Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

De Robinho a Guardiola: City investe bilhões pelo sonho da Champions

Clube inglês disputa pela primeira vez a semifinal para justificar investimento de anos e se consolidar como um dos gigantes da Europa antes da chegada do treinador

25/04/2016 18:53

 



Tradicional, com uma torcida fanática, mas ainda distante dos holofotes dos grandes clubes ingleses e europeus. Esse é um pouco do resumo do Manchester City antes de ser comprado pelo Abu Dhabi United Group, em 2008. Desde então, foram investidos € 1,048 bilhão (R$ 4,1 bilhões) em reforços, e também mais 200 milhões de libras na construção do que é considerado por muitos o melhor centro de treinamentos do mundo. E isso passa também pelo "conceito barcelonista", pois os Citizens foram buscar na Catalunha Txiki Begiristain e Ferran Soriano, ex-diretores do Barcelona e que hoje ocupam cargos de chefia na Inglaterra. A cereja do bolo, Pep Guardiola, só chega na próxima temporada. Antes, porém, a equipe enfrenta nesta terça-feira o Real Madrid, pela semifinal da Liga dos Campeões para alcançar seu grande objetivo desde que foi adquirido pelos árabes: dominar a Europa e o mundo. A partida terá transmissão ao vivo da TV Globo e do GloboEsporte.com, além de acompanhamento em Tempo Real no site às 15h45 (de Brasília).

O City teve que superar barreiras para conseguir montar grandes times e convencer craques de que seu projeto era, de fato, sério e vencedor. Na época em que os árabes fizeram a negociação para comprar o clube, um dos sonhos era a contratação de Kaká. O brasileiro, no entanto, recusou a mudança para vestir a camisa azul de Manchester e permaneceu no Milan. Mas quem apostou na ideia e se tornou a primeira grande contratação da era milionária dos Citizens foi Robinho. Chegou na temporada 2008/2009, após uma saída conturbada do Real Madrid e que tinha como destino apontado por muitos o Chelsea. Hoje no Galo, o Rei das Peladas deixa claro que não se arrepende da mudança, e que sempre acreditou que um dia o clube alcançaria o topo.

- Imaginava sim. Com toda humildade, fui a primeira grande estrela a chegar no Manchester City e sabia que o futebol ia crescer. No Brasil, quando você é o primeiro a jogar num clube que está em crescimento, muita gente te critica. Como eu fui muito criticado quando fui para o Manchester City, porque não jogava a Champions League, mas hoje é um time que todo mundo quer jogar. É um time que paga bem, joga a Premier League, que é um campeonato muito difícil, e briga por títulos. E joga a Champions também. Então, se você perguntar a qualquer jogador se ele quer jogar no City, é claro que ele vai querer pelo crescimento que o time teve. Fico muito feliz, tenho um carinho muito grande. Infelizmente é o único clube que joguei e não tive a felicidade de ser campeão, mas torço muito pelo City. E tomara que ganhe a Champions League - disse Robinho.

Robinho Manchester City (Foto: AFP)Robinho vestia a camisa 10 do Manchester City, e chegou com status de jogador galáctico ao clube (Foto: AFP)


Pelo Manchester City, Robinho disputou 53 jogos, marcou 16 gols e deu 12 assistências. Contratado com status de galáctico, porém, sua passagem na Inglaterra durou apenas uma temporada e meia, além de um empréstimo para o Santos. Depois, acabou negociado com o Milan em 2010/2011. Time em formação, frio e estrutura em desenvolvimento. Estes são alguns dos fatores apontados pelo brasileiro pela falta de sequência nos Citizens:

- Acho que foi um começo muito difícil, pelos jogadores que tinha (o clube) e estava em crescimento. Minha adaptação ao frio dificultava muito, e acho que o time não tinha a estrutura que tem hoje. Talvez hoje eu não teria saído com um ano e meio. Foi o time que eu joguei menos tempo, com exceção da China onde eu fiquei seis meses. Joguei no Milan quatro anos, no Real Madrid três anos e meio. Mas no Manchester City só joguei um ano e meio.

Robinho passou, o City continuou investindo pesado e com paciência na busca por resultados. O primeiro título sob o comando dos árabes foi a Copa da Inglaterra, em 2010/11. O tão esperado Campeonato Inglês só chegou em 2011/12, feito repetido em 2013/14. Mas e a Champions League, o grande objetivo? Somente nesta temporada o clube conseguiu chegar na semifinal, até então fato inédito em sua história. Não por acaso, foi a época em que mais investiu em reforços: € 203,70 milhões, com destaque para a chegada do belga De Bruyne ao preço de € 74 milhões.

De Bruyne comemora gol do Manchester City (Foto: Martin Rickett/PA via AP)De Bruyne comemora gol que classificou o City para a final da Liga dos Campeões (Foto: Martin Rickett/PA via AP)


Se dentro de campo as coisas estão melhorando e alcançando objetivos traçados há anos, fora das quatro linhas o City vem trabalhando para alcançar o topo também em receitas. No ranking dos clubes mais ricos do mundo elaborado pela consultoria Deloitte, aqueles que conseguem as maiores receitas com bilheteria, patrocínio e direitos de TV, o City ocupa a sexta colocação com um total de 414,4 milhões de libras. Ainda está atrás de Real Madrid, Manchester United, Bayern de Munique e Barcelona.

Na Premier League, já é o segundo clube em receitas com a divisão das cotas de TV, com um total de 98.5 milhões de libras arrecadados em 2014/15. Só fica atrás do seu rival de Manchester, o United, que conseguiu no mesmo período 98.99 milhões de libras. E tem o elenco mais valioso do país: € 501,71 milhões, de acordo com o site Transfermarkt. Paga a terceira maior folha salarial, investindo anualmente 193.8 milhões de libras. E no ranking dos maiores patrocínios de camisas da Inglaterra, é o quinto: 20 milhões de libras por ano.

Tabela investimento manchester City (Foto: globoesporte.com)

Com investimento milionário em estrutura e na base, na casa dos 200 milhões de libras, o time de Manchester tem hoje o que é considerado o melhor centro de treinamentos do mundo. Incluindo as instalações para a base. Toda essa estrutura foi inaugurada em 2014. A expectativa é que dentro de quatro ou cinco anos os frutos da base apareçam no time principal.

São 16 campos no total, sendo 12 dedicados ao desenvolvimento de talentos. Há um estádio para jogos da base com capacidade para sete mil pessoas. Um campo dedicado ao treinamento e desenvolvimento dos goleiros. Três ginásios. Piscinas aquecidas e de água gelada. Auditório pare jogadores e treinadores, centro médico e outras facilidades.

CT Manchester City (Foto: Divulgação/Manchester City)CT imponente do City (Foto: Divulgação/Manchester City)

E a questão da estrutura não para no CT, pois o Manchester City também está preparando a ampliação de seu estádio. Hoje com capacidade para 54 mil torcedores, o City of Manchester Stadium poderá em breve receber 61 mil torcedores. O grande rival de Manchester, o United, tem Old Trafford com possibilidade de receber 76 mil torcedores, enquanto o estádio do Arsenal acolhe 60 mil fãs.

Se dinheiro, gestão e paciência não faltam ao Manchester City, é bom o Real Madrid abrir o olho. O clube inglês esperou 122 anos para alcançar a semifinal da Liga dos Campeões, mas não quer esperar nem mais um ano para alcançar a final. E nem mesmo a chegada de Pep Guardiola, que assume o clube na próxima temporada com o objetivo de tornar o time o maior e mais vencedor do planeta, pode adiar esse projeto.  

     

Fonte: Globo Esporte
Mais sobre: