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Chá, previsão de Messi e cabeça de treinador: revelações de Pepe sobre Pep... Guardiola

Em entrevista exclusiva, o ídolo do Santos relembrou histórias de quando comandava o atual treinador do Manchester City

12/08/2016 14:00

Por Tauan Ambrosio 


Já não era mais um segredo, mas voltaram a lembrar da paixão de Pep Guardiola pelo futebol inglês quando o catalão foi apresentado como técnico do Manchester City. Ele ainda era jogador quando treinou, durante uma semana, nas instalações dos Citizens. Só não assinou, na época, porque lhe ofereceram apenas seis meses de contrato.

Guardiola estava no final de sua carreira, tinha 34 anos. Mas queria pelo menos uma temporada inteira com o City. Já havia feito história pelo Barcelona, passado pelo futebol italiano, e defendia o Al Ahli, do Qatar. Lá, Pep era treinado por Pepe. Ele mesmo: José Macia, o “Canhão da Vila Belmiro”, um dos maiores pontas-esquerdas do nosso futebol.

Durante a temporada 2004-05, o eterno craque do Santos conviveu muito bem com o catalão que é visto, por muitos, como um dos melhores treinadores da história. Amante de um bom bate-papo, Pepe costumava passar horas e horas ao lado de Guardiola: “A gente conversava muito, tinha muito tempo para não fazer nada (risos). E depois do treino a gente às vezes tomava um chazinho”, relembra, com exclusividade.

Guardiola detestava quando era alvo de marcação individual, revelou Pepe (Foto: Getty Images)

Os temas eram dos mais variados, considerando o universo do futebol. Guardiola falava sobre passado, presente e futuro. Demonstrava imenso interesse nas histórias e na maneira de jogar do Santos de Pepe e Pelé; falava sobre os jogos do Al Ahli e já contava para o ídolo do Santos coisas sobre de um garoto argentino que já o encantava.

Guardiola estava de olho em Messi muito antes de fazer história ao lado do argentino (Foto: Getty Images)

“Ele falava: ‘mister, a Argentina está com uma grande safra de jogadores jovens. Tem um argentino, chamado Messi, que você ainda vai ouvir falar dele”.

“Ele me perguntava como era o ataque do Santos dos anos 60, como jogava o Clodoaldo... eu senti que havia muito interesse do Guardiola em relação a parte tática. Então, a gente conversava muito a respeito disso”, explica Pepe, que como o bom contador de histórias que é, relembrou uma passagem marcante que mostra como o atual comandante do Manchester City (que estreia sábado, dia 13, na Premier League) já tinha um coração de treinador.

“Antes dos jogos eu colocava um papel na frente dos jogadores, com instruções: quem bate falta, quem chuta, quem corre... e quem subiria para nos defender pelo alto, com cabeçadas, em jogadas contra nós. Eu listei os jogadores de defesa e o Guardiola, afinal de contas ele era o ‘5’, o médio-volante à frente da zaga. Depois ele me chamou num canto e disse:

- Míster, puedo te decir uma cosa? (Imita o santista, com sotaque e tudo)

- Pode, Pep.

- Yo nunca coloquei una cabeça en la pelota. La cabeça la tengo para pensar.

"Yo nunca coloquei una cabeça en la pelota. La cabeça la tengo para pensar", de Pep para Pepe (Foto: Getty Images)

Como eu tratava ele de pai para filho, tirei ele dessa área de cabeçadas”, finaliza a história, aos risos, o multicampeão do Santos e Seleção Brasileira.

Uma história deliciosa entre dois mitos do futebol.

Fonte: Esporte interativo
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