O técnico Dunga deixa o campo no estádio de Foxborough, Massachusetts, após a derrota de 1-0 do Brasil para o Peru
O Brasil protagonizou mais um episódio vergonhoso em sua recente lista de vexames, sendo eliminado na fase de grupos da Copa América do Centenário ao perder para o Peru por 1 a 0, neste domingo em Foxborough, com um gol de mão não assinalado pelo árbitro.
Numa partida em que Dunga colocou em campo uma formação mais ofensiva, o Brasil dominou completamente a partida, mas acabou vÃtima de um erro grave de arbitragem e da própria falta de pontaria.
No lance capital da partida, o gol de mão de RuidÃaz após cruzamento de Polo causou uma grande confusão em campo. O árbitro uruguaio Andrés Cunha ainda tentou ganhar tempo para descobrir se a jogada era legal, claramente esperando a confirmação de um replay da televisão, mas a informação nunca chegou e o dono do apito se viu obrigado a confirmar o gol.
"Infelizmente, não podemos contar com o imponderável. O lance é claro, ninguém entendeu porque o árbitro não deu mão. Eu não consigo entender quem eles estavam consultando. Isso me traz a dúvida de quem estava sendo consultado e o que estavam escutando", reclamou Dunga após a partida, insinuando que o árbitro poderia estar de má fé.
A derrota é mais uma para a recente lista de feitos negativos da seleção brasileira. Alguns dados que certamente farão Dunga balançar no cargo de técnico: há 29 anos o Brasil não era eliminado na fase de grupos de uma competição. Há 31 anos o Brasil não perdia para o Peru.
- DomÃnio sem gol -
Com a suspensão do volante Casemiro e a má fase do atacante Jonas, que não vinha fazendo boa Copa América, Dunga viu a oportunidade de mexer na equipe, armando uma equipe mais ofensiva.
Com isso, Lucas Lima, mais habilidoso do que o volante do Real Madrid, foi escalado para armação das jogadas ao lado de Willian e Philippe Coutinho. Já Gabriel, que vinha caindo nas graças de Dunga, tomou o lugar de Jonas.
No primeiro tempo, as mudanças deram muito certo, mas a bola não quis entrar.
Com um time mais leve, ágil e disposto a marcar pressão na saÃda de bola peruana, a seleção dominou completamente o jogo. Elias e Renato Augusto, volantes nesta formação, faziam a bola chegar com qualidade e velocidade a Willian e Coutinho, mais abertos pelas pontas.
O novo esquema ajudou Gabigol a se tornar o homem mais perigoso do ataque brasileiro e o jovem atacante do Santos quase abriu o placar em duas ocasiões, com um chute colocado aos 25 e uma bomba aos 40, obrigando o goleiro Gallese a fazer grandes defesas.
Para o Peru, o único lance de perigo aconteceu aos 43 minutos, quando Cuevas invadiu a área brasileira e foi calçado por Renato Augusto. O árbitro não deu, claramente compensando outra jogada polêmica 15 minutos antes, quando Coutinho foi derrubado na área peruana.
- Gol de mão -
Sabendo que só a vitória interessava para garantir a classificação às quartas, o Peru teve uma mudança de postura no segundo tempo e finalmente incomodou Alisson, que na primeira etapa não fez uma defesa sequer.
O novo goleiro da Roma precisou salvar o Brasil logo aos 3 minutos, numa bela cobrança de falta que tinha como endereço o ângulo direito.
O Brasil continuou dominando a posse de bola, mas Gallese trabalhava menos e o jogo começava a ficar perigoso, já que um gol sofrido eliminaria a seleção.
O que todos os torcedores brasileiros temiam acabou acontecendo. Para piorar, num errou incrÃvel da arbitragem, que não viu o gol de mão de RuidÃaz.
Sem a ajuda do replay, o árbitro armou enorme confusão em campo sem saber o que fazer, até não ter outra opção a não ser validar o gol.
Nos últimos minutos, o Brasil partiu com tudo em busca do gol salvador e nos acréscimos criou sua melhor chance com Elias. O volante do Corinthians se infiltrou na área para finalizar um cruzamento de Daniel Alves, mas pegou de coxa e Gallese encaixou, sacramentando de vez mais uma vergonhosa eliminação da seleção.
Fonte: Esporte interativo