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Único título de Neymar na seleção principal iludiu pré-7 a 1

Construída com autoridade no que foi, para a maioria da torcida, a última grande exibição brasileira diante de uma adversária da elite europeia

02/05/2020 15:52

Depois de exibir as conquistas da seleção brasileira nas Copas do Mundo de 1994 e 2002, a Globo decidiu reprisar neste domingo (3) o título da Copa das Confederações de 2013, contra a Espanha, então campeã do mundo.

Construída com autoridade no que foi, para a maioria da torcida, a última grande exibição brasileira diante de uma adversária da elite europeia, a vitória por 3 a 0 sobre os espanhóis no Maracanã criou a ilusão de que a equipe comandada por Luiz Felipe Scolari estava preparada para assumir a condição de favorita à conquista do Mundial no ano seguinte, disputado no país.

Até a estreia na competição, no dia 15 de junho, contra o Japão, a seleção disputou sete amistosos naquele ano e venceu apenas dois: 4 a 0 diante da Bolívia, em Santa Cruz de La Sierra, e 3 a 0 sobre a França, em Porto Alegre, já comandada por Didier Deschamps, mas ainda em busca da base que seria levada à Copa do Mundo de 2014 e que iria amadurecer até a conquista em 2018.

O triunfo sobre os franceses, algozes históricos do Brasil, aliviou a pressão sobre a equipe de Felipão às vésperas da Copa das Confederações.

No torneio, venceu Japão (3 a 0), México (2 a 0), Itália (4 a 2) e Uruguai (2 a 1) até a decisão contra os espanhóis, que chegaram para a final com uma invencibilidade de 29 partidas oficiais.

Logo no primeiro minuto de jogo, o centroavante Fred abriu o placar após cruzamento de Hulk pela direita. Pedro teve a chance de empatar aos 40 min, mas David Luiz deslizou de carrinho para salvar o chute do atacante espanhol quase em cima da linha. Ambos, David Luiz e Fred, passariam a figurar na lista dos mais criticados depois da Copa do Mundo de 2014.

Neymar, aos 44 da etapa inicial, e Fred mais uma vez, aos 2 minutos do segundo tempo, fecharam a vitória e a conquista do título no Maracanã.

A taça recuperou a autoestima da seleção brasileira, que entrou em uma lua de mel com a torcida, responsável por recuperar o grito de "o campeão voltou".

O jornal Marca, da Espanha, chamou o triunfo de "Maracantazo", expressão que combinou o "Maracanazo" sofrido em 1950 com o canto das arquibancadas do estádio.

O clima de otimismo seguiu até o Mundial no ano seguinte, colocando o Brasil como um dos favoritos ao título ao lado de Espanha, Alemanha e, em menor escala, a Argentina de Lionel Messi.

A própria equipe espanhola apresentou na Copa a versão decadente de sua geração vencedora, caindo ainda na fase de grupos com direito a derrota por 5 a 1 para a Holanda.

O roteiro da seleção brasileira na Copa do Mundo, especialmente o do duelo com os alemães, já é conhecido. O torneio escancarou deficiências que a Copa das Confederações tratou de mascarar. Uma catástrofe da magnitude do 7 a 1 era impensável.

O título conquistado diante da Espanha permanece como o único de Neymar com a camisa do Brasil na equipe principal. Com a seleção olímpica, ganhou o ouro na Rio-2016.

De lá para cá, com as trocas de Felipão por Dunga e, depois, Dunga por Tite, o Brasil caiu precocemente nas Copas América de 2015 e 2016, foi eliminado pela Bélgica nas quartas de final do Mundial de 2018 (com Neymar) e se sagrou campeão da Copa América de 2019 em casa (sem Neymar).

Exceto pelo dado de que é até hoje um solitário troféu na conta do camisa 10 pela seleção adulta, a Copa das Confederações, pelos fatos e processos que a sucederam, virou uma anedota no tempo.

Fonte: Folhapress
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