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Líder do Brasileiro, Santos teve prejuízo de R$ 18 mi no 1º trimestre

Segundo os integrantes da comissão fiscal do time, a dívida do Santos no curto prazo é de R$ 393.444.656,50.

09/08/2019 17:29

Líder do Campeonato Brasileiro, o Santos gastou R$ 18 milhões a mais do que arrecadou no primeiro trimestre deste ano. A conclusão da comissão fiscal do conselho deliberativo foi protocolada no clube no último dia 1º e reclama, entre outras coisas, do dinheiro gasto com o departamento de futebol profissional.

Os conselheiros também questionam gastos da diretoria como a contratação de um escritório de criminalistas para atuar de forma "preventiva".

O relatório de 13 páginas aponta que o clube terminou março no vermelho em R$ 18.203.348,00 quando o orçamento previa lucro de R$ 13.408.840,59. Segundo os integrantes da comissão, a dívida do Santos no curto prazo é de R$ 393.444.656,50.

A pior notícia para o presidente José Carlos Peres é que o nível de endividamento foi de 10,21% da receita prevista para 2019. Se considerados apenas os primeiros três meses do ano, chegou a 52,70%. O limite permitido pelo estatuto do clube é de 10%. Em último caso, isso poderia levar a mais um pedido de impeachment do presidente.

Em setembro do ano passado, Peres conseguiu evitar sua saída do cargo em uma assembleia geral de sócios. 

O pensamento de parte dos conselheiros da oposição é que não há clima político para retirar o dirigente por causa da campanha da equipe no Campeonato Brasileiro. O Santos é líder da competição com quatro pontos de vantagem sobre o Palmeiras, segundo colocado. Isso é atribuído, em boa parte, ao desempenho da comissão técnica liderada pelo argentino Jorge Sampaoli.

Pelas planilhas da comissão, a folha de pagamentos do departamento de futebol, com impostos e direitos de imagem incluídos, foi de R$ 36.548.249 no período, representando quase a metade de toda a receita do clube. Para os cinco conselheiros que integram a comissão fiscal, a diretoria está torpedeando o futuro do Santos.

"O desejo de termos um time campeão não é exclusividade deste ou daquele, todos nós, sem exceção, temos esse desejo e torcemos para alcançar esse objetivo, não é privilégio de alguns. A busca por uma equipe 'competitiva' ou a ida ao mercado para atender 'pedidos da comissão técnica' está atingindo níveis que, salvo melhor juízo de nossa parte, fogem do limite seguro da racionalidade, correndo, de forma irrefreável, em direção a total irresponsabilidade", afirma o relatório.

Na semana passada, Sampaoli chegou a reclamar que não teve pedidos de reforços atendidos pela diretoria.

Entre os contratos celebrados, a comissão questiona a contratação da Malavasi Sociedade de Advogados, prestar serviços jurídicos na esfera criminal, "de consultoria preventiva, extrajudicial, administrativa na defesa do contratante [Santos] e de seus prepostos e funcionários", diz o texto.

A comissão não informa o valor do contrato, que obriga a pagamentos mensais pelo clube.

O Santos também fez acordo para locações de veículos para atender funcionários do clube, o presidente e dois jogadores. 

O costarriquenho Bryan Ruiz, apesar de ter salário de cerca de R$ 500 mil mensais, recebeu do clube Jeep Compass no valor de R$ 5.666,98 por mês. O valor de mercado do veículo é de R$ 115 mil. Outro foi entregue ao atacante paraguaio Derlis Gonzalez. 

A comissão questionou a necessidade de deixar um Jeep à disposição do presidente José Carlos Peres quando o clube já tem um contrato de comodato para um veículo BMW para o cartola. Sampaoli também recebeu o mesmo veículo.

A Folha de S.Paulo entrou em contato com a assessoria do presidente José Carlos Peres e questionou a opinião dele sobre o relatório. Até o momento, não obteve resposta.

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