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Thiago Silva volta a ser titular e capitão da Seleção depois de dois anos

É raro um jogador de sua estirpe ficar tanto tempo fora, mas uma sucessão de episódios desconfortáveis desde a Copa do Mundo de 2014 acabaram por afastá-lo da equipe.

08/06/2017 09:27

Referência mundial, elogiado por craques e frequentemente citado entre os melhores de sua posição, Thiago Silva voltará a ser titular da seleção brasileira praticamente dois anos depois. E com a faixa de capitão. Tite concedeu a ele o privilégio de liderar a equipe no clássico desta sexta-feira, contra a Argentina, às 7h05 (horário de Brasília).

É raro um jogador de sua estirpe ficar tanto tempo fora, mas uma sucessão de episódios desconfortáveis desde a Copa do Mundo de 2014 acabaram por afastá-lo da equipe.

Para os amistosos contra Argentina e Austrália, em Melbourne, Tite deixou alguns protagonistas fora da lista de convocados para poder observar novos jogadores. Marquinhos e Miranda, titulares da zaga que sofreu dois gols em oito jogos – um contra e um de pênalti –, estão curtindo férias, enquanto Thiago Silva formará dupla com Gil no clássico sul-americano de sexta-feira.

O zagueiro do PSG é o novo integrante do rodízio de capitães de Tite, que já teve Miranda e Daniel Alves (duas vezes cada um), além de Renato Augusto, Filipe Luís, Fernandinho e Neymar. O gesto do técnico cicatriza todas as feridas abertas nos últimos três anos, em que a liderança de Thiago Silva, antes tida como acima de qualquer suspeita, chegou a ser questionada. Tite o tem em alta estima.

Thiago Silva fará dupla de zaga com Gil no clássico contra a Argentina (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

O abatimento: a primeira crítica mais pesada a Thiago Silva foi feita na disputa de pênaltis contra o Chile, nas oitavas de final da Copa-2014. Capitão da equipe, ele pediu para não bater e demonstrou um abalo emocional grande durante o duelo no Mineirão.

O cartão: o zagueiro atrapalhou a saída de bola do goleiro colombiano e recebeu o cartão amarelo que o suspendeu da semifinal contra a Alemanha, deixando-o fora do fatídico 7x1.

A lesão: quando Dunga assumiu, em agosto de 2014, Thiago Silva estava machucado, o que acabou lhe custando espaço, já que Miranda, David Luiz, Marquinhos e Gil foram usados nos primeiros amistosos com o novo técnico e levaram só dois gols em 10 partidas.

A reclamação: Thiago voltou na última convocação de 2014, para jogos contra Turquia e Áustria, e chiou publicamente por ter perdido a faixa de capitão para Neymar.

O pênalti: a instabilidade de David Luiz na Copa América de 2015 deu a Thiago Silva nova chance de ser titular, mas nas quartas de final contra o Paraguai, ele colocou a mão na bola dentro da área. Pênalti convertido, empate e vitória paraguaia na disputa de penalidades.

Essa sequência de fatos custou a Thiago Silva seu lugar cativo nas convocações. Ele só esteve em campo em nove das 35 partidas disputadas pela Seleção depois da Copa do Mundo de 2014. Com Dunga, depois da eliminação na Copa América, nunca mais voltou. Aquele jogo diante do Paraguai, no dia 27 de junho de 2015, foi seu último como titular.

A reputação do zagueiro mundo afora é tão inversamente proporcional à sua trajetória recente na Seleção, que até o argentino Marcelo Bielsa, quando se propôs a comandar o Brasil na explanação de esquemas táticos que fez na CBF, há um mês, escalou Thiago Silva no lugar de Miranda.

Uma das missões de Tite ao assumir era destruir laços de rancor com alguns dos principais jogadores do país, sobretudo Thiago Silva e Marcelo. O problema é que o zagueiro novamente estava machucado na primeira convocação do novo treinador. Marquinhos e Miranda foram escalados contra Equador e Colômbia, jogaram muito e se solidificaram no setor.

Thiago esteve presente nas listas seguintes, entrou nos minutos finais diante da Argentina, em novembro, e atuou em todo o segundo tempo dos 3x0 sobre o Paraguai, em março. No fim, recebeu elogios. Ele pode ser o "zagueiro-construtor" que Tite precisa ter no grupo, alguém que comece já no primeiro setor a criar os lances ofensivos.

Agora, terá a chance, contra Messi, Dybala, Higuaín e companhia, de mostrar que ainda pode ser protagonista na seleção brasileira, e voltar a despertar dúvidas na cabeça de Tite.

Fonte: globoesporte.com
Por: Alexandre Lozetti
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