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Danilo revela que deixou o Real pela Seleção

Filho de caminhoneiro, lateral apoia a greve no Brasil e lamenta ausência de Daniel Alves na Copa

30/05/2018 17:04

O lateral-direito Danilo está na disputa por uma vaga entre os titulares da Seleção na Copa do Mundo da Rússia. Com a lesão de Daniel Alves, o lateral-direito do Manchester City tem como concorrente Fagner, do Corinthians. Contratado pelo time inglês a pedido do técnico Pep Guardiola, ele deixa claro que sua mudança de clube, ao deixar o Real Madrid na temporada passada, foi algo bem pensando justamente para ter chances de defender o Brasil.

- A minha volta à Seleção foi bastante trabalhada e pensada quando decidi deixar o Real, foi uma decisão muito grande de país e cultura, a língua, que é uma barreira.

''Mas estava confiante que mudando de clube e num projeto em que tivesse mais tempo de jogo poderia voltar à Seleção''.

- Acho que foi acertado, um ano em que tive mais confiança para exercer o futebol que sempre joguei. Quanto ao troféu é uma coincidência bacana a final da Copa ser no meu aniversário. Espero poder jogar, se não puder jogar, ajudar de alguma forma - disse.

Danilo na coletiva desta quarta-feira em Londres (Foto: Reprodução/Instagram)

O lateral comentou ainda a evolução de Neymar e disse que vem sofrendo nos treinos, já que normalmente tem a missão de marcar o camisa 10. Nos últimos treinos até pisou no pé recém-operado do craque.

- Nesses dez dias eu sempre enfrentei ele nos treinos, sempre conversamos, natural, sempre dou uma pisadinha ali. Tá melhorando a cada dia, mais rápido, mais difícil de defender. Que ele possa chegar 100% ou perto disso na Copa do Mundo, é importante para a gente.

O problema de Danilo vem de longe, aliás. Desde 2010, quando jogava no Santos, ele já precisava marcar Neymar nos treinos.

- Ontem mesmo postei uma foto na rede social com a legenda: ''Desde 2010 tentando parar ele''. Vem desde os treinos no Santos. Neymar é muito rápido, muda de direção com muita facilidade, nunca sabemos o que ele vai fazer.

''É normal pisar no pé dele umas duas ou três vezes, mas estou tentando pisar leve e fazer um carinho depois (risos)''.

Confira mais trechos da coletiva de Danilo:

CONVERSA COM TITE

- O Tite conversou comigo sim já, como imagino que tenha feito com quase todos os jogadores. Ele tenta manter um padrão de jogo. Ele me mostrou vídeos e situações, assim como tenho certeza que também conversou com Fagner e com outros jogadores para todos ficarem cientes do que têm que fazer em campo.

Eu não tenho que fazer nada diferente do que faço no meu clube no dia a dia. Certamente foi isso que fez o Tite me convocar. Tenho certeza que assim é a melhor maneira de jogar e poder conquistar meu espaço aqui dentro - disse.

Danilo em ação no treinamento em Londres. (Foto: Reprodução/Instagram)

AUSÊNCIA DE DANIEL ALVES

- Infelizmente a lesão do Dani... É incomparável o que ele alcançou aqui, as conquistas, a liderança. Sem dúvidas é uma perda importante. Mas tanto eu quanto Fagner temos feito o nosso melhor para colaborar com o jogo. O Dani tem uma cabeça muito boa, vai conseguir superar essa lesão

TRABALHO COM PEP GUARDIOLA

- Acho muito importante para o meu estilo jogar numa equipe onde o padrão de movimentação é mais ou menos sempre o mesmo, você saber onde seus companheiros vão estar durante o jogo. Ele é um cara que cobra um padrão tático perto da excelência, marcação em pressão e jogar em linhas altas, o que potencializa meu jogo.

Acho importante ter quatro jogadores do mesmo time na seleção. O padrão de jogo melhora. Mas os outros jogadores também são de equipes grandes com padrão parecido, que é sempre ter bola e sempre atacar.

TAFFAREL COMO ÍDOLO

- Era tão bom no gol que virei lateral (risos). É incrível porque o Taffarel foi um dos meus primeiros ídolos no futebol por tudo o que representava, mas no dia a dia nem consigo demonstrar essa idolatria, porque ele é um cara que te trata como um companheiro. Ele para mim foi um dos maiores do futebol brasileiro e como pessoa é ainda mais incrível.

Eu gostava muito do gol, mas um treinador me falou que eu não ia crescer tanto, e acho que falou bem porque hoje os goleiros são muito altos. Comecei como lateral esquerdo e acho que foi boa essa troca.

Danilo em treino físico na academia do CT do Tottenham (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

CARREIRA VENCEDORA

- A Copa é o ápice. Foram muito importantes as conquistas todos esses anos. Me ajudaram na formação como atleta, como competidor, e me ajudou a chegar preparado na Copa. Acho importante ter jogadores acostumados a ganhar e jogar em alto nível. Seria a cereja do bolo ganhar a Copa, mas tem que se reconhecer esse histórico.

CRISE NO BRASIL

- Ontem troquei mensagem com meu pai. Ele falou que a greve continua e ele falou que eles (caminhoneiros) estão certos. Para nós que moramos longe há muitos anos é muito difícil expressar opinião sobre, mas o que vejo é que a população paga e transforma em impostos, ela não recebe em benefícios. Então acho que estão certos em protestar em relação a isso.

TREINOS FECHADOS

- Para mim é melhor sim. Estou há alguns anos já na Europa e isso é mais comum. A gente tem mais tranquilidade para trabalhar. Há coisas que a gente tenta surpreender para o adversário. Tem coisas que a gente experimenta e vai errar para acertar no jogo. às vezes é bom ter imprensa e torcedores, mas também ter essa tranquilidade para trabalhar.

Danilo em treino na Granja Comary (Foto: Reprodução/Instagram)

TEMPORADA NO CITY

- Os primeiros seis meses apesar de ter jogado bastante, foi de adaptação. A Premier League tem intensidade muito alta, em termos de contato físico é muito diferente de todas as ligas que participei. Pude jogar como lateral esquerdo, que me deu oportunidade de jogar.

Na segunda metade me sentia mais à vontade, mais forte e com mais andamento e foi quando consegui desempenhar melhor meu andamento, consegui jogar de forma consecutiva. Fiquei satisfeito, a gente ganhou a Premier League, quebramos recordes de anos e anos. Não quero parar por aí. Agora quero ser titular na direita e conquistar mais títulos.

TRABALHO COM PEP

- Foi uma experiência incrível. Sempre fui um fã e admirador da forma como ele planejava os jogos, estudava os adversários. Fiquei muito feliz de poder trabalhar com a equipe dele e poder contribuir com a equipe.

OBSERVAÇÕES DA COMISSÃO TÉCNICA

- É muito importante porqe valoriza o trabalho de cada jogador independente da liga ou clube em que joga. Se fizer um bom trabalho você vai ser valorizado. Isso é muito importante para o seguimento do trabalho porque você consegue individualizar o trabalho que tem nos clubes. Eu não estou acostumado com corridas largas, por exemplo. Se chegar aqui e for fazer, não vai ser fácil. Assim, individualizando, você potencializa cada atleta.

Fonte: Globo Esporte
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