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Marta aposta no Rio: "Não sei se conseguirei jogar mais uma Olimpíada"

No dia dos 30 anos, camisa 10 reflete sobre carreira e diz que chegou a ficar descrente de atuar em mais uma Copa, mas busca por recorde a faz seguir

19/02/2016 09:22

Aos 17 anos, depois de uma passagem pelo Vasco, aquela menina cheia de sonhos chegou à Suécia. Aquela terra fria tornou-se sua casa, seu local de evolução, mas seu coração seguiu brasileiro e seu futebol mais ainda. Com sua habilidade, assegurou cinco títulos como melhor jogadora do mundo, passou o recorde de Pelé em número de gols com a amarelinha - agora soma 100 contra 95 do rei - e virou referência no esporte tanto entre homens quanto entre mulheres. Marta completa 30 anos nesta sexta-feira, quase todos eles dedicados ao futebol.  Com tantas conquistas no currículo, ela vislumbra outras mais, entre elas, as Olimpíadas, justamente por não saber se poderá estar em outra no futuro. O longo caminho trilhado dá à atleta a certeza de que medo por atuar em casa está totalmente fora do seu dicionário. 

Marta completa 30 anos nesta sexta-feira (19) (Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil / Fotos Públicas - 04/06/2014)

- O pessoal coloca muito essa questão das Olimpíadas. Sem dúvida é um sonho que eu gostaria de poder realizar. Esse ano, jogando no Brasil. A gente já tem duas medalhas de prata. Mas a gente necessita estar sempre levando a seleção para o lugar mais alto. A gente briga muito por isso, a gente pede apoio. Talvez eu nem sinta a necessidade de "ah tem que ganhar, tem que ganhar". Quantas vezes a gente fez tão bem em campeonatos e Olimpíadas e mudou, mas não o suficiente para que a gente pudesse realmente viver do futebol no Brasil. Então, esse peso de "ah você precisa ganhar" para ver se muda já não é algo que amedronta. Mas é questão mesmo de ter mais oportunidade e por ser especial, por ser no nosso país. Não sei se conseguirei jogar mais uma Olimpíada. Então tem todas essas dúvidas que eu não deixaria de gostar essa oportunidade novamente passar na frente e não conquistar por mim e pelas meninas que vêm lutando há muito tempo para que essa modalidade cresça. Pelas próximas meninas, pelas gerações que vêm depois da gente. É um ano muito especial, é um momento muito especial – disse Marta.

São os recordes que também  movem sua paixão e dedicação ao futebol.  Ela confessou que depois do Mundial no Canadá estava cogitando não atuar em mais uma Copa. A possibilidade, no entanto, de passar o alemão Klose e assumir o posto de maior artilheira da competição despertou nela novamente o desejo por prosseguir. São 15 gols no torneio e com apenas mais dois ela ultrapassaria o atacante, que tem 16 e já se aposentou da seleção alemã. A missão ficará para 2019, na França.  Mas ela diz que é preciso que seu corpo aguente e salienta com risos que “nem todo mundo é Formiga”. 

- Depois dessa Copa do Mundo eu estava meio desacreditada de pensar em jogar mais uma Copa. Mas depois disso tudo, quem sabe conquistar mais um recorde, são coisas que nos dão uma motivação para se manter em atividade. É óbvio que a gente vai pegar essas coisas legais para que possa a cada dia fazer uma meta: "poxa, eu quero estar bem, eu vou continuar bem, eu vou em busca de me manter bem". Meu corpo também tem que responder porque nem todo mundo é uma Formiga da vida. A gente tem que se cuidar e tem que ter isso como uma meta. No momento, eu já estou até pensando: "ah o próximo Mundial em 2019, quem sabe". Aí a gente vai criando essas coisas na nossa cabeça já pensando assim e isso nos motiva a cada treino. Você acorda cedo num frio danado aqui. Tem que sair da cama e ir para o treino. Tem que tentar manter meu foco para quem sabe a gente possa seguir jogando por mais algum tempo. 

Fonte: Globo Esporte
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