Seleção, no entanto, não acho que seja a melhor opção. O meia do Chelsea não fez seus melhores jogos contra Equador e Colômbia, mas foi muito bem e fundamental taticamente e na marcação pelo lado direito, dando liberdade para Marcelo e Neymar concentrarem os ataques pela esquerda e conseguirem criar boas chances e tabelas. Além disso, o meio-campista tem muita qualidade técnica e pode ser mais efetivo ofensivamente. Vale lembrar que Willian é o segundo jogador que mais criou chances de gol nas Eliminatórias (16, atrás apenas de Carlos Sánchez, com 22), o vice-líder de assistências do qualificatório (três passes para tentos, novamente atrás somente de Carlos Sánchez, com quatro) e o artilheiro do Brasil no torneio ao lado de Douglas Costa, com duas bolas nas redes.

Willian é um jogador muito importante na Seleção, e não creio que o melhor seja sacá-lo, até porque ele pode render mais do que rendeu nos últimos dois jogos. Colocar Philippe Coutinho em seu lugar nas duas partidas funcionou muito bem no decorrer do duelos e nos panoramas dos confrontos, mas não dá para saber qual seria o impacto se o camisa 10 do Liverpool tivesse sido titular. O meia dos Reds pode executar a função tática que o jogador do Chelsea fez e teve ótimo desempenho ofensivo, como já mencionado anteriormente. Ele tem totais condições de fazer isso durante os 90 minutos, mas não tem como ter certeza de como seria a história com ele desde o começo contra Equador e Colômbia. 

(Foto: VANDERLEI ALMEIDA/AFP/Getty Images)

Creio que a melhor opção seria a manutenção de Willian e colocar Coutinho na vaga de Paulinho. O time seria mais criativo, teria melhor movimentação ofensiva, não perderia muito na marcação nem na parte tática e teria um ataque ainda mais envolvente e previsível, com muita força por todos os lados e setores.

No entanto, existe um porém. Nas próximas convocações, Tite provavelmente poderá chamar Douglas Costa, que vinha sendo titular e também é muito importante na Seleção. Com o jogador do Bayern de Munique à disposição, Tite terá que quebrar ainda mais sua cabeça para montar o time. Não acredito que tirar Neymar do lado esquerdo, onde ele rende tão bem e desempenha seu melhor futebol, para usá-lo como falso 9 seja uma boa alternativa, e nem acredito que Tite fará isso. Desta forma, o treinador tem Willian, Philippe Coutinho e Douglas Costa para uma ou duas posições. Nesta situação, tiraria Paulinho do time para colocar Philippe Coutinho e usaria Douglas Costa como titular inicialmente, com Willian como opção. Analiso isso pensando com a cabeça de Tite, porque eu, pessoalmente, gostaria de testar o 4-1-4-1 com Douglas Costa, Willian, Coutinho e Neymar formando uma linha de quatro. Acredito ser possível.

De qualquer forma, Coutinho merece ser titular da Seleção. Não falta mais nada para ele ganhar a posição e não existem motivos para ele continuar no banco de reservas. Resta ver o que Tite irá fazer.

Fonte: Esporte interativo
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