Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Presidente da Gaviões da Fiel vai a júri por morte de palmeirense em 2005

Rodrigo Fonseca, o Diguinho, é acusado de atirar em Diogo Borges, o Munhoz, da Mancha Alviverde, em estação do Metrô.

25/03/2018 13:29

A Justiça de São Paulo marcou para a próxima terça-feira (27) o julgamento do atual presidente da Gaviões da Fiel pela morte de um palmeirense em 16 de outubro de 2005. O corintiano Rodrigo de Azevedo Fonseca, o Diguinho, é acusado de atirar em Diogo Lima Borges, o Munhoz, da Mancha Alviverde durante briga de torcidas na estação Tatuapé do Metrô, na Zona Leste da capital.

O réu, que responde em liberdade, nega o crime e alega inocência, segundo sua defesa. Mesmo assim, Diguinho irá a júri popular após mais de 12 anos. O juiz Luís Filipe Vizotto Gomes reservou as próximas terça e quarta-feira (28) para julgar o corintiano no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.

O Ministério Público (MP) também acusou outros 13 corintianos da Gaviões de agredirem oito palmeirenses da Mancha no mesmo confronto que matou Diogo. Eles respondiam soltos a esse outro processo, que teria prescrito e sido extinto.

De acordo com a Promotoria, corintianos atacaram palmeirenses na estação antes do jogo entre Corinthians e Palmeiras. O conflito se arrastou pelas redondezas. Foram agressões com socos, pontapés, golpes de pau, ferro e pedras. Ao todo, 54 torcedores foram detidos pela Polícia Militar (PM) e liberados em seguida.

Crime

Diogo tinha 23 anos. Ele tinha o apelido de Munhoz por ser parecido com um atacante colombiano com esse nome e que atuava pelo Palmeiras à época. No dia do jogo, foi de Bragança Paulista, no interior paulista, onde morava com a mãe e a irmã, para encontrar-se com o pai no terminal AC Carvalho e, depois, para o estádio.

A estação Tatuapé foi invadida por corintianos, em um ataque previamente combinado pela internet. Ao desembarcar do trem, Diogo foi baleado nas costas. Socorrido, morreu no hospital. A arma utilizada no crime nunca foi encontrada.

Sete jurados votarão se Diguinho é culpado ou inocente e se deve ser condenado ou absolvido pela morte de Diogo. Caberá ao magistrado dar a sentença. Numa eventual condenação por homicídio doloso, crime do qual o presidente da Gaviões é acusado, a pena pode chegar a 20 anos de prisão.

Parecer indica que palmeirense teria atirado (Foto: Reprodução/Processo)

Defesa

“Ele não atirou e não matou. Se ler o processo, você não consegue identificar o autor. A vítima tomou um tiro de baixo para cima. Não foi o Rodrigo Lopes Fonseca que vitimou o Munhoz”, rebateu o advogado de Diguinho, Davi Gebara.

De acordo com Gebara, seu cliente não quer dar entrevistas, mas vai comparecer ao próprio julgamento. “Tenho certeza da absolvição dele. Ele vai a júri para demonstrar a inocência dele”, falou o advogado.

Um parecer técnico particular da defesa, e que integra o processo, sugere que Diogo possa ter sido baleado por outro palmeirense na plataforma de embarque e desembarque da estação. Câmeras de segurança gravaram o torcedor e a vítima. Veja abaixo as imagens abaixo.

Segundo a defesa, laudo oficial da Polícia Técnico-Científica, corrobora a tese ao informar que o disparo que matou o membro da Mancha foi dado de baixo para cima. “Em momento algum a Gaviões da Fiel esteve na parte de baixo onde ocorreu o tiro”, completou Gebara.

Diguinho, que assumiu a presidência da Gaviões em 2015 e deverá ficar no cargo até abril deste ano, quando assume o outro presidente eleito em 2018, é investigado juntamente com outros corintianos de participar dos assassinatos de dois palmeirenses em 2012. Ele também nega.

O corintiano, que atualmente tem 29 anos de idade, já deveria ter sido julgado pela morte de Diogo em outubro de 2014, mas esse júri foi adiado porque faltaram testemunhas.

O promotor Rubens Andrade Marconi não quis comentar o julgamento de Diguinho, marcado para a semana que vem, segundo informou a assessoria de imprensa do MP.

Fonte: G1
Mais sobre: