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Varejão relata choro inédito no NBB e prevê Mundial duro para Brasil

Vaiado e chamado de mercenário pela torcida do Franca no jogo decisivo do NBB (Novo Basquete Brasil), no último dia 8, Anderson Varejão extravasou após conquistar o título pelo Flamengo no ginásio do adversário.

19/06/2019 09:00

O rival de hoje também foi a casa do pivô de 36 anos no início da sua carreira, antes de ele se transferir para a Europa e, posteriormente, para a NBA. Por isso, torcedores do time paulista tinham a expectativa de que, quando o atleta retornasse ao Brasil, o faria na cidade conhecida como “capital do basquete”.

Não foi o que aconteceu. Depois de 14 temporadas na liga americana, Varejão escolheu o Flamengo em sua volta ao país, no ano passado. Assim, precisou lidar com o barulho e a pressão da torcida de Franca, que lotou os 5.000 lugares do ginásio Pedrocão no último jogo das finais do NBB.

“A vibração foi um pouco diferente mesmo. Eu nunca tinha chorado num título e chorei nesse, por várias coisas: pela adrenalina que estava dentro de mim jogando contra Franca e por todos os episódios que aconteceram antes e durante as finais”, ele afirma à reportagem.

Para Varejão, o currículo pesado e o passado vitorioso não alteraram sua emoção com a mais recente conquista. “A entrega é sempre muito grande, independentemente da experiência que você tem. Não é porque eu fui campeão na NBA ou na Euroliga que esse título do NBB seria menor”, diz.

Após 12 temporadas no Cleveland Cavaliers e duas no Golden State Warriors, o pivô retornou ao Brasil no início do ano passado. Assim como a equipe do Flamengo, ele passou por altos e baixos nesse período, mas enfim cumpriu o objetivo traçado.

Maior vencedora do NBB, com 6 títulos em 11 edições do campeonato, a equipe rubro-negra estava pressionada para voltar a levantar o troféu após passar duas temporadas em branco.

“Cheguei a entrar em jogo sentindo muita dor e ir para o sacrifício, porque o objetivo final era ser campeão. Quando tudo isso acontece e no final você consegue um resultado positivo tão esperado, coloca para fora mesmo e comemora muito”, explica.

Sob contrato até setembro com o clube carioca, o atleta não se alonga ao comentar o futuro. Renovação, troca de time dentro do país, uma nova incursão ao exterior ou até mesmo aposentadoria? Ele despista. “Daqui a algumas semanas vou começar a olhar juntamente com os meus agentes qual será o meu destino”.

Também em setembro, a seleção brasileira disputará a Copa do Mundo, na China. Presença constante nas convocações recentes do treinador Aleksandar Petrovic, Varejão é um dos líderes de uma equipe que mescla veteranos e novatos, por exemplo o ala Didi, 19, inscrito no draft da NBA.

Consciente das dificuldades que o time enfrentará, o pivô aposta na palavra que serviu como mantra durante toda a sua carreira: entrega.

“A gente sabe que a seleção passa por uma fase de renovação. O mais importante é o grupo chegar bem e motivado, todo mundo sabendo o que tem que fazer para ser importante. A entrega tem que ser grande, porque não vai ser fácil, mas a gente está indo com a melhor das intenções possíveis”, afirma.

Na primeira fase, os adversários brasileiros no Grupo F serão Grécia, do astro da NBA Giannis Antetokounmpo, Montenegro e Nova Zelândia.

Depois de passar 16 anos longe do basquete nacional e pouco mais de um ano após voltar a ele, Varejão enxerga evolução no nível técnico da modalidade no país.

Para ele, a confederação brasileira e a liga (responsável pelo NBB), entidades que já tiveram atritos recentemente, estão no caminho correto.

“Espaço para melhorar sempre existe. A prioridade do basquetebol brasileiro deve ser o basquetebol brasileiro. Não vou me meter em como isso seria, mas a CBB e a liga vem apoiando bastante, então sabemos que pelo menos nisso estamos bem representados”, diz.

Fonte: Folhapress
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