Em Teresópolis para conversar com os alunos que estão fazendo o curso de treinadores da CBF, Carlos Alberto Parreira não escondeu a satisfação de ver que muitos dos presentes são ex-jogadores.

O treinador campeão mundial com a Seleção Brasileira em 1994, e que também tem uma longa carreira em clubes brasileiros, falou, em contato com a Goal Brasil, sobre a importância de se aprimorar na função de técnico;

“Fico feliz de ver que esses jogadores estão interessados em melhorar o seu conhecimento, se aprimorar, se qualificar, para que amanhã eles agreguem alguma coisa do conhecimento que eles têm da prática do futebol”, disse.

Durante a pausa para uma das aulas, era visível o slide de uma das próximas palestras que seriam realizadas. O título já mostrava que o tema a ser debatido era de conhecimento de todos: o 7 a 1 imposto pela Alemanha sobre a Seleção Brasileira na semifinal da Copa do Mundo de 2014.

Perguntado se esse, que é o maior vexame da história das grandes seleções em Copas do Mundo, seria o gatilho que ajudou os treinadores brasileiros a buscarem cada vez mais o conhecimento sobre o futebol, Parreira discordou.

“Não foi por causa do 7 a 1. A CBF já vinha se preocupando com a formação dos treinadores, eu acho que isso aí foi fundamental”, afirmou o ex-coordenador técnico do Brasil naquele mundial. “Nós temos que nos aprimorar, temos que qualificar os treinadores”, disse.

Reconhecido mundo a fora também pela maneira didática que gosta de ver e passar as mais variadas questões do esporte bretão, Carlos Alberto Parreira acredita que o estudo é um passo para frente na busca para melhorar a qualidade dos nossos atletas e do jogo em si.

“Se existe uma necessidade no nosso futebol é a de melhorar as categorias de base. Para melhorar nós temos que qualificar os treinadores, porque melhor qualificado, melhor é o treino e melhor é a qualidade do futebol. Isso aí está acontecendo hoje de uma maneira importante, decisiva. É só ver esses jogadores, ex-jogadores de seleções e clubes, que estão procurando se aprimorar”.

Por fim, o ex-treinador avaliou o que mudou na Seleção Brasileira desde que Tite assumiu o comando do Escrete Canarinho: “Ele criou um ambiente muito favorável, o Tite é um grande gestor de grupos, de seres-humanos. Ele é um cara que transmite a simpatia para os jogadores, além de conhecer futebol. Evidentemente tem uma parte do conhecimento dele, mas sobretudo ele devolveu a confiança e a alegria ao futebol brasileiro”.